A mesa redonda facilita a interação em um grupo de estudos eficiente.
Olá, caros leitores e caras leitoras do Estratégia. No presente artigo, trataremos de algo bastante conhecido no mundo dos concurseiros; praticado, porém, por poucos – A eficiência do estudo em grupo e a aprovação em concursos. Imprescindível para alcançar a aprovação? Longe disso. O estudo em grupo eficiente é uma ferramenta para a aprovação em concursos. Pode ser uma ferramenta a mais que, como tantas outras, vem para somar ao aprendizado do candidato.
Lado outro, o silêncio, um local reservado para os estudos e uma boa concentração são elementos combatentes à divagação e, consequentemente, favorecedores do bom aprendizado. O estudo em grupo eficiente pode terminar, por vezes, ineficiente: em uma roda de conversa sobre séries da NetFlix, por exemplo. Então como estudar em grupo sem divagar a concentração e obter eficiência no aprendizado?
Nesse diapasão, abordaremos alguns aspectos relevantes para se obter um estudo em grupo eficiente e, por conseguinte, maior rendimento no aprendizado. Têm-se, pois:
Para um estudo em grupo eficiente, com quem estudaremos geralmente é uma decisão feita por afinidade. As bibliotecas são precipuamente um local para se ter o silêncio e a privacidade necessários à boa concentração. Tais elementos são o desejo comum aos concurseiros que ali se encontram. Nos intervalos para um café, ocorrem conversas e socializações, momentos em que se conhecem pessoas que almejam concursos da mesma área, senão o mesmo cargo.
Candidatos com essas características em comum podem ser os componentes ideais para um bom grupo de estudos; somente isso, contudo, não é o suficiente. O grau de comprometimento e de maturidade de cada um é fundamental para um desempenho eficiente. Quem nunca fez um trabalho em grupo nos tempos de escola ou de faculdade? Sempre houve aquele colega que nada fazia, por vezes distraia os demais. Mesmo assim, ao final, teve seu nome incluído no trabalho e tirou a mesma nota boa que os demais colegas que se esforçaram.
Quando se trata de estudo em grupo eficiente para concurso público, bastante é a semelhança com essa situação, independentemente de ser estudo em dupla, trio ou grupo com mais componentes. Portanto, ao decidir estudar em grupo, é importante que os candidatos tenham a maturidade de buscar um rendimento maior do que se teria, caso estudassem sozinhos. Em contrário, perderão tempo e ainda atrapalharão os outros colegas.
Uma ferramenta bastante importante para se aferir o grau de maturidade e comprometimento dos candidatos que compõe esse grupo é a autocrítica coletiva, o debriefing, o qual será abordado com mais detalhes neste artigo. Considerando que todos os colegas do grupo possuem maturidade e comprometimento ideais para um estudo em grupo eficiente, o aprendizado de todos dará saltos significativos, haja vista que, para romper com as dificuldades em certas disciplinas, o candidato terá, além do próprio ponto de vista, o ponto de vista dos demais colegas para conseguir compreender o conteúdo. Funciona, assim, como uma espécie de “debate”, mas o ponto de vista, ao final, tem que ser uno para todos: o aprendizado para gabaritar os concursos. Compreender o porquê se está errando ou acertando uma questão gera cada vez mais segurança para o concurseiro enfrentar provas em que uma questão errada anula uma certa, ao estilo CESPE.
Assim como o estudo em grupo eficiente é uma ferramenta para a aprovação em concursos, o local de estudo também deve ser eficiente. São necessários um local arejado e iluminado, com uma mesa grande, acesso à internet para eventuais pesquisas e, claro, disposição e dedicação dos colegas. Por vezes, os candidatos escolhem a casa de um dos colegas, ou uma das mesas do espaço de convivência de uma universidade, ou de um condomínio e, acreditem, até mesmo a mesa de uma praça de alimentação de shopping.
Na casa de um dos colegas, desde que haja uma mesa grande, em um local iluminado e arejado – longe da TV e da piscina –, esse pode ser um local ideal. Fatores impeditivos de um bom rendimento é estudar no sofá da sala (ótimo para o corpo relaxar e dar início à sonolência), ou no quarto do anfitrião (pouco espaço e com fotos e objetos pessoais cujas histórias podem distrair horas do estudo). Os espaços de convivência de uma universidade ou de um condomínio podem não ser tão arejados e são barulhentos, pois há circulação de pessoas. A mesa de uma praça de alimentação de um shopping, então, tem tudo para dar errado.
Nessa perspectiva, ao decidirem um local para o estudo em grupo eficiente, os candidatos devem levar em consideração os mesmos aspectos que os levam a escolher, por exemplo, uma biblioteca quando vão estudar sozinhos, quais sejam um local reservado, silencioso, arejado e iluminado. Fatores essenciais para obter alto rendimento individual ou em grupo.
Grupo formado e local devidamente escolhido, qual disciplina estudar e como estudá-la? Primeiramente, estudar todo o conteúdo de uma disciplina é algo inviável para um único dia de estudo, assim como ver todos os conteúdos de uma disciplina em vários encontros talvez não seja o ideal. Se o estudo em grupo eficiente é uma ferramenta a mais para o aprendizado, os candidatos devem então escolher um assunto em que resida a dificuldade de todos, ou da maioria, pois aqueles que tem facilidade no assunto escolhido deverá encarar esse estudo como uma revisão.
Certos aspectos dos estudos exigem uma dedicação individual – cada pessoa vai trilhar o seu próprio “caminho das pedras” – e, desse modo, estudar em grupo não traria um rendimento superior ao do estudo individual, talvez até menor. A leitura da legislação (lei seca), por exemplo, pode não apresentar diferenciais se realizada em grupo, pois a tarefa é por demais simples: apenas ler. Inerentes a quase todos os candidatos são as dificuldades de compreensão de alguns aspectos da lei seca, tais dificuldades podem ser, então, supridas por meio do estudo em grupo eficiente. Entretanto, não será por meio de uma “leitura coletiva” da lei seca; será, pois, por resolução de exercícios, ou por estudos pontuais da doutrina.
Presente em todos os certames – ainda que não expressamente, a disciplina de português pode ser bem desenvolvida em grupo. Vamos supor, então, que as regras de acentuação de palavras é onde reside uma dificuldade comum a todos. João, Maria, Pedro e Lucas são um grupo. João ensinará as regras de acentuação das palavras oxítonas; Maria, das palavras paroxítonas; Pedro, das palavras proparoxítonas; e Lucas, as regras de acentos diferenciais. Após, todos farão exercícios, sobre os quais cada um expõe o porquê a questão está certa ou errada e, ao final do exercício, fazem a leitura do gabarito comentado. Nessa mesma didática, pode-se estudar matemática e raciocínio lógico, direito constitucional, direito administrativo etc. Ao final desse estudo, o aprendizado de todos será otimizado, pois as dúvidas foram sanadas e por que não se obtinham esse aprendizado quando estudavam sozinhos.
A análise crítica, ao final de um estudo em grupo eficiente, é um instrumento importante para uma avaliação individual e, outrossim, do grupo, a fim de perceber em que aspectos o grupo pode melhorar e, desse modo, evoluir. Traduzido do inglês, Debriefing é um relatório de uma missão ou projeto ou as informações assim obtidas. É um processo estruturado após um exercício ou evento que revisa as ações tomadas. No âmbito militar, é o interrogatório feito usualmente aos pilotos e tripulantes de aeronave ao regressarem de alguma missão, a fim de se colherem informações sobre o inimigo.
No estudo em grupo eficiente, o “inimigo” pode ser momentos de distração, chegar atrasado, prolongar demasiadamente os intervalos para o café, uso indevido do celular etc. Faz-se sempre necessária a análise crítica coletiva com o fim de suprimir esses “inimigos” do rendimento e, para isso, cada um do grupo pode expor de modo sucinto a respectiva opinião sobre o que deve ser melhorado no grupo e por que não fazer uma crítica construtiva a um colega. Nessa via de mão dupla, todos devem estar de coração aberto para ouvir tais críticas construtivas, que não devem ser compreendidas como uma provocação, mas sim como aspectos em que todos podem enxergar uma oportunidade de evolução e crescimento nos estudos. Nesse toar, preservar-se-á o foco comum a todos: eficiência no aprendizado e consequente aprovação.
Por todo o exposto, caros leitores e caras leitoras, o estudo em grupo eficiente pode ser um plus para o seu aprendizado, quando utilizada com foco e policiamento das distrações. Espero ter contribuído para o seu conhecimento.
Um abraço,
Rafael Braga.
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