Aprovada no concurso TJ-AM
“Não desista! Não é fácil, mas não seja refém da insegurança e das desculpas esfarrapadas. Não busque recompensas desproporcionais, dedique-se ao estudo, torne-o seu projeto de vida. Não existe uma fórmula mágica, mas existem diversas técnicas de autoaprendizagem que você pode compilar e adaptá-las aos seus pontos fortes e fracos. Identifique suas habilidades e ajuste as suas forças para executá-las.
Não saia da fila, nada resiste à persistência!”
Confira nossa entrevista com Rayana Costa, aprovada no concurso TJ-AM em 1º lugar nos cargos de Analista Judiciário/Especialidade Direito e Assistente Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Rayana Costa: Sou estudante de Direito, atualmente no 10° período do curso. Tenho 22 (vinte e dois) anos; nasci em Parintins/AM, mas moro em Manaus/AM desde criança.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rayana: Entrar no curso de Direito foi uma vitória muito grande. Sempre estudei em escola pública e consegui ingressar na faculdade através do Programa Universidade Para Todos – ProUni, destinado a estudantes de baixa renda. Poucos parentes da minha família têm ensino superior.
Na metade do curso, percebi que não sabia o que fazer depois que o concluísse; mas sabia que não queria ser advogada, por sentir medo dessa profissão. Inserir-se no mercado como advogado autônomo é muito difícil. Eu não tinha parentes ou conhecidos que exercessem a advocacia. Eu estaria sozinha. Foi, então, quando resolvi buscar o serviço público.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rayana: No início, eu precisava conciliar a faculdade, pela manhã, com o estágio à tarde. Depois que já tinha passado no concurso da DPE/AM, saí do estágio para me dedicar ao TJ/AM. Foram 7 meses só conciliando os estudos para concurso com a faculdade até entrar em exercício na DPE/AM, no início de 2019.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Rayana: Fui aprovada na Defensoria Pública do Estado do Amazonas, onde trabalho atualmente, na 8ª colocação para o cargo de Assistente Técnico Administrativo. A última e segunda aprovação foi no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, em 1° lugar para Analista Judiciário – Especialidade: Direito e 1° lugar para Assistente Técnico – Sem Especialidade, ambas na ampla concorrência.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Rayana: Foi uma alegria enorme! Chorei muito! A sensação foi de dever cumprido. Quando saiu o resultado, em ordem alfabética, eu estava no trabalho. Conferi a nota dos 32 classificados para Analista Judiciário – Direito e vi que a minha era a maior. Depois, convidei minhas amigas para conferirem também, por achar que eu poderia ter cometido algum erro na verificação.
Depois de checar que era o primeiro lugar de Analista, voltei a trabalhar. Mais de uma hora depois, olhei o WhatsApp e vi a planilha de nível médio, na qual eu também constava como primeiro lugar. Foi uma surpresa.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rayana: Mesmo antes de começar a estudar para concursos, eu não tinha muitos amigos. Ficar reclusa durante a preparação não foi um problema. Sempre priorizei os estudos, esse era meu projeto de vida. Entretanto, eu mantive algumas poucas amizades com quem podia conversar e fugir um pouco da rotina.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Rayana: Sou solteira e não tenho filhos. Moro apenas com minha mãe, que foi o meu maior alicerce durante a minha preparação. Ela construiu um ambiente bem favorável na minha casa. Eu não precisava me preocupar com nada além dos estudos: ela resolvia tudo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rayana: Eu nunca desviei do meu foco. O meu primeiro foco foi a DPE/AM, quando consegui a minha primeira aprovação. Depois disso, já passei a focar no TJ/AM. Durante a preparação para o TJ/AM, surgiram outros concursos que quase me fizeram cair em tentação, como o MPU. Inscrevi-me para o concurso do Ministério Público da União, mas não tive coragem de alterar os meus estudos. O MPU cobrava Direito Material e Processual Trabalhista e Militar, matérias que eu não estava estudando. Decidi que seria arriscado mudar o foco, então me mantive firme no conteúdo programático do último concurso do TJ/AM. Pretendo continuar a estudar. Gosto das carreiras de Membro do Ministério Público e Procuradoria Estadual, mas ainda não decidi em qual focar. Estou fazendo pesquisas.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado(a)?
Rayana: Foram três meses de foco específico na DPE/AM. Foram 20 meses da prova da DPE/AM para a prova do TJ/AM. Eu tive pequenas pausas durante esse período, principalmente para elaborar o meu Trabalho de Conclusão de Curso e fazer provas da faculdade, mas nenhuma dessas pausas durou muito tempo. A maior delas foi de um mês, no início deste ano, quando me dediquei exclusivamente ao TCC.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rayana: Sim. Confesso que é bem difícil estudar quando o concurso é apenas uma expectativa, mas poucos meses depois de eu ter iniciado a preparação para o TJ/AM, o novo Presidente desse Tribunal tomou posse e, no dia seguinte, já instituiu a Comissão do Concurso. Sempre que podia, durante entrevistas, o novo Presidente do TJ/AM reafirmava a vontade de realizar o concurso durante sua gestão. As pequenas notícias sobre a vontade política do órgão de efetivamente realizar o concurso não me deixaram desistir.
No entanto, a rotina começou a pesar. A parte mais difícil era iniciar os estudos. Isso porque o meu cérebro procurava fugir dessa atividade, pensava em tudo, queria fazer tudo, menos começar a estudar. Existiram dias em que eu sentava na cadeira totalmente desanimada, não conseguia concentrar, era um sentimento de desmotivação, de preguiça.
Então, para convencer o meu cérebro de que era hora de estudar, eu introduzi um pequeno ritual antes de todas as sessões de estudos: abria a plataforma do YouTube e pesquisava entrevistas com aprovados; pesquisava técnicas e hábitos de estudos; depoimentos de pessoas contando o que fizeram para passar no concurso do sonhos. Assistia a qualquer vídeo relacionado a concursos públicos, mas que não eram aulas. Era incrível como aquilo me fazia mergulhar no mundo dos concursos. Eu me concentrava. Parava de pensar em coisas paralelas e batia aquela vontade de começar a estudar.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rayana: Ao entrar no mundo dos concursos, de cara, já conheci o Estratégia Concursos. É natural com qualquer um, já que se trata do curso preparatório mais atuante e com mais notoriedade na área. Estudei primeiro pelo Estratégia especializado em preparação para a OAB, no início da faculdade. A qualidade me surpreendeu. Em 2017 migrei para o Estratégia voltado a concursos públicos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Rayana: Sempre priorizei os cursos em PDF. Li alguns livros, mas decidi que seria melhor estudar por um material focado em Concurso Público. A doutrina é divergente, algumas seguem teses minoritárias, por isso priorizei PDFs, já que fazem uma compilação de entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, direcionados para Concursos.
Estudar, hoje, é uma atividade profissional, não basta aprender o mínimo, tem que se especializar. Por isso o Estratégia é um curso que se destaca, já que não se resume a macetes, mas busca reunir o máximo de conhecimento necessário para que o aluno tenha uma preparação completa, evitando surpresas na hora da prova.
Também usei videoaulas. Gostava de reproduzi-las enquanto fazia tarefas diárias, como comer, ou quando me deslocava de ônibus do trabalho para casa. Normalmente as usava para revisar assuntos já estudados através dos PDFs. No ano de 2018, eu resumi em fichas quase todos os PDFs do Estratégia de um curso destinado a um concurso para Juiz Federal. Depois, passei a revisar as fichas que construí, complementando-as com observações extraídas de questões de provas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Rayana: No início da minha preparação, eu estudava apenas um assunto por dia, de uma só matéria. Depois entrei em um ciclo de revisão, quando passei a revisar de duas a quatro matérias diferentes por dia. Acredito que, quando ainda não se tem uma base boa nas disciplinas, não é bom incluir várias ao dia. Estabelecer uma carga horária fixa para cada assunto é coisa de estudante de nível mais avançado, já em fase de revisão.
Nos primeiros meses de estudo, eu estudava a teoria de determinado assunto, resumia, e, após, resolvia questões daquele tema. Depois, entrei num ciclo de revisão da teoria, leitura de lei seca e resolução de questões. Com o tempo, passei a cumprir o ciclo com mais rapidez, incluindo mais assuntos por dia, de duas a quatro matérias diferentes.
Quanto às horas de estudo, eu não costumava cronometrar. Existiram dias em que eu ficava o dia inteiro sentada à frente do computador, mas levantava ao final do dia com o sentimento de que não havia feito nada, não havia aprendido nada. Em outros, o sentimento de dever cumprido no final do dia era gratificante.
Quando saí do estágio a pretexto de estudar mais, acabei não sentindo diferença, já que eu não passei a acordar cedo e nem costumava estudar até tarde. Quando voltei a trabalhar e estudar, senti que passei a valorizar mais o tempo disponível.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rayana: Eu não gostava de estudar disciplinas que não eram do Direito, encarava-as como uma dificuldade. Administração Geral, Gestão de Pessoas, Geografia e Informática foram um obstáculo pra mim. Eu não consegui enfrentá-las no pré-edital. Quando o edital do TJAM saiu, eu assisti a videoaulas dessas matérias e li alguns PDFs, mas me concentrei nas questões, para saber o quanto a banca aprofunda em cada tema e como costuma cobrar.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rayana: Véspera, para mim, é dia de revisão! Gosto de deixar a reta final para ver assuntos decorebas, como legislação institucional. Leio leis que contêm prazos ou requisitos para memorizar, além de revisar aqueles conteúdos mais cobrados que poderiam me fazer cair em pegadinhas na prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Rayana: Como erro, posso citar que não fui muito organizada. Não tinha um plano de estudos detalhado e acabava priorizando matérias com as quais eu tinha mais afinidade. Sempre fui muito pessimista, só que até hoje não sei se isso foi um acerto ou um erro durante a minha preparação. O meu pessimismo é aquele que me faz pensar que eu não estou preparada o suficiente, que existem pessoas muito melhores e mais competentes que eu buscando o mesmo sonho. Duvidar de mim mesma me fez tentar ser melhor, tentar fazer o que os melhores fazem.
Um dos melhores vídeos que já assisti no YouTube durante o meu ritual pré-estudo foi do Fernando Mesquita, no qual ele falava sobre a Síndrome do Floco de Neve: ela nasce da premissa de que cada floco de neve é diferente do outro; seria aquele sentimento de ser especial. Eu assumo que já sofri dessa síndrome.
O primeiro concurso que fiz foi o do TRT da 11ª Região, em 2017. Todo o Estado falava desse concurso. A remuneração era excelente. Resolvi, então, inscrever-me. Entrei em um cursinho presencial na minha cidade, assistia às aulas, até entendia o conteúdo ministrado, mas não foi o suficiente. Eu me limitava a frequentar o curso, não estudava em casa.
Eu justificava o meu fracasso me autoconvencendo de que era impossível passar: eu não conseguia me concentrar nos estudos e, por isso, eu era diferente daqueles que conseguiram alcançar a tão sonhada aprovação; eu não tinha dinheiro para comprar livros; eu havia estudado em escola pública de baixa qualidade durante toda a minha vida, o que me fazia inferior aos concorrentes. Eu acreditava que tinha problemas que não podia superar e que a vida dos aprovados era fácil, com tudo convergindo.
Depois que apanhei dessa prova, resolvi iniciar uma preparação com o Estratégia Concursos, mas agora aceitando que eu poderia sim, com as ferramentas necessárias, adquirir o conhecimento para a aprovação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Rayana: Nunca pensei em desistir, mas várias vezes me questionei se teria chances de passar. Eu sempre me cobrei muito, era muito exigente comigo mesma, quase entrei em colapso mental.
Eu tive pequenas crises durante a preparação, sofria com um desespero constante, pois achava que deveria dedicar cada segundo do meu dia aos estudos, mas isso não era saudável, nem necessário. Eu tinha sessões de terapia quase que diárias com minhas amigas do trabalho. Consegui superar esse sentimento tendo consciência de que estava fazendo o máximo que podia, respeitando meus limites físicos e mentais.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Rayana: Eu sonhava em proporcionar uma vida boa para minha mãe e, claro, construir a minha própria vida, com estabilidade e segurança financeira.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rayana: Não desista! Não é fácil, mas não seja refém da insegurança e das desculpas esfarrapadas. Não busque recompensas desproporcionais, dedique-se ao estudo, torne-o seu projeto de vida. Não existe uma fórmula mágica, mas existem diversas técnicas de autoaprendizagem que você pode compilar e adaptá-las aos seus pontos fortes e fracos. Identifique suas habilidades e ajuste as suas forças para executá-las. Não saia da fila, nada resiste à persistência!
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