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Resolução comentada História Vunesp soldado PMSP

        Olá Pessoal. Vamos resolver a prova de História para soldado da PMSP. Há possibilidade de recurso em uma questão com um equívoco teórico, sobre o fim da Guerra da Coreia. O exame foi dentro da expectativa de dificuldade esperada e também possíveis temas que exploramos na transmissão de revisão de véspera, que certamente ajudou bastante nossos alunos.

          Confira também o gabarito de Geografia, é só clicar aqui!

          Vamos conferir o gabarito preliminar. Venha comigo!

 

1. (VUNESP 2017 – Soldado PM 2ª classe) O presidente dos EUA, Thomas Woodrow Wilson, presidira o comitê que redigiu os 30 artigos do pacto constitutivo da Liga das Nações, projeto de seu coração. O presidente via na Liga das Nações o órgão maior de um sistema de segurança coletiva das nações. Pensou grande, muito além do seu tempo e muito além dos tempos de hoje, a julgar pela experiência da ONU. As demonstrações de impotência da Liga das Nações para coibir o emprego da força foram se acumulando.
(Luiz de Alencar Araripe, “Tratado de Versalhes”. Em: Demétrio Magnoli (org.), História da Paz. São Paulo: Contexto, 2008. Adaptado)
Uma das “demonstrações de impotência” da entidade está corretamente identificada
(A) na anexação da Polônia pela URSS (1934), uma das marcas do expansionismo soviético que precedeu o início da Segunda Guerra Mundial.
(B) na militarização da Espanha pela França (1937), com o objetivo de conter o expansionismo nacionalista no levante liderado pelo General Franco.
(C) na tomada da Etiópia pela Itália (1935), caracterizada pelo expansionismo fascista e apoiada por Hitler na geopolítica europeia da época.
(D) na ocupação da Armênia pela Turquia (1933), o que levou ao chamado “genocídio armênio” no contexto de formação do Estado nacional turco.
(E) na militarização da Normandia pela Inglaterra (1936), como tentativa de bloquear o possível avanço nazista sobre o norte da França e sobre o Canal da Mancha.

 

    Em 1936 a Espanha caiu em guerra civil entre os nacionalistas/fascistas x comunistas e anarquistas. Hitler enviou o exército alemão e usaram pela primeira vez a Blitzkrieg (guerra relâmpago) e o conflito espanhol foi considerado um laboratório nazista da tática de Guerra. Venceram os nacionalistas e subiu ao poder o Gal. Franco. A expansão nazista foi marcada por alguns eventos como a participação na guerra civil espanhola em 1936, que anexou os sudetos da Tchecoeslováquia e a Áustria em 38. Tentaram barrar a expansão nazista pelo tratado de Munique, em que Hitler se comprometeu a barrar seu expansionismo. Mas pegou os aliados de surpresa ao fazer um pacto de não agressão com Stalin (Pacto de Aço). Após o a acordo com os soviéticos, a Alemanha invadiu a Polônia. O chamado genocídio armênio ocorreu durante a primeira guerra mundial, durante a dissolução do Império Turco Otomano (em 1918 – A Turquia nunca assumiu o genocídio). O norte da França era militarizado – pela própria França- a chamada “linha Maginot” – , mas era uma militarização que se mostrou ineficaz diante da ofensiva nazista. A corrida imperialista na África foi uma das principais causas da primeira guerra. A criação da Liga das Nações não surtiu efeito no controle dos conflitos internacionais, por exemplo, a anexação da Etiópia por Mussolini em 1935, um dos antecedentes da segunda Guerra.
[C]

 

2. RECURSO (VUNESP 2017 – Soldado PM 2ª classe) O fim dos velhos impérios coloniais era previsível e, na verdade, em 1945, considerado iminente na Ásia, mas a futura orientação dos novos Estados pós-coloniais não estava nada clara. Foi nessa área que as duas superpotências continuaram a competir, por apoio e influência, durante toda a Guerra Fria, e por isso a maior zona de atrito entre elas, aquela onde o conflito armado era mais provável, e onde de fato irrompeu.
(Eric Hobsbawm, Era dos Extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Adaptado)
Quanto aos exemplos de conflito entre as duas superpotências, é correto identificar
(A) a Coreia, em que os coreanos do norte tiveram o apoio do bloco socialista contra os coreanos do sul, apoiados pelos EUA em um violento confronto que durou cerca de três anos.
(B) a Índia, em que comunistas e liberais indianos lutaram juntos contra o domínio britânico, mas depois se dividiram em choques internos que levaram à guerra civil no país.
(C) o Japão, em que Estados Unidos e União Soviética tentaram controlar os rumos políticos do país após a explosão das bombas atômicas, o que prolongou os conflitos do pós-guerra.
(D) a Ucrânia, em que os países da OTAN e do Pacto de Varsóvia disputaram o acesso ao Mar Negro, principal via de ligação marítima entre a Ásia Continental e o Mar Mediterrâneo.
(E) o Paquistão, em que os movimentos de libertação nacional se voltaram para o anti-imperialismo e se aproximaram das lutas revolucionárias anticapitalistas.

   

     Durante a Guerra fria ocorreram vários conflitos, entre eles: Guerra da Coreia, do Vietnã, a militarização da Ásia e a independência da Índia, que em 47 levou à uma guerra civil entre hindus e islâmicos, que resultou na divisão da Índia. O Japão passou para a área de influência dos EUA e passou a receber investimentos dos EUA. A Ucrânia após a segunda Guerra Mundial passou a ser parte integrante da ex URSS. No Paquistão os principais conflitos são religiosos. Diante do contexto da questão a mais coerente seria marcar a alternativa [A], contudo vale um adendo: A Guerra da Coreia teve batalhas entre 1950 e 1953 e assinaram um armistício, e nunca assinaram um tratado de paz (que encerra o conflito). Então tecnicamente a Guerra da Coreia continua. Principalmente a Coreia do norte (socialista), usa este estado de conflito (estado de beligerância) para manipular a população em sua pesada ditadura. Além disso o apoio soviético foi quase nulo (pela incapacidade e pelo medo soviético de um novo conflito) e o apoio socialista foi principalmente chinês (que estava em processo revolucionário socialista desde 1949).
[A]
Cabe recurso: Erro conceitual. Sem tratado de paz não se encerra a guerra, mas as batalhas.

 

3. (VUNESP 2017 – Soldado PM 2ª classe) O regresso ao Rio de Janeiro do 1o Escalão da Força Expedicionária Brasileira em 18 de julho de 1945 estava sendo esperado e interpretado como um marco na campanha das forças oposicionistas. O desfile das tropas pelas ruas da cidade seria como uma grande festa da UDN e de seu candidato.
(Angela de Castro Gomes, A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. P. 284-285. Adaptado)
O trecho revela um momento importante da crise do Estado Novo associada ao retorno da FEB, que
(A) ressaltaria o vínculo entre os setores de oposição a Vargas e a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, na medida em que Vargas tinha sido favorável à entrada na guerra ao lado do Eixo.
(B) consolidaria a aliança entre as elites civis organizadas na UDN, economicamente intervencionistas e socialmente conservadoras, e os militares recém- -saídos da guerra, autoritários e com forte inspiração fascista.
(C) evidenciaria a fraqueza do governo Vargas naquele contexto, dado o fato de que o governo teve poucos recursos para sustentar as tropas na guerra, o que reforçou as sensações de pobreza e precariedade disseminadas à época.
(D) reforçaria a importância dos militares e da UDN na construção de uma saída negociada para o fim da ditadura, o que levou Getúlio a renunciar e se isolar politicamente, sem estabelecer relação com a cena política que viria a seguir.
(E) consagraria a vitória da luta pela democracia e a repulsa à ditadura e a seu presidente, evidenciando a contradição entre uma política externa alinhada com os valores democráticos e uma política interna autoritária.

 

    Getúlio Vargas mantinha uma ditadura no Brasil entre 37-45 (O Estado Novo). Era inspirado principalmente no fascismo italiano. Antes de entrar na guerra negociou como os dois lados (os aliados e o eixo), mas o bombardeio de navios brasileiros por submarinos alemães e o financiamento dos EUA para a construção da Usina de Volta Redonda, fizeram Vargas escolher o lado dos Aliados, mas isso representava uma contradição, que foi o alinhamento externo com democracias e o envio de tropas para lutar por ela, enquanto internamente mantinha um governo autoritário. Esta contradição levou Vargas a ser forçado a renunciar e não se candidatar nas eleições de 45.
[E]

 

4. (VUNESP 2017 – Soldado PM 2ª classe) O processo de descompressão do sistema político começara a ser orquestrado em 1975, pelos generais Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva, ambos convencidos de que a ditadura deveria fazer suas escolhas e definir o momento mais conveniente para revogar os poderes de exceção.
(Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. P. 467. Adaptado)
Tal processo se deu com o objetivo de
(A) efetivar um projeto de institucionalização da ditadura, de tal forma que os poderes de exceção fossem revogados, mas os militares ficassem no poder por tempo indeterminado.
(B) garantir uma abertura política em que os exilados não teriam o direito de voltar ao Brasil, assim como os presos políticos permaneceriam detidos até que se completasse a redemocratização.
(C) manter a oposição longe do Executivo, de modo a garantir que a transição se realizasse de maneira tutelada, restrita aos círculos civis aliados e sem riscos institucionais.
(D) realizar uma abertura política plena, reestabelecendo os direitos políticos e as liberdades civis no tempo mais curto possível, superando a situação autoritária na qual o país se encontrava.
(E) sustentar o bipartidarismo do MDB e da Arena na cena política nacional, impedindo, com isso, a legalização de partidos e grupos políticos mais à esquerda, tais como o Partido Comunista.

 

   O governo do Gal. Geisel caracterizou-se pela distensão política: abertura do regime militar para a democracia de forma “lenta, gradual e segura”. Em 78 foi revogado o AI-5 e o fim do bipartidarismo, 79 a lei da anistia (ampla geral e irrestrita) e 85 eleições indiretas de Tancredo e Sarney, mesmo após o movimento pelas diretas já (que não alcançou o resultado esperado). A institucionalização da ditadura ocorreu no governo Castelo Branco, a lei da anistia perdoou todos os crimes políticos cometidos por militantes de esquerda e agentes do Estado no combate ao comunismo. O processo de abertura durou 10 anos entre 78 e 88 com a promulgação da constituição cidadã.

[C]

          É isso aí pessoal.

          Bons estudos e foco no sucesso !!!

 

 

Sergio Henrique

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