Raciocínio Analítico FUNPRESP JUD – prova resolvida e gabarito

Caros alunos, deixo abaixo a resolução da prova de Raciocínio Analítico da FUNPRESP-JUD. Qualquer coisa me procurem em minhas redes sociais:

QUESTÕES COBRADAS PARA OS CARGOS DE ANALISTA

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Situação hipotética: Ao arrumar a sala de um professor, o faxineiro encontrou, no chão, dois livros escritos em língua estrangeira. Como havia várias estantes na sala, o faxineiro as observou e desenvolveu o seguinte raciocínio: “De todos os livros que estou vendo aqui, os que são escritos em língua estrangeira ficam na estante de madeira. Esses dois livros são escritos em língua estrangeira. Logo, eles devem ficar na estante de madeira. Vou colocá-los lá.”. Assertiva: Nessa situação, o empregado desenvolveu um raciocínio dedutivo válido.

RESOLUÇÃO:

O argumento do faxineiro pode ser sintetizado assim:

  • Premissa1: Todos os livros estrangeiros que vi ficam na estante de madeira
  • Premissa2: Estes livros são estrangeiros
  • Conclusão: Logo, estes livros devem ficar na estante de madeira

Este não é um argumento dedutivo válido, pois as premissas podem ser verdadeiras (de fato todos os livros estrangeiros que o faxineiro viu ficarem na estante, e aqueles dois livros do chão serem mesmo estrangeiros) e, mesmo assim, a conclusão ser falsa. Talvez haja um outro motivo pelo qual todos aqueles livros estrangeiros estão na estante de madeira, e que os livros do chão não se encaixem neste critério. Item ERRADO.

Resposta: E

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Situação hipotética: Uma indústria farmacêutica produziu um novo medicamento para tratamento de enxaqueca. Como o princípio ativo desse medicamento é uma nova substância — Z —, foram feitos três testes, cada um envolvendo 1.000 pessoas diferentes, a fim de determinar se a substância Z causa efeitos colaterais significativos. Os resultados dos testes são apresentados na tabela a seguir.

teste                % de indivíduos testados que relataram efeitos colaterais

1                          3%

2                        2%

3                       0,3%

Com base nos resultados dos testes, a empresa concluiu que a substância Z não causa efeitos colaterais significativos. Assertiva: Nessa situação, a conclusão da empresa se baseou em um raciocínio por indução.

RESOLUÇÃO:

Veja que a empresa fez 3 testes com um grande volume de pessoas. Como naqueles 3 testes o percentual de pessoas com efeitos colaterais foi pequeno, a empresa fez uma INDUÇÃO, uma generalização, assumindo que provavelmente o medicamento não deve causar muitos efeitos colaterais quando distribuído para a população como um todo. Este é um exemplo claro de argumento indutivo, onde não temos certeza absoluta da conclusão, mas sim uma grande probabilidade de que ela seja certa. Item CERTO.

Resposta: C

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Considere o seguinte silogismo: Em cada mão, os seres humanos têm quatro dedos. Em cada pé, os seres humanos têm três dedos. Logo, os seres humanos têm mais dedos nas mãos que nos pés. No silogismo apresentado, a conclusão é uma consequência das premissas.

RESOLUÇÃO:

Temos o argumento:

Premissa1: Em cada mão, os seres humanos têm quatro dedos.

Premissa2: Em cada pé, os seres humanos têm três dedos.

Conclusão: Logo, os seres humanos têm mais dedos nas mãos que nos pés.

Veja que, se assumirmos que as duas premissas são VERDADEIRAS, então a conclusão será uma decorrência lógica, ou melhor, será automaticamente verdadeira. Este é um argumento válido. Item CERTO.

Resposta: C

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Considere o texto a seguir: “No meu trabalho, troquei meu computador usado por um novo, da marca X, e ele parou de funcionar quando ainda estava na garantia. Preciso comprar um computador para o meu filho, mas não vou comprar um da marca X porque, com certeza, esse também vai apresentar algum problema antes de expirar a garantia.”. É correto afirmar que a argumentação apresentada no texto foi construída com base em um raciocínio por abdução.

RESOLUÇÃO:

Este é um argumento por indução, e não por abdução. Nos argumentos por indução, partimos da observação de alguns fatos e chegamos a conclusões. Neste caso, observamos que compramos o computador da marca X e ele estragou, e concluímos que se comprarmos outro computador da marca X ele deve estragar também. Embora seja um argumento por indução, ele é claramente falacioso, afinal trata-se de uma única observação. Quanto maior o número de observações, mais crível seria a conclusão.

Nos argumentos por abdução, nós partimos da conclusão para justificar a premissa. Por exemplo: “Comprei um computador da marca X e ele estragou. Se fosse verdade que os computadores da marca X sempre estragam, o que ocorreu com o meu computador seria o esperado. Portanto, deve ser verdade que os computadores da marca X sempre estragam.”

Veja que, neste argumento, nós observamos um fenômeno (comprei o computador da marca X e ele estragou). A partir deste fenômeno, tecemos uma premissa que, se fosse verdadeira, explicaria naturalmente o fenômeno. No caso, se fosse verdade que os computadores da marca X sempre estragam, seria natural que o meu computador estragasse mesmo. Assim, por abdução, entendo que provavelmente é verdade que os computadores da marca X sempre estragam.

Item ERRADO.

Resposta: E

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Situação hipotética: Em um diálogo, o acadêmico A disse ao acadêmico B: “Por que você ainda usa a teoria X? Ninguém mais na nossa área usa essa teoria. O que está em voga, hoje em dia, é a teoria Y.”. Assertiva: Nessa situação hipotética, a declaração de A constitui um exemplo de apelo à autoridade.

RESOLUÇÃO:

ERRADO, não se buscou nenhuma autoridade para justificar o argumento. Seria um argumento por autoridade se, por exemplo, tivéssemos algo assim:

“Por que você ainda usa a teoria X? Einstein já falava que esta teoria é falha, e que deveríamos considerar a teoria Y. ”

Note que aqui sim a base da argumentação é o “peso” da opinião de uma autoridade (Einstein).

Resposta: E

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) O pleno entendimento da frase “Bento não conseguiu chegar ao local de prova a tempo” envolve a identificação de duas informações pressupostas: Bento tentou chegar ao local de prova a tempo; essa tentativa teve como consequência o fato de Bento não ter chegado ao local de prova

RESOLUÇÃO:

ERRADO. A única informação que precisamos saber é que Bento tentou chegar ao local de prova a tempo. Afinal, se ele nem tentou chegar ao local da prova a tempo, naturalmente o esperado seria que ele não tivesse chegado a tempo mesmo. O entendimento da situação concreta é diferente do que teríamos sabendo que ele tentou.

A segunda informação pressuposta citada no enunciado (de que a tentativa teve como consequência o fato de ele não ter chegado) não é necessária, afinal a frase já disse que Bento não teve sucesso.

Resposta: E

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) A afirmação “Mário se doou à empresa; logo, merece uma recompensa” fundamenta-se em um argumento no qual há duas premissas não declaradas.

RESOLUÇÃO:

Veja que o argumento completo deveria ser assim:

Premissa1: Mário se doou à empresa

Premissa2: Quem se doa à empresa merece uma recompensa

Conclusão: Logo, Mário merece uma recompensa

Note que a premissa 2 não foi explicitada. Foi ela que ficou faltando. Não há 2 premissas não declaradas, apenas 1. Item ERRADO.

Resposta: E

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Situação hipotética: Em um processo de seleção para uma vaga de emprego em determinada empresa, um membro da comissão de seleção, em referência a certo candidato, afirmou: “É um forte candidato à vaga, mas não tem um bom currículo”. Assertiva: Nessa situação hipotética, a afirmação do membro da comissão apresenta maior peso argumentativo no trecho “mas não tem um bom currículo”.

RESOLUÇÃO:

CORRETO. Veja que a frase dita pela comissão tem um caráter negativo, evidenciando o fato de que o candidato não tem um bom currículo.

Resposta: C

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) No diálogo apresentado a seguir, o personagem B faz uma crítica ao personagem A para contrapor-se à argumentação deste.

A: Você não deveria fumar. É muito ruim para a saúde.

B: Olha só quem fala! Que autoridade tem você para ficar falando que eu não deveria fumar e que isso é ruim para a saúde? Você fuma desde os seus dezoito anos de idade. 

RESOLUÇÃO:

De fato o personagem B incorre na falácia “contra o homem” em sua argumentação. Isto porque, ao invés de rebater a informação de que fumar é ruim para a saúde, ele prefere atacar a pessoa A, denegrindo a sua imagem. Item CERTO.

Resposta: C

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) A assertiva “Sempre que venho aqui, chove. Logo, minha vinda é positiva, pois traz chuva para cá” apresenta um raciocínio falacioso, mediante o qual se define erroneamente um evento como a causa de outro. 

RESOLUÇÃO:

Estamos diante da falácia da falsa causa. Item CERTO. Com base em uma coincidência (quando eu venho, chove) assume-se uma relação de causa e consequência que não é verídica.

Resposta: C

QUESTÕES COBRADAS PARA OS CARGOS DE ASSISTENTE

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Forma de raciocínio empregada em ciências experimentais, a abdução é um processo de inferência no qual se parte do particular para o geral, ou seja, a partir da observação de casos particulares, chega-se a uma conclusão que extrapola essas premissas.

RESOLUÇÃO:

O raciocínio descrito no enunciado é a INDUÇÃO, na qual parte-se da análise de vários casos particulares para, a partir daí, tecer-se conclusões que extrapolam as premissas. Item ERRADO.

Resposta: E

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Nos raciocínios dedutivos válidos, a conclusão é uma consequência do que está implícito nas premissas que os compõem.

RESOLUÇÃO:

CORRETO. Para um argumento formal ser válido, a conclusão deve ser uma decorrência lógica das premissas.

Resposta: C

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) A frase “Se enxerguei mais longe, foi porque me apoiei sobre os ombros de gigantes”, de Isaac Newton, mostra que o avanço do conhecimento científico não pode prescindir do trabalho de bons especialistas em sua área de atuação, uma vez que esse conhecimento deve fundamentar-se em argumentos de autoridade.

RESOLUÇÃO:

A ideia transmitida pela frase é de que, para se chegar mais longe no conhecimento científico, é preciso se apoiar em “gigantes”, ou melhor, em grandes autoridades na área. Portanto, o item está CERTO, descrevendo bem que esta frase incorre no apelo a autoridade.

Resposta: C

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) A frase “Aquele país está em crise: os salários estão atrasados, não há emprego para todas as pessoas, a moeda está desvalorizada e o custo de vida está muito alto” apresenta uma argumentação construída mediante a combinação de informações conflitantes, mas que, na cadeia argumentativa, apontam para a mesma conclusão.

RESOLUÇÃO:

Aqui teríamos o argumento:

  • Premissa1: os salários estão atrasados
  • Premissa2: não há emprego para todas as pessoas
  • Premissa3: a moeda está desvalorizada
  • Premissa4: o custo de vida está muito alto
  • Conclusão: Aquele país está em crise

Veja que não há conflito entre as premissas, todas elas reforçam o fato de que o país deve mesmo estar em crise. Item ERRADO.

Resposta: E

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) A frase “Aquele homem não foi promovido porque é filho do diretor” é ambígua, permitindo os seguintes entendimentos: o de que “Aquele homem” não foi promovido devido ao fato de ser filho do diretor; e o de que “Aquele homem” foi promovido, mas o fato de ele ser filho do diretor não teria contribuído para a sua promoção.

RESOLUÇÃO:

CORRETO. Aqui temos dois entendimentos possíveis, como explica a parte final do enunciado. É importante destacar o segundo entendimento. Ao dizer que “ele não foi promovido porque é filho”, talvez estejamos querendo dizer que ele foi SIM promovido, mas isto NÃO ocorreu pelo fato de ele ser filho. Esta é uma forma comum de argumentação no dia a dia.

Resposta: C

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) Sob o ponto de vista da dedução lógica, o seguinte argumento é inválido. Grande parte da população brasileira que tomou a vacina contra o vírus H1N1 não teve a doença. O meu pai tomou a vacina contra o vírus H1N1. Logo, o meu pai não terá a doença causada pelo vírus H1N1.

RESOLUÇÃO:

O fato de grande parte da população que tomou a vacina não ter ficado doente NÃO significa que TODAS as pessoas que tomaram a vacina não ficarão doentes. Portanto, pode acontecer de o pai, mesmo tendo tomado a vacina, ficar doente. Ou seja, é possível que as premissas sejam ambas verdadeiras e a conclusão seja falsa, o que nos remete a um argumento INVÁLIDO. Item CERTO.

Resposta: C

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) A pergunta “Você aplicou bem o dinheiro que adquiriu de forma ilícita, dilapidando o patrimônio da empresa?” traz um ataque direto à pessoa do interlocutor, o qual não pode se defender, pois não há como ele cancelar as informações pressupostas na pergunta.

RESOLUÇÃO:

Veja que a pergunta, como foi feita, se for respondida com SIM ou NÃO apenas deixará a pessoa que respondeu em situação ruim. Afinal, dizendo SIM, ela está dizendo que aplicou bem o dinheiro ilícito. Se disser que NÃO, estará dizendo que aplicou mal o dinheiro ilícito. Ou seja, de qualquer forma ela estará aceitando que usou dinheiro ilícito.

Temos aqui uma pergunta dupla. A forma de se defender é dizendo que vai dividir a pergunta em duas e respondê-las separadamente:

  • O dinheiro foi bem aplicado? SIM
  • Esse dinheiro foi obtido de forma ilícita, dilapidando o patrimônio da empresa?  NÃO

Item ERRADO, afinal é possível se defender.

Resposta: E

CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) No diálogo seguinte, a fala de B mostra uma orientação argumentativa que deixa em evidência a inteligência de C.

A: Nossa! Você é tão inteligente quanto C!

B: Não. C é que é tão inteligente quanto eu.

RESOLUÇÃO:

ERRADO. A fala de B puxa para si a referência em inteligência. É como se ele dissesse:

“C é tão inteligente quanto eu, que sou a verdadeira referência neste quesito”

Note que a inteligência de B que é evidenciada, e não a inteligência de C.

Resposta: E

Coordenação

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