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Bolsonaro Presidente: Quais Estatais serão privatizadas? (Parte 2)

Aviso: As opiniões contidas neste artigo são estritamente pessoais e não guardam nenhuma relação com a Comissão de Valores Mobiliários, instituição em que trabalho.

Recentemente publiquei o texto “Bolsonaro Presidente: Quais Estatais serão privatizadas?”, que rendeu muitos comentários e visualizações: por volta de 80 mil em apenas 1 semana (o número, claro, deve-se à quantidade de pessoas interessadas no tema). O artigo pode ser acessado aqui.

A conclusão do texto é simples: o Governo Bolsonaro irá tocar uma agenda de privatizações que, provavelmente, irá vender participações acionárias do Governo Federal em empresas ineficientes e também em outras não consideradas “estratégicas” pelo Presidente e seus técnicos. Enquadram-se nestes casos os Correios, a área de refino e distribuição da Petrobras, a área de transmissão da Eletrobrás, as companhias docas, a Valec, Infraero, entre outras.

Como já esperava, fui chamado por alguns de nazista/fascista/bolsominion/elitista/alienado. Todo esse carinho pode ser lido nos comentários do artigo supracitado. Aproveito, adicionalmente, para agradecer a todos que comentaram o texto com a intenção de debater as ideias nele contidas.

É, por isso, que escrevo essa continuação.

A intenção é apresentar, sobretudo àqueles que não entenderam, os argumentos técnicos para a privatização das empresas controladas pelo governo. Gostem ou não, não há argumentos técnicos e/ou evidências empíricas que sustentam que empresas devem ser geridas pelo governo. Essa é uma decisão política!

Isto é, se nos pautarmos estritamente pelas boas práticas de gestão e evidência empírica, NÃO encontraremos justificativa econômica para a existência de empresas estatais.

E vou explicar, em linhas gerais, três argumentos que sustentam tal afirmação, enfatizando o caso brasileiro. São eles: déficit e dívida pública, gestão e má alocação de recursos.

Antes de começar, um breve recado: esse texto é técnico e não possui qualquer conotação política. Caso você acredite que defendo o Bolsonaro por apresentar argumentos pró privatizações, lamento informar que você não entendeu o argumento desse texto.

Podemos iniciar, analisando os três tópicos de forma separada.

Privatizações, déficit e dívida pública

Antes de iniciarmos esse ponto, algumas breves observações para situar o leitor:

  1. O Brasil é o país com maior número de estatais entre os países da OCDE. O gráfico abaixo indica esses números e a evolução deles
  2. Só o Governo Federal possui o controle de 147 empresas estatais, além de participação minoritária em 58 empresas:

Ou seja, o número de estatais no Brasil é exagerado em relação aos demais países do mundo.

Continuando, a relação entre as privatizações, o déficit e a dívida pública é o ponto mais simples de compreender, sobretudo no caso brasileiro: as empresas públicas e sociedades de economia mista com participação da União Federal representam um ônus para o orçamento federal.   

Em 2017, esse valor representou ao orçamento federal um total de R$ 13,6 bilhões. Segundo o Boletim das Participações Societárias da União[1] “as subvenções da União vêm crescendo ao longo do tempo, passando de um total de R$ 6,5 bilhões em 2012 para R$ 14,84 bilhões em 2017, um crescimento de 127% frente a uma variação de 44,44% do IPCA [inflação]”.

O texto continua afirmando que “outros R$ 5,334 bilhões foram destinados para aumento de capital. Com isso, todos os aportes da União nas empresas estatais somaram R$ 20,175 bilhões. Por outro lado, as receitas obtidas com juros e dividendos (remuneração à União pela participação nas empresas) atingiram apenas R$ 6,527 bilhões”.

Como estes valores aportados nas empresas são despesas primárias, há aumento no déficit primário, o qual, neste ano, está estimado na casa dos R$ 150 bilhões. Ou seja, os aportes nas estatais intensificam o déficit público, cuja situação já é caótica. Não é uma coincidência o fato de vermos a piora na qualidade e redução da oferta de serviços públicos que poderiam beneficiar a parte mais necessitada da população. Afinal, não há dinheiro.

Paralelamente a isso, há o crescimento da dívida pública.

O elevado déficit primário conjugado com a recessão econômica recente resulta no aumento da relação Dívida/PIB, ou seja, a dívida pública está aumentando em relação ao PIB. E isso gera outro efeito pernicioso: o aumento na despesa com juros.

Vamos falar em números?

O gráfico mostra o comportamento da dívida pública, que, em setembro de 2018, estava acima de 75% do PIB.  Isso significa algo em torno de R$ 5 trilhões.

E, considerando que a taxa de juros média que incide sobre essa dívida está próxima de 10% a.a., pagamos de juros aproximadamente R$ 500 bilhões por ano.

Só para se ter uma ideia, o valor de mercado da Petrobras oscilou entre R$ 300 e R$ 320 bilhões em outubro de 2018. O Brasil para de juros, por ano, uma Petrobras e meia.

Então, quer dizer que a solução é fazer auditoria da dívida, não pagar mais juros e dar o calote? De forma alguma!! Propor qualquer uma dessas medidas é burrice, pois estaríamos dando o calote nos próprios cidadãos brasileiros, que detém a maior parte dessa dívida na forma de títulos da dívida pública.

A solução é uma só: reduzir o déficit, transforma-lo em superávit e acelerar o crescimento econômico.

E, nesse ponto, a privatização pode ajudar. Vender estatais pode gerar recursos (em torno de R$ 300-400 bilhões), abater uma parcela da dívida (em torno de 6-8% do PIB) e, com isso, reduzir o pagamento de juros. Com essa medida também teríamos redução do déficit primário, pois não seria mais necessário a mesma quantidade de recursos para fazer aportes em estatais deficitárias.

A sociedade brasileira agradece.

Privatizações e gestão das empresas

Esse tema é mais espinhoso e fruto de longos debates na academia e na prática. Mas, vamos resumi-lo em uma frase: empresas privadas são mais bem geridas que empresas públicas.

Não sou eu que estou dizendo isso; é o Nicholas Bloom, pesquisador de Stanford, cujo trabalho chegou nessa conclusão após extensa pesquisa.

Se desejar, recomendo ler os seus artigos sobre práticas de gestão e produtividade, disponíveis em https://www.gsb.stanford.edu/faculty-research/faculty/nicholas-bloom.

E, como isso pode ser visto no caso brasileiro? Através de um índice conhecido no mercado de capitais, chamado de ROE (return on equity). O ROE mede o retorno sobre o patrimônio líquido da empresa, ou seja, o resultado que ela apresenta sobre o patrimônio líquido. Em geral, quanto maior o ROE, maior o retorno dos investimentos realizados pela empresa.

Vamos analisar o ROE das empresas estatais federais no quadro abaixo:

Segundo a publicação já citada do Tesouro:

O Retorno sobre o Patrimônio ou Return on Equity (ROE), em 2017, conforme o gráfico a seguir, foi melhor para a maioria das empresas em análise. Destaques para a Caixa e a Petrobras em razão da substancial melhoria de seus resultados em 2017. O resultado excepcional da Caixa em 2017 é explicado pela reversão de provisão atuarial da Saúde (R$5,3 bilhões), além de melhor resultado de intermediação financeira e contenção de custos. Somente o BNDES e a Eletrobras apresentaram um indicador menor do que aquele de 2016. A Eletrobras em função de prejuízo. Em todo o período, de 2012 a 2017, o indicador das companhias do setor financeiro oscilou entre 10% e 24% no período (sem contar o resultado de 36% da Caixa em 2017). Nos anos em que apresentaram lucro, o ROE da Eletrobras foi de 8% (2016) e o da Petrobras ficou em 6% (2012) e 7% (2013). O gráfico apresenta permite, ainda, comparar o ROE das empresas com o custo médio da dívida pública mobiliária federal (DPMFi), que pode ser utilizado como referência para o custo de oportunidade do Governo Federal.

Traduzindo para o português: o ROE das empresas citadas (que são as mais importantes) é baixo (muitas vezes negativo) e, em certos momentos, inferior ao custo de captação do Tesouro. Ou seja, há situações em que ocorre “queima de valor” pelas empresas estatais.

Em resumo: historicamente as empresas estatais são mal geridas.

Privatizar pode ser uma solução para melhorar esse cenário, como vimos nos casos de Vale, das empresas de telefonia e outras.

Privatizações e alocação de recursos

Esse é outro tema bastante espinhoso, que está na “fronteira” do conhecimento nos estudos sobre crescimento econômico e desenvolvimento. Por isso, irei também o resumir para evitar complicações desnecessárias.

Como vimos, empresas estatais possuem baixo retorno sobre o patrimônio, sendo que algumas vezes elas “queimam valor” (retorno sobre o patrimônio é menor que o custo de captação).

Isso possui uma importante implicação macroeconômica, sobretudo no que tange ao crescimento econômico: a má alocação de recursos.

A ideia é simples e não exige muita sofisticação para ser compreendida: se recursos são empregados em empresas que apresentam baixo retorno e baixa geração de valor, há impacto negativo no crescimento econômico. Ou seja, se o capital fosse alocado em empresas mais eficientes (em geral, aquelas com administração privada), mais valor agregado seria gerado e, consequentemente, haveria maior crescimento no PIB.

A má gestão de empresas resulta em redução na produtividade da economia. Como o aumento da produtividade é o motor do crescimento econômico, a má gestão das empresas provoca má alocação de capital, que provoca baixa produtividade, que resulta em impacto negativo no crescimento econômico.

Se quiser se aprofundar no assunto, recomendo a leitura de Banerjee and Duflo (2005), Chari, Kehoe and McGrattan (2007), Restuccia and Rogerson (2008) and Hsieh and Klenow (2009).  São acadêmicos de elevada reputação e muito mais confiáveis do que eu….rs!

Mais uma vez, privatizações podem ajudar nesse ponto.

Mais uma vez, a sociedade brasileira agradece

Abraços!

 

[1] https://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/0/Boletim+das+Participa%C3%A7%C3%B5es+Societ%C3%A1rias+da+Uni%C3%A3o_2017/411ef9fa-e48a-4f40-b193-7ed235a58370

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Veja os comentários
  • Cara, vc faz parte do maldito "mercado financeiro". Esse local de Playboys, preguiçosos e que colocam o dinheiro acima de tudo e de todos. Pois bem, um argumento que é contra a privatização diz respeito à justiça social e méritocracia. Pois os aprovados nos concursos públicos não são discriminados ( ou selecionados) considerando às suas idades, suas origens acadêmicas, seus rostinhos bonitos e se sabem x idiomas, aonda que não seja usado nas atividades laborais. A Petrobras, todos reconhecem que tem um quadro funcional de excelência, e muitos entraram lá com mais 30 anos, após fazerem cursos técnicos noturnos. Esses profissionais jamais conseguiriam ser funcionários dela se fosse privada, pois seriam indubitavelmente preterodos.
    Cláudio em 04/01/19 às 17:37
  • Claro q o Roe de empresas privadas tende a ser maior por mais q deva ter exceções! Pois qlqr alerta de prejuízo é repassado ao consumidor final! Eu, vc! Sem nenhum aporte de subsídio pelo governo ou Estado. Talvez estamos no limite das empresas estatais por culpa de corrupção. Então a solução vai ser simples assim?! Pra não quebrar o Brasil, quebra-se mais ainda o cidadão brasileiro no meio. Que vai trabalhar só pra pagar custos altos de bens e serviços de empresas estritamente privadas, pois Roe delas não pode cair. Venderam a Vale pra resolver problema de dívida. O Brasil está sem a Vale e com a dívida maior. Espero q depois dessas "privatizações" o Brasil não esteja sem estatais e com as dívidas ainda. Bom texto.
    José Ricardo em 07/12/18 às 21:02
  • Paulão fazendo comentários e nem sabe usar o ponto de interrogação. Tá serto Paulão.
    Lee Motosuwa em 13/11/18 às 12:43
  • Perfeito. Mais uma vez deu um banho na esquedice. Parabéns.
    Lee Motosuwa em 13/11/18 às 12:40
  • A Vale não foi vendida por esse valor. Favor se informar melhor. Abs!
    Vicente Camillo em 09/11/18 às 08:17
  • Ele compra justamente para administrar melhor a e empresa e, com isso, gerar mais valor. Essa é justamente a ideia.
    Vicente Camillo em 09/11/18 às 08:16
  • Embrapa certamente não. Ela possui relevante interesse social e, historicamente, tem entregado muito nesse sentido. As demais não sei.
    Vicente Camillo em 09/11/18 às 08:13
  • A ideia é privatizar distribuição e transmissão. A geração continuaria com o Estado. Abs!
    Vicente Camillo em 09/11/18 às 08:12
  • Quais bancos baixaram os juros durante a crise financeira de 2009 para que a economia brasileira não sentisse tanto os efeitos negativos? Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, aliás são empresas que dão lucro para o governo além de ser estratégicas, mas na minha opinião deveria ficar somente um banco estatal. Tem que ter cuidado e responsabilidade ao defender privatizações.
    Leandro em 08/11/18 às 20:05
  • Mestre Vicente Camillo, a Conab estaria na mira de extinção na tua opinião? E a EBSERH? E a EMBRAPA? No geral, quais estatais dependentes estariam nessa mira de extinção? Um forte abraço, Felipe Silva
    FELIPE SILVA em 08/11/18 às 18:21
  • Professor, Quando você diz que a área de transmissão da Eletrobras terá que ser privatizada, acho que você está se referindo à distribuição, ou seja, às distribuidoras. Transmissão e Distribuição são coisas distintas.
    Roger em 08/11/18 às 16:15
  • Concordo plenamente com Paulão, o último comentário dia 08/10. Quem tem a intensão de privatizar, por exemplo, a Caixa Econômica Federal, que só este ano vai entregar pro patrão (Governo Federal) 10bilhoes de lucro e mais todo atendimento social e de governo aos municípios, ou é BURRO, coisa que não acredito, ou está muito mal intencionado! Só pra se ter ideia do que está acontecendo, a equipe econômica, leia-se Paulo Guedes, já estuda juntar BB e Bank of America. Estados Unidos! Sr. Paulo Guedes estudou onde? Estados Unidos. Sr. Juiz Moro se especializou onde? Estados Unidos. O Trump mudou a embaixada americana pra onde? Israel Presidente eleito diz que vai mudar a embaixada pra onde? Imagina!? Então é só cego por conveniência que não quer ver. Enfim, sigamos em frente.
    Democrata em 08/11/18 às 12:34
  • Isso tudo não passa de uma irresponsabilidade. Vamos diminuir o número de parlamentares com salários astronômicos e aumentos abusivos para alguns privilegiados, isso sim deve ser uma economia eficiente. Agora, privatizar as nossas estatais, porque são mal gerenciadas, é uma vergonha. Alguém já pensou em colocar gente competente para administrar as estatais?
    Daniel em 08/11/18 às 09:23
  • É incrível a capacidade de algumas pessoas em querer comentar o que não conhecem. Quem falou para você que todas as estatais dependem do governo ou dão prejuízo? Vou te dar exemplos de estatais que não dependem de recursos da união, ao contrário, dão lucro e todos os anos repassam dividendos dos lucros obtidos para união: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e Petrobras. Se em algum momento essas empresas apresentaram problemas foi por ingerência política. Concordo com os colegas, se uma empresa dá prejuízo, porque um grupo empresarial a compraria. O país está quebrando porque não se faz a reforma política e do judiciário, esses são os elefantes brancos da nação.
    Paulao em 08/11/18 às 06:57
  • Na minha visão. Não são as estatais que dão prejuízos por si só, são alguns gestores ineficazes com indicações políticas que dão déficits aos cofres públicos. Sendo assim, a solução não estar em privatizar e sim em melhor gerir.
    Marconi em 07/11/18 às 21:21
  • Isso é irresponsável. Se os recursos públicos estão sendo mal alocados, façam o contrário, pois os nossos governantes ganham muito bem para isso, para fiscalizar e não ficar mamando no dinheiro público. Só para se ter uma ideia, os Correios são eficientes sim, não há é vontade política em mantê-lo como uma estatal. Vocês são muito bem informados, mas não " sabem" disso. É um crime privatizar empresas que são estratégicas. Na verdade há grandes interesses escondidos neste tipo de atitude. Muitos vão sair ganhando, menos a população brasileira. Por quê vocês não defendem com o mesmo afinco, uma reforma política, que diminua, por exemplo, este número absurdo de deputados federais e estaduais? Isto sim é um desperdício de dinheiro público e algo que realmente dá prejuízo e não as nossas empresas. Vergonha!
    Daniel em 07/11/18 às 21:12
  • Meu caro, Apesar de todo seu currículo, sua análise é vergonhosamente tendenciosa e serve apenas para coletânea de argumentos juntados por aqueles que não tem conhecimento de causa e se usam desse tipo de análise desprovida de isenção para ter assunto em rodinha de bar. Para não ficar apenas em argumentos sem fundamentos, vejamos o caso dos aeroportos: O Governo Federal usou os mesmos argumentos copiados e replicados por você para justificar a concessão dos aeroportos. Diziam que precisavam de investimentos nos aeroportos por causa da copa e que só o setor privado teria expertise, competência e dinheiro para fazê-lo. Pois bem, vamos aos fatos: 1. Após a licitação que está sendo investigada pelo MP por estar recheada de corrupção, tendo servido apenas para encher o bolso dos envolvidos, as empresas que supostamente tinham dinheiro, chegaram para o governo e disseram: Ganhamos a licitação, mas não temos dinheiro. O governo corrupto, por sua vez disse: Não tem problema, eu abro os cofres e te empresto o dinheiro e com isso quase quebraram o BNDES, banco público, dos brasileiros, que emprestou dinheiro para aquelas que diziam ter dinheiro e com isso ganharam a licitação para em seguida assaltarem os cofres públicos. 2. A suposta eficiência do setor privado, tão louvado por você, mostrou sua verdadeira face. Os empresários depois de limparem os cofres públicos estão pedindo para devolver os aeroportos porque não sabem fazer gestão. Este é o caso de VCP, um dos aeroportos mais rentáveis do governo, com o maior terminal de logística de carga da América latina, que ajudava no subsídio cruzado que atende as áreas mais necessitadas do país, de repente, na mão do privado, quebrou e agora querem devolvê-lo quebrado ao governo. Neste mesmo rastro de incompetência do setor privado está o aeroporto de BSB que também usou dinheiro público para ampliar o aeroporto com gastos altamente superfaturados e agora também querem devolvê-lo ao governo. Meu amigo, ainda tem uma lista de contra argumentos pra você, mas paro por aqui, sugerindo que se informe antes de publicar matérias tendenciosas e enganosas que inflamam os leitores menos informados induzindo-os a aplaudirem de forma ingênua um entreguismo maléfico, enganoso e criminoso, Privatização de empresa pública eficiência e superavitária FAZ MAL AO PAÍS e os brasileiros não agradecem, pelo contrário, pedem para não serem mais assaltados. Passar bem.
    Anônimo em 07/11/18 às 21:11
  • Isso é irresponsável. Se os recursos públicos estão sendo mal alocados, façam o contrário, pois os nossos governantes ganham muito bem para isso, para fiscalizar e não ficar mamando no dinheiro público. Só para se ter uma ideia, os Correios são eficientes sim, não há é vontade política em mantê-lo como uma estatal. Vocês são muito bem informados, mas não " sabem" disso. É um crime privatizar empresas que são estratégicas. Na verdade há grandes interesses escondidos neste tipo de atitude. Muitos vão sair ganhando, menos a população brasileira. Por quê vocês não defendem com o mesmo afinco, uma reforma política, que diminua, por exemplo, este número absurdo de deputados federais e estaduais? Isto sim é um desperdício de dinheiro público e algo que realmente dá prejuízo e não as nossas empresas. Vergonha!
    Daniel em 07/11/18 às 21:11
  • Prezado; não se pode falar de uma empresa sem a conhecer. A visão externa de um comentarista pode estar equivocada, pois basea-se naquilo que foi visto ou ouvido, sem nenhuma vivência. Os CORREIOS, por exemplo. Uma empresa que há anos sofre influências políticas, mas mesmo assim atende com louvou a 98 de cada 100 clientes. E nunca, desde sua criação, usou um centavo sequer do dinheiro do governo. Se sustenta por si só. Sem falar de sua importância no fator social. Então, não fale do que não sabe. Por favor!
    Alexandre em 07/11/18 às 19:43
  • No meu ponto de vista, privatiza não significa bons serviços, se não a light seria a numero 1 do País. A grande questão das estatais é que por muitas e muitas décadas foram usadas como cabide de emprego dos senhores políticos e por isso mesmo nunca dava lucro. Os salários desses afilhados muitas vezes eram o dobro do salário do empregado concursado e ai? a culpa é da empresa? É porque as empresas estatais eram postos de empregos dos apadrinhados politicos e ultimamente no governo da sra. Dilma e Lula, além do que as empresas viraram empresas de serviços sociais e não do setor elétrico como exemplo, obrigando assim terem sempre déficit . Uma empresa que não recebe investimento nenhum(foi o que aconteceu naqueles 2 governos) ainda tinha que pagar os altos salários de seus afilhados. Agora a culpa é das estatais? nunca, é só não misturar política com a area afim da empresa que ai dá lucro.
    Edilena Pereira Silva em 07/11/18 às 18:19
  • Não há razão em manter empresas industriais como estatais. Não há nenhum tipo de argumento ou números em ter o governo como controlador de indústrias , portos , aeroportos , etc. Empresas são empresas. Politicos como a cambada do PT e cia , só souberam ganhar dinheiro fácil , usando estas empresas para beneficio próprio. A Petrobrás tem potencial de ser mais do que uma indústria de petróleo. Ela pode até mesmo ser uma holding mantenedora e dona de indústrias navais brasileiras. Falta para a Petrobrás gestor com visão e capacidade de expansão setorial. E outro ponto : Correios e as Companhias de Docas seguem os principios operacionais. Quanto a empresas privadas quebrarem , acontece por falta de gestão sensata , bom senso , e reinvenção de mudar o setor de atuação para um outro oportuno. Fica meu parecer.
    Ramos em 07/11/18 às 18:08
  • Empresas mal geridas, diminuir dívidas públicas, mais investimentos em saúde e educação. Esses eram os mesmos argumentos usados há mais de 20 anos pelo então Fernando Henrique Cardoso e José Serra para privatização de empresas como a Vale do Rio Doce. A Vale foi vendida por 3.3 bilhões, tendo reservas comprovadas de mais de 100 bilhões. Uma pechincha! O Bradesco agradeceu! O povo sofreu e sofre até hoje. A dívida não diminuiu, o investimento em saúde não veio e o FHC, por exemplo foi o que menos investiu em ensino superior e médio. Contra fatos não há argumentos! Professor também concordo que não pode ser como é hoje. Há empresas que só geram custos isso é um absurdo! Mas penso que tem que haver muita responsabilidade com isso. Nem tanto ao mar nem tanto terra.
    Robson Caleiras em 07/11/18 às 17:49
  • Companheiro, privatização de empresa estatal só reflete pra mim uma única coisa, MÁ ADMINISTRAÇÃO. Quem ou qual empresário que compra algo que só dá prejuízo?
    Josivaldo em 07/11/18 às 16:05
  • Se empresas privadas são mais eficientes em gestão do que as públicas, por que elas vivem quebrando ou, quando estão em dificuldades, necessitam de aporte público, quer seja direto ou sob a forma de isenções?
    Luís Cláudio Maranhão Froufe em 07/11/18 às 16:02
  • Carlos, agradeço suas observações, mas você está se equivocando em alguns pontos. Seguem: a) seus dados relativos a dívida e juros não consideram a dívida pública em poder do Banco Central, que em setembro de 2018 totalizou aproximadamente R$ 1,8 tri. Se somar este valor à divida em poder do público (que é de R$ 3,7 tri), chegará a um valor até maior que R$ 5 tri. Se desejar, verifique em http://www.tesouro.fazenda.gov.br/relatorio-mensal-da-divida b) o valor de juros considera a taxa média paga Tesouro neste ano, que é de aproximadamente 10%. Este valor está em anexo do próprio relatório do Tesouro citado no texto c) a intenção não foi citar o impairment, valor de impostos pagos, royalties e outros dados que você citou. Mas, já que quer falar disso, não custa lembrar da participação da propina no impairment, bem como do provável aumento no pagamento de impostos e royalties no caso de parte da empresa ser privatizada. Basta verificar o caso da Vale para se ter uma ideia do que estou falando. d) Eu leio o DVA da empresa, afinal meu trabalho é justamente supervisionar empresas de capital aberto, dentre elas a Petrobras. e) Sobre privatizar uma área ou outro da empresa, os argumentos estão no texto e a decisão não compete a mim. Minha opinião é técnica, como apresentei. Abs!
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 15:59
  • Não sei desse caso em específico. Abs!
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 15:45
  • Alguns números foram superavaliados e outros subavaliados. Pagamos 370 bilhões de reais de juros da dívida pública ou 100 bilhões de dólares e não 500 bilhões de reais. A dívida pública está na faixa de 3,7 trilhões de reais e não 5 trilhões. Vc utiliza um período de avaliação que o preço do barril de petróleo estava abaixo de 40 dólares o barril e que gerou dois anos de impairment na Petrobras, o que ocasionou dois exercícios de prejuízos. No terceiro trimestre 2018 a Petrobras já vale 380 bilhões e não 300 a 320. Com uma previsão de lucro de 30 bilhões em 2018 (23 até o terceiro trimestre) o retorno através de dividendos ao governo vai superar os seus aportes. Fora uma reversão do impairment com o barril a 75 dólares que pode acontecer. Além disto, a projeção do pré sal é de 196 bilhões de barris, o que representa mais ou menos 55 trilhões de reais que dá pra pagar umas dez dívidas públicas. O que falta é honestidade, ajustes e uma gestão técnica eficiente. Concordo em vender o que não dá retorno, mas as refinarias são necessárias para agregar valor ao petróleo para atender o mercado interno e se possível futuramente o externo. Isto se implantaram novas refinarias com investimentos externos e não vendermos as nossas. Esta análise não é progressista e nem liberal, apenas a correta. detalhe: A Petrobras paga anualmente 100 bilhões em impostos, royalties e participações. Leia o DVA da empresa. Demonstração do Valor Adicionado
    Carlos A M Oliveira em 07/11/18 às 14:37
  • Sabe informar se a CBTU se enquadra nessa onda de privatizações por parte do gosvero?
    Alberto em 07/11/18 às 14:35
  • Por que não privatizam a polícia, o exército, o congresso, etc.?
    Putaço em 07/11/18 às 14:30
  • Boa tarde acho que empresas como Petrobras,Eletrobras são importantes ser administradas pelo governo,energia e um bem muito grande pra ser privatizado, essa é a minha opniao....
    Rosineide souza em 07/11/18 às 13:52
  • Obrigado, Leonardo. Esse é o espírito do texto e exatamente como penso. Abs!
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 13:07
  • Professor, parabéns pela fundamentação e pelo conhecimento a respeito da composição ineficiente da maioria das empresas estatais, as quais, de longa data, sempre apresentaram resultados pífios. Aos ineptos de plantão, que estudem Regulação e Economia para entender o que o professor expôs. Por conseguinte, no Brasil (diferente de ditaduras comunistas e populistas, que uma minoria insiste em defender) é necessário que se preze pela eficiência da máquina pública, e não por prebendas e sinecuras, a exemplo dos últimos anos.
    Leonardo em 07/11/18 às 12:26
  • Porem penso que se bem administradas, sim muitas estatais gerariam muiiiiiiiito lucro, a questão esta no desvio, altos salários, cargois comicionados, etc. Então o problema não esta necessáriamente por ser uma Estatal e sim, na forma que ela é gerida/Administrada. Outra coisa, se não presta para o governo... porque presta para os empresários que as querem comprar? Alguém compraria algo que não vale a pena? Porque alguém quer uma "canoa furada"? Você compraria? Sera que é furada mesmo? Exemplo, puxando para minha brasa a INFRAERO, já que sou do quadro dela ainda, porque tanta empresa se interserirão a comprar os Aeroportos que são colocados para a privatização? Cada um tire suas conclusões, mas me parecem ser bem obvias, não a chão?
    Evaldo Paulino da Silva em 07/11/18 às 10:57
  • Não sei porque o pessoal tem que ser tão grosseiro (ao pé da letra mesmo: mal educado). Eu sou concursado da INFRAERO e nem por isso chinguei o comentário do Vicente Camillo. Pessoal, TEMOS que pensar que se as privatizações forem positivas para o Brasil, então que ocorrao, vamos parar de olhar só par nosso umbigo colegas e vamos pensar num todo. Valeu pelo comentário Vicente Camillo.
    Evaldo Paulino da Silva em 07/11/18 às 10:35
  • Claro. Na verdade sou uma espécie de "agente duplo" e escrevi esse artigo pois defendo interesses de grandes bancos interessados em comprar as futuras empresas privatizadas. Como nem eu pude perceber isso antes?! rsrs....
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 10:33
  • Já respondido em outro comentário.
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 10:31
  • Acredito que a EMBRAPA não será privatizada. Ela possui importante papel social e científico e, nesse sentido, faz sentido continuar a ser financiada pelo orçamento público.
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 10:31
  • Existe nas estatais uma função social que muitas vezes não é levado em conta. Os números puros são frios. Veja o programa Luz para Todos que é realizado pela Eletrobras. Qual privado iria realizar esse programa? Tem o PROCEL também. Nos EUA todas as hidroelétricas são estatais. Energia é muito estratégico para qualquer pais do mundo. Os custos de produção das industrias estão diretamente atrelados aos custos de energia, seja elétrica ou fóssil. Imagine se tivéssemos empresas de energia 100% estatais vendendo sua energia basicamente a preço de custo e com um lucro mínimo para reinvestimento. Quantas empresas e industrias conseguiríamos atrair para o Brasil com isso? Mas concordo que melhorar a gestão, acabar com a corrupção e realizar indicações técnicas ajudará a melhorar a eficiência dessas empresas.
    Ebenezer em 07/11/18 às 10:24
  • Galera, "prestenção", vocês realmente vão acreditar na avaliação de um analista de mercado? É óbvio que a posição adotada neste artigo é totalmente parcial e pró-mercado, afinal, a iniciativa privada está ávida para abocanhar boa parcela dos serviços públicos prestado pelas nossas estatais. Em relação ao argumento de que empresas privadas são mais bem geridas do que empresas pública; pura mentira. O que normalmente acontece é a terceirização de várias atividades da empresa e consequente precarização da prestação dos serviços, em contrapartida, dificilmente se vê redução de tarifas já que há a necessidade de distribuir lucro ao bel prazer dos acionistas.
    Marinho em 07/11/18 às 10:22
  • Bom dia professor Parabéns pelo artigo, lucido e esclarecedor. Você acha que a EMBRAPA poderia entrar nesse bolo de privatização? se sim qual argumento para isso pelo seu raciocínio?
    thiago souza em 07/11/18 às 09:26
  • https://blog.pontodosconcursos.com.br/e-agora-o-que-sera-dos-concursos-publicos/ Gente, olhem a concorrência. Aqui a parcialidade reina!
    Bolsonaro em 07/11/18 às 08:05
  • Sou a favor da privatização das estatais em que não há concurso público e as nomeações são feitas por meio de cargos comissionados. Já estatais que possuem empregados concursados acho um retrocesso e o impacto na economia a longo prazo será enorme. Como isso pode ocorrer? Vamos pegar 10 estatais que possuem um corpo técnico de 1000 funcionários cada: São 10 mil funcionários na rua. Se contar que cada funcionário possui uma familia de, pelo menos, 3 pessoas, esse número já aumenta para 30 mil. Logo, o poder de compra dessas pessoas irá cair enormemente e levando em consideração que são 30 mil desempregados, isso gera um impacto arrecadatório de um munícipio. Ocorre que são poucas as estatais que possuem um corpo de mil funcionários. Portanto, acho a privatização um risco Quantas empresas estatais possuem empregados aposentados? Quantos eles representam na folha da empresa? Se é pra enxugar gelo, o melhor é tomar medidas nesse sentido. Privatizar é um tiro no pé.
    xuranga em 07/11/18 às 07:04
  • Há realmente empresas estatais que não tem motivos para existirem. Porém no caso dos correios, caixa, banco do Brasil, Embrapa, bnds entre outras de importância não podem ser privatizadas. Pois além de serem estratégicas para alavancar o crescimento por parte do governo algumas como no caso dos correios representam uma função social e de está presente em todos os municípios brasileiros integrando a comunicação e levando encomendas pra todos os brasileiros. Até porque as empresas privadas só tem interesse no mercado dos grandes centros e onde dá muito Lucro. Então áreas do Brasil que não as interessa simplesmente ficariam excluídas do resto do país. Os correios se bem geridos dão lucro sim é exerce papel de integração social e de lucro sim. O que precisa no caso dos correios é gestão responsável e principalmente sem corrupção.
    Francisco Júlio Ferreira em 07/11/18 às 06:46
  • Há realmente empresas estatais que não tem motivos para existirem. Porém no caso dos correios, caixa, banco do Brasil, Embrapa, bnds entre outras de importância não podem ser privatizadas. Pois além de serem estratégicas para alavancar o crescimento por parte do governo algumas como no caso dos correios representam uma função social e de está presente em todos os municípios brasileiros integrando a comunicação e levando encomendas pra todos os brasileiros. Até porque as empresas privadas só tem interesse no mercado dos grandes centros e onde dá muito Lucro. Então áreas do Brasil que não as interessa simplesmente ficariam excluídas do resto do país. Os correios se bem geridos dão lucro sim é exerce papel de integração social e de lucro sim. O que precisa no caso dos correios é gestão responsável e principalmente sem corrupção.
    Francisco Júlio Ferreira em 07/11/18 às 06:44
  • Concordo que o ROE não é aplicável a qualquer estatal. É exatamente por isso que o texto aborda o conceito apenas para o BB, CEF, Petrobras, Eletrobrás e BNDES. Para essas, o conceito é bem aplicável.
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 06:29
  • Luíza, BB e CEF não serão privatizados. O que pode ocorrer é a privatização de alguns setores dessas instituições, mas não elas em si. E, novamente, informo que o texto não é político, mas técnico. A ideia foi abordar os argumentos econômicos (de eficiência) que concluem ser as privatizações benéficas à sociedade. Minha área aqui no curso e profissional é a econômica e, por isso, escrevo sobre ela.
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 06:27
  • Marcelo, sinto informar que a Inglaterra não está fazendo isso. A melhor forma de organização econômica, inclusive, é a realizada naquele país: regulação com interesse público e gestão privada das empresas. Abs!
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 06:25
  • João, o melhor "desenho" seria dado pela regulação econômica pelo setor público (com corpo técnico capacitada para tanto) e gestão privada da empresa. Tecnicamente, essa é a melhor forma.
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 06:23
  • Erinaldo, o aumento da produtividade gera desenvolvimento econômico e, consequentemente, geração de mais empregos. A situação econômica atual, fruto da desorganização econômica e baixa produtividade, gera desemprego. Não é coincidência termos uma das maiores taxas de desemprego da nossa história nesse momento.
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 06:22
  • Legal, Rodrigo. A ideia é fomentar o debate.
    Vicente Camillo em 07/11/18 às 06:17