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Banco Central: Quadro do banco fica menor a cada dia e traz urgência a concurso

Órgão fundamental para a economia do país, o Banco Central (BC) vê o seu quadro de pessoal se desfazer dia após dia enquanto aguarda a autorização do Ministério do Planejamento para a realização de um novo concurso que possa amenizar a contagem regressiva que consome a sua força de trabalho. Segundo informou à FOLHA DIRIGIDA, no último dia 15, a chefe do Departamento de Gestão de Pessoas (Depes) do banco, Nilvanete Ferreira, a autarquia fechou 2012 com 382 aposentadorias no ano. Com isso, o número de servidores que deixaram o BC por essa razão nos últimos três anos foi de 1.095, média de um por dia.

Curiosamente, a quantidade de servidores do banco que passaram à inatividade em 2012 foi a mesma de 2011. Em 2010, foram 331 aposentadorias. Mantendo-se esse ritmo, se consolidará a possibilidade do banco ter o seu quadro reduzido à metade da estrutura prevista em lei, até 2014, caso não seja possível dar posse aos novos concursados a tempo. Ao fim de 2012, o banco contava com apenas 4.222 dos 6.470 servidores possíveis em seu quadro.

Em setembro do ano passado, o chefe-adjunto do Depes, Delor Moreira, ao anunciar à FOLHA DIRIGIDA a solicitação de concurso ao Ministério do Planejamento, alertou sobre a importância da seleção. “A nossa situação está caminhando para ficar muito crítica”, afirmou ele.

Solicitação – O pedido do BC é de 1.850 vagas para o biênio 2013-2014. São 400 vagas para técnico (de nível médio, com remuneração inicial de R$5.290, incluindo o auxílio-alimentação, de R$373), 1.330 para analista (nível superior em qualquer área; R$13.333) e 120 para procurador (bacharelado em Direito; R$16.092). Para este ano, o banco espera contar com, pelo menos, 1.090 vagas, sendo 200 de técnico, 830 de analista e 60 de procurador.

No ano passado, Nilvanete Ferreira, do Depes, chegou a manifestar a intenção de admitir os novos concursados ainda este ano. Mas devido à lentidão do governo em aprovar a abertura de uma nova seleção, a chefe do Departamento de Pessoal já se conforma com a hipótese de poder promover novos ingressos somente em 2014. “Quanto mais demorar a autorização, maior será o atraso. Pode ser que não seja possível admitir os aprovados este ano. Temos que aguardar”, disse ela.

A expectativa é que a autorização, que inicialmente era esperada para até o fim do ano passado, seja concedida nas próximas semanas. Seja como for, o concurso do BC deverá ser uma das principais oportunidades do ano e demanda grande dedicação daqueles que almejam a conquista de uma vaga.

A seleção deverá ser regionalizada, com vagas para todas as dez capitais onde o banco está presente, o que inclui o Rio de Janeiro (as outras são Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém). As provas também deverão ser aplicadas em todas essas cidades, e as contratações são pelo regime estatutário (estabilidade).

Caso sejam mantidas as etapas da última seleção, realizada em 2009, a seleção será composta por provas objetivas, prova discursiva (apenas para analista), avaliação de títulos (dependendo da área de atuação), sindicância de vida pregressa e programa de capacitação, além de três provas discursivas e prova oral, para procurador. Segundo Delor Moreira, 90% do programa do concurso de 2009 deverá ser mantido.

Concurso exige preparação diferenciada, diz especialista

Ser aprovado em um concurso público é atualmente o grande objetivo de milhares de brasileiros. Mas para aqueles que almejam uma vaga no Banco Central (BC), o desafio é tão grande quanto à recompensa pela aprovação. “O concurso do Banco Central faz parte desse conjunto de seleções que exigem uma preparação mais forte do candidato”, afirmou o professor Marcus Silva, que além de dar aulas em diversos cursos preparatórios, possui a experiência de já ter sido aprovado em vários concursos dos chamados ‘top de linha’.

Tendo conquistado a aprovação em concursos como os de técnico de controle interno da Controladoria-Geral do Município do Rio de Janeiro; de analista de planejamento e orçamento do Ministério do Planejamento; de analista de finanças e controle da Controladoria-Geral da União; e mais recentemente, em 2012, no de auditor substituto de conselheiro do Tribunal de Contas do Espírito Santo, além de outros, o especialista garante que o seu segredo está na metodologia utilizada para os estudos.

“Considero essa última aprovação uma das mais difíceis de todas, pois foi um concurso com mais de 30 matérias, com banca Cespe/UnB, no qual os concorrentes foram pessoas com larga experiência, na sua maioria já ocupantes de cargos disputadíssimos no serviço público municipal, estadual e federal”, avaliou Marcus Silva.

O método utilizado pelo professor/concurseiro inclui, entre outros, a organização em tópicos do programa da última seleção, que deve ser tomado como base; a elaboração de resumos, para serem utilizados durante a fase de revisão das matérias; a utilização de bibliografias voltadas para concursos para apoio teórico; e a realização de simulados, em uma etapa final, além da participação em outros concursos, como forma de teste.

“Não quer dizer que essa seja a única fórmula. Outras pessoas desenvolvem outros métodos. O importante é seguir aquele que lhe renda sucesso”, disse Marcus Silva. Uma das técnicas curiosas utilizadas pelo especialista no início da preparação é a resolução de questões de provas anteriores, com consulta antecipada ao gabarito. Ele garante a eficiência: “Dessa forma, o candidato treina o seu cérebro a responder certo e já descarta as demais possibilidades de resposta”, disse ele, ressaltando ainda o fato de que algumas questões costumam ser reutilizadas em diferentes concursos.

Fonte: Folha Dirigida

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