Fiscal - Federal (RFB e AFT)

Receita Federal: Bateria de Questões Comentadas de Língua Portuguesa.

Introdução

Finalmente foi publicado o tão aguardado edital da Receita Federal! A fim de deixar você bem “afiado”, o Blog do Estratégia Concursos está elaborando uma série de artigos especiais sobre o concurso, com conteúdos gratuitos e dicas exclusivas para elevar o nível da sua preparação.

Neste artigo, selecionamos 13 questões focadas na disciplina de Língua Portuguesa da temida banca FGV para exercitarmos juntos, com comentários bem objetivos para o estudo para a Receita Federal ser produtivo. Prepare-se, pois hoje é dia de testar seus conhecimentos.  

Em virtude de o conteúdo programático da disciplina para os cargos de Auditor-Fiscal e Analista-Tributário ser o mesmo, este artigo se aplica a todos os candidatos que farão a prova de Língua Portuguesa da Receita Federal. Assim, veja como as questões serão divididas:

Tópicos Abordados:

  • Questões de Interpretação de Texto para Língua Portuguesa da Receita Federal
  • Questões de Morfologia e Semântica para Língua Portuguesa da Receita Federal
  • Questões de Sintaxe para Língua Portuguesa da Receita Federal
  • Questões de Ortografia e Pontuação para Língua Portuguesa da Receita Federal

Recomendamos que a leitura do artigo seja feita após estudar o conteúdo. Contudo, se achar que não está pronto ainda para enfrentar a disciplina de Língua Portuguesa para a Receita Federal, sugerimos que faça a preparação pelos materiais do Estratégia e que retorne a esse artigo quando estiver preparado.

Alternativamente, você pode também optar por realizar a leitura como um nivelamento, a fim de identificar em que ponto você se encontra.  Se o objetivo for esse, você deve inverter as posições: leia o artigo primeiro, veja as suas forças e as suas fraquezas e então inicie os estudos.

Por fim, caso não tenha tempo disponível para ler o artigo de uma só vez, você poderá dividi-lo em 2 ou 3 partes. Não há prejuízos em particionar a leitura, pois as questões são independentes umas das outras. Vamos começar então?

Tempo de leitura aproximada: 20 a 30 minutos

Questões de Interpretação de Texto para Língua Portuguesa da Receita Federal

Questão 1 (SEFAZ-AM/2022)

“Em certa ocasião, George Bernard Shaw (dramaturgo) enviou a Winston Churchill (primeiro ministro inglês) dois ingressos para a estreia de uma de suas peças, a ocorrer nesse mesmo dia, com a seguinte mensagem: ‘Traga um amigo, se você tiver um.’

Churchill respondeu com uma nota dizendo que não poderia comparecer naquela noite. ‘Mas’, acrescentou, ‘ficarei honrado de comparecer a uma segunda apresentação, se houver uma.’”

Sobre a significação e a estruturação desse pequeno texto, assinale a única afirmativa correta.

A) Trata-se de um pequeno texto descritivo de uma situação humorística.

B) Com a resposta, Churchill aludia ao possível fracasso da peça apresentada.

C) A nota de Bernard Shaw fazia uma homenagem a Churchill, que não foi bem interpretada.

D) O emprego de aspas simples dentro do texto marca a existência de um diálogo.

E) As notas dos dois personagens foram escritas em rigoroso paralelismo.

Comentário:

Vamos analisar individualmente as alternativas:

A) Incorreta. O texto não é descritivo, mas sim narrativo.

B) Correta. Ao mencionar ‘ficarei honrado de comparecer a uma segunda apresentação, se houver uma.’, Churchill abre a possibilidade de não ter uma segunda apresentação (“se houver uma”). Ora, uma peça que não tem uma segunda apresentação implicitamente é um fracasso.

C) Incorreta. Não há nenhum tipo de homenagem. Shaw pede apenas que Churchill traga um amigo, colocando a condição de ele possuir um.

D) Incorreta. As aspas simples caracterizam as falas de Shaw e Churchill.

E) Incorreta. Não há paralelismo entre as notas. Ademais, os tempos verbais das frases também são diferentes.  

Gabarito: Letra B.

Questão 2 (TJ-DFT/2022)

“Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.”

O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é:

A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa.

B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura.

C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã.

D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva.

E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis.

Comentário:

Antes de mais nada, saiba que esse tipo de questão é uma característica marcante do estilo FGV. Ela trabalha com raciocínio indutivo e dedutivo. Assim, vamos lembrar as diferenças:

Figura 1 – Comparação entre os raciocínios dedutivo e indutivo para Língua Portuguesa da Receita Federal.

Já que a questão pede o raciocínio indutivo, temos que encontrar a assertiva que parte do particular para o geral. Vamos então analisar individualmente as alternativas:

A) Geral: “Os funcionários públicos folgam amanhã.”

Particular: “Meu marido ficará em casa.”

B) Geral: “Todos os juízes procuram julgar corretamente.”

Particular: “Ele também procura.”

C) Geral: “Nos dias de semana os mercados abrem.”

Particular: “Deixarei para comprar isso amanhã.”

D) Geral: “No inverno, chove todos os dias.”

Particular: “Vou comprar um guarda-chuva.”

E) Particular: “Ontem nevou bastante.”

Geral: “As estradas devem estar intransitáveis.”

Gabarito: Letra E.

Questão 3 (CGU/2022)

“A imagem era de uma pessoa que não podia inspirar outro sentimento que não o do respeito, porque seu aspecto mostrava uma face larga com um grande nariz e pequenos olhos abaixo de grossas sobrancelhas. Uns lábios finos se desenhavam sob um bigode tímido, tudo isso com uma pele morena bastante fresca com traços de ótima saúde. A cabeça era suportada por um corpo bastante avantajado…”

Esse pequeno fragmento é exemplo de um texto descritivo. A afirmação correta sobre ele é:

A) a descrição se limita a características físicas de uma pessoa, particularmente de sua cabeça.

B) a tendência global dos traços descritivos apresentados é caracterizar uma pessoa por sua firmeza e elegância.

C) a estratégia descritiva empregada é a de dar uma ideia do todo, mostrando a seguir detalhes desse todo.

D) o observador encarregado da descrição faz questão de ser bastante objetivo, sem interferências de caráter subjetivo.

E) as características apresentadas, relativas ao aspecto geral da pessoa descrita, não confirmam a imagem de respeito referida no início do texto.

Comentário:

Vamos analisar individualmente as alternativas:

A) Incorreta. Foram descritas também outras partes além da cabeça, tais como a pele e o corpo. 

B) Incorreta. Pelas características destacadas, não há como afirmar que a pessoa era firme ou elegante.

C) Correta. Veja que o trecho começa dando uma ideia do todo (“A imagem era de uma pessoa que não podia inspirar outro sentimento que não o do respeito”) e depois parte para os detalhes (“porque seu aspecto mostrava uma face larga com um grande nariz e pequenos olhos abaixo de grossas sobrancelhas…”).

D) Incorreta. O trecho apresenta alguns adjetivos que denotam subjetividade, tais como respeito, tímido etc.

E) Incorreta. Alternativa bem polêmica, pois o fato de a imagem ser ou não de respeito também é muito subjetivo.

Contudo, a primeira frase do texto apresenta uma explicação dessa imagem de respeito, introduzida pela conjunção “porque” (“porque seu aspecto mostrava uma face larga com um grande nariz e pequenos olhos abaixo de grossas sobrancelhas”). Nesse contexto, o “porque” tem valor explicativo para justificar a imagem de respeito.

Gabarito: Letra C.

Questão 4 (IBGE/2022)

Jesus Cristo afirma num dos evangelhos: “Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem pode a árvore ruim dar bons frutos.”.

Tratando-se de uma mensagem moral, o que Jesus Cristo está querendo destacar é:

A) o trabalho agrícola eficiente.

B) a força dos bons exemplos.

C) a necessidade de fazer justiça.

D) a dignidade de fazer caridade.

E) o compromisso de ter filhos.

Comentário:

A analogia da árvore com os frutos demonstra a força dos bons exemplos. Vamos trocar árvore por pessoa e frutos por exemplos a fim de você ver como faz sentido: “Não pode a pessoa boa dar maus exemplos, nem pode a pessoa ruim dar bons exemplos.”

Ressaltamos que o enunciado se referiu à mensagem moral. Dessa forma, já poderíamos eliminar as alternativas A e E. Fique atento sempre ao comando da questão. Se não conseguisse fazer a analogia e precisasse chutar, já eliminaria 2 alternativas.

Embora justiça e dignidade/caridade tenham cunho moral, não teriam relação com a mensagem da árvore com os frutos. 

Gabarito: Letra B.

Questão 5 (PM-AM/2022)

“Um argumento a favor do Diabo: é preciso recordar que nós ouvimos só uma versão da história. Deus escreveu todos os livros.” 

(Samuel Buttler)

A defesa do Diabo se apoia num argumento contra:

A) a falta de credibilidade.

B) a ausência de imparcialidade.

C) a incompetência da autoridade.

D) a fuga do assunto.

E) o círculo vicioso.

Comentário:

O argumento fala em só ouvir uma versão da história. A saber, ouvir apenas um lado é ser parcial. Em contrapartida, imparcial seria ouvir todas as versões. Por conseguinte, a defesa se apoia num argumento contra a parcialidade ou ausência de imparcialidade.

Fique atento, pois as demais alternativas costumam aparecer eventualmente em questões da FGV:

Falta de credibilidade = ausência de confiabilidade, difícil de acreditar.

Incompetência da autoridade = autoridade não possui competência / não é a pessoa apropriada para realizar a ação.

Fuga do assunto = começa falando sobre um tema e depois divaga / muda / tangencia o problema.

Círculo vicioso = volta no mesmo ponto a todo momento, não evolui.

Gabarito: Letra B.

Questões de Morfologia e Semântica para Língua Portuguesa da Receita Federal

Questão 6 (CGU/2022)

Muitos que escrevem exploram a riqueza da polissemia, ou seja, a possibilidade de um vocábulo mostrar mais de um significado.

A frase abaixo em que a polissemia NÃO está presente é:

A) Os espelhos fariam muito bem em refletir um pouco antes de reenviar as imagens.

B) Dentro das cápsulas de viagens interplanetárias, o espaço é cada vez maior.

C) Nos exames finais, o mestre teve uma prova do pouco estudo do aluno.

D) Muitas das aldeias portuguesas estão quase desabitadas.

E) O ator declarava que a sua vida tinha sido um teatro.

Comentário:

Vamos analisar individualmente as alternativas:

A) Há polissemia. Refletir pode ser entendido como a ação de exibir as imagens por meio do espelho ou a ação de pensar a respeito do assunto.

B) Há polissemia. O espaço pode ser entendido como a extensão do universo ou a área delimitada internamente nas cápsulas. 

C) Há polissemia. Prova pode ser entendida como a avaliação feita pelo aluno ou uma demonstração para evidenciar o pouco estudo.

D) Não há polissemia. O contexto da frase indica a falta de pessoas nas aldeias.

E) Há polissemia. O teatro pode ser entendido como o ofício do ator ou uma encenação da própria vida.

Gabarito: Letra D.

Questão 7 (SEFAZ-AM/2022)

Assinale a opção que apresenta a frase em que o gerúndio está bem empregado.

A) O policial viu o assaltante correndo pela ponte.

B) O professor entrou em sala abrindo o livro de chamada.

C) O turista saiu do museu sorrindo.

D) Tirou o dinheiro do bolso, comprando o livro a seguir.

E) Pensou um pouco sobre o assunto, decidindo fugir.

Comentário:

O gerúndio apresenta a ideia de ação continuada, simultaneidade no tempo. No entanto, muitas vezes é utilizado de forma equivocada para representar uma ação subsequente à outra.

Nas frases apresentadas, veja que apenas a letra C oferece ideias simultâneas. O turista pode caminhar para sair do museu e sorrir ao mesmo tempo (aliás, o verbo sorrir pode ser concomitante com vários outros e aparecer em futuras questões, fique atento).

Em todos os outros casos (correr, abrir, comprar e decidir), as ações são subsequentes e não justificariam o uso do gerúndio. Destacamos nessa questão a letra A, pois apresenta ambiguidade.

A construção da frase não permite saber quem está correndo (o policial ou o assaltante). Caso o policial estivesse correndo, seria possível observar o assaltante enquanto isso, caracterizando uma ação simultânea. Entretanto, não podemos afirmar a mesma coisa caso o assaltante estivesse correndo.

Gabarito: Letra C.

Questões de Sintaxe para Língua Portuguesa da Receita Federal

Questão 8 (MPE-BA/2022)

A frase abaixo em que os dois termos sublinhados NÃO mostram a mesma função no texto é:

A) Um fechamento do Congresso nem sempre é um retrocesso, porque pode ser uma medida de aceleração do processo democrático.

B) Nós queremos um regime que não seja apenas da raposa, queremos um regime da raposa e da galinha, onde existam espaço para os dois.

C) As mulheres dos outros candidatos ao governo do Estado de São Paulo são simplesmente esposas. Eu não.

D) Se você anda de montanha-russa durante nove anos, acaba tendo vontade de andar de alguma outra coisa.

E) Se gordura fosse engraçada, não haveria necessidade de humorista. Bastava o pessoal comprar um quilo de toucinho e rir o ano todo.  

Comentário:

Antes de mais nada, esta questão trabalha a diferença entre o adjunto adnominal e o complemento nominal, tópico que costuma confundir bastante os candidatos. Segue um breve resumo para você ver as diferenças:

Adjunto AdnominalComplemento Nominal
Sempre acompanham substantivo.Acompanham substantivo, adjetivo ou advérbio.
O substantivo pode ser concreto ou abstrato.O substantivo é sempre abstrato.
Valor semântico ativo, de posse.Sempre acompanhados de preposição.
Valor semântico passivo.
Tabela 1 – Diferenças entre o adjunto adnominal e o complemento nominal.

Vamos analisar individualmente as alternativas:

A) Complemento nominal nos dois casos. Os termos sublinhados são abstratos e possuem valor passivo (o Congresso é fechado; o processo democrático é acelerado).

B) Adjunto adnominal nos dois casos. Os termos sublinhados são concretos e possuem valor ativo (a raposa e a galinha possuem um regime).    

C) Adjunto adnominal nos dois casos. Os termos sublinhados são concretos e possuem valor ativo (o candidato possui uma mulher; o Estado de São Paulo possui um governo).  

D) Adjuntos adverbiais de meio nos dois casos. Repare que não há nomes em avaliação na assertiva, mas sim o verbo andar. Os adjuntos retratam o meio, a maneira como anda.

Ressaltamos que não há possibilidade de os termos sublinhados serem complementos verbais porque o verbo andar é intransitivo.

E) Complemento nominal e adjunto adnominal, respectivamente. No primeiro caso, o termo sublinhado é abstrato e possui valor passivo (o humorista é necessitado por alguém). Porém, no segundo caso, o termo sublinhado é concreto e possui valor ativo (o toucinho pesa um quilo).  

Gabarito: Letra E.

Questão 9 (SSP-AM/2022)

A frase abaixo que mostra um erro quanto à colocação de um pronome pessoal é:

A) “Não são apenas nossos erros que nos arruínam, mas o modo como agimos depois de cometê-los.”

B) “Admita seus erros antes que alguém exagere-os.”

C) “Existe, sem dúvida, um remédio para cada culpa: reconhecê-la.”

D) “A maioria das pessoas gasta mais tempo e energia ao falar dos problemas do que ao enfrentá-los.”

E) “Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.”

Comentário:

Por ser palavra atrativa e invariável, o pronome indefinido “alguém” puxa o pronome pessoal oblíquo átono “os” para a frente do verbo. Sendo assim, a construção correta seria: “Admita seus erros antes que alguém os exagere.”.

Não há erros de colocação pronominal nas demais frases.

Gabarito: Letra B.

Questão 10 (MPE-GO/2022 – Adaptada)

“Quando amanhã alguém quiser escrever a história da vida brasileira deste último quarto de século terá, com certeza, muita dor de cabeça. Pois os tempos são confusos; e há tanta história, que hoje a gente não consegue saber direito; e os escritos desta época andam tão cheios, ora de inverdades, ora de subentendidos, ora de omissões e enganos, que, entre as linhas e entrelinhas dos documentos, o historiador ficará a coçar o queixo – se for um homem prudente. […] Direito por linhas tortas, torto por linhas direitas, assim escrevemos todos, sem falar do que dizemos e não dizemos nas entrelinhas. Pois assim são os tempos.”

(Ordem do dia, 03/06/1944)

Assinale a opção que apresenta o trecho do texto que tem seu significado corretamente indicado:

A) “que hoje a gente não consegue saber direito” / consequência.

B) “que, entre as linhas e entrelinhas dos documentos, o historiador ficará a coçar o queixo” / causa.

C) “se for um homem prudente” / explicação.

D) “assim escrevemos todos” / conclusão.

E) “Pois assim são os tempos” / comparação.

Comentário:

Vamos analisar individualmente as alternativas:

A) Consequência. Tente reescrever para facilitar o entendimento: “Como os tempos são confusos e há tanta história, consequentemente a gente não consegue saber direito.”. O “que” introduz uma oração consecutiva.   

B) Consequência. Repare que podemos fazer uma construção parecida com a da alternativa anterior: “Como os escritos desta época andam cheios…, consequentemente o historiador ficará a coçar o queixo.”.

C) Condição. Veja que a prudência é um pré-requisito para o historiador coçar o queixo: “o historiador ficará a coçar o queixo – se for um homem prudente.”. Se ele não for prudente, não irá coçar.

D) Modo. Ao mencionar “Direito por linhas, torto por linhas direitas” pouco antes do trecho, é como se fossem citados exemplos do modo de escrever. O “assim” geralmente é conclusivo, mas veja que nesse caso não é.

E) Explicação. Apesar da presença do “assim”, veja que o contexto é diferente do apresentado na alternativa anterior. Além disso, o autor introduziu o “pois” para reforçar o contexto explicativo.

Gabarito: Letra A.

Questões de Ortografia e Pontuação para Língua Portuguesa da Receita Federal

Questão 11 (MPE-GO/2022)

A falta de correspondência perfeita entre os sons e as letras aparece em nossa língua numa série de pontos.

Assinale a opção em que isso não aparece comprovado nos exemplos:

A) a presença do H mudo em alguns vocábulos: honra, herói.

B) a possibilidade de duas letras representarem o mesmo som: asa, azar.

C) a existência de sons que podem ser representados de formas diferentes: roupa, carro.

D) a dupla grafia de uma mesma palavra: alevantar/levantar.

E) a presença de uma grafia única para diferentes pronúncias como nas de Brasil e Portugal: fazê (BR), fazeire (PT).

Comentário:

De fato, existe uma dupla grafia para a palavra levantar. Mas isso não interfere no som. Como a questão mencionou a falta de correspondência entre sons e letras e a alternativa D não trata disso, ela seria o gabarito. Todas as demais alternativas estão corretas.

Vamos destacar nessa questão as letras B e C, que podem gerar dúvidas. Na letra B, veja que as letras S e Z provocam o mesmo som nas palavras asa e azar.

Por outro lado, na letra C, destacamos que a letra R está presente em roupa e carro de formas diferentes (1 R e 2Rs, respectivamente), porém o som de ambas as palavras é o mesmo.

Gabarito: Letra D.

Questão 12 (PC-RJ/2022)

Em cada frase abaixo há uma oração reduzida sublinhada; a substituição indevida dessa oração por uma forma nominal equivalente é:

A) Para resolver problemas do país, eu conversaria até com o demônio / Para a solução dos problemas do país.

B) Protegendo os macacos, estaremos protegendo a nós mesmos, porque eles são os animais mais próximos do homem / Com a proteção dos macacos.

C) Estarão os brasileiros menos preparados que os bolivianos para participar de um regime democrático? / para a repartição de um regime democrático?

D) Não basta salvar focas e baleias. É preciso garantir a vida das crianças / a garantia da vida das crianças.

E) Eu não vou me opor à proposta de transformar a Amazônia em patrimônio da humanidade / de transformação da Amazônia em patrimônio da humanidade.

Comentário:

O verbo participar possui sentido distinto do substantivo repartição. Nesse contexto, participar significa integrar, compor, enquanto repartição significa divisão. Em razão disso, a substituição indevida está na letra C.

Nas demais alternativas, a banca trouxe substantivos equivalentes aos verbos da oração reduzida (proteger/proteção, garantir/garantia, transformar/transformação). Destacamos a letra A, em que o verbo resolver foi substituído pelo substantivo solução. Mas veja que não há prejuízo quanto ao sentido.

Gabarito: Letra C.

Questão 13 (SEFAZ-ES/2022)

Observe a seguinte frase: “Para todos os males, existem dois remédios: o tempo e o silêncio.”

Assinale a opção que apresenta a forma inadequada de reescrever-se essa frase.

A) Existem dois remédios para todos os males: o tempo e o silêncio.

B) Existem, para todos os males, dois remédios: o tempo e o silêncio.

C) O tempo e o silêncio são dois remédios aplicados para todos os males.

D) Dois remédios há para todos os males: o tempo e o silêncio.

E) Para todos os males o tempo e o silêncio podem ser utilizados como remédios.

Comentário:

Vamos analisar individualmente as alternativas:

A) Adequada. Veja que a banca fez apenas um deslocamento do adjunto adverbial “para todos os males”, mas sem comprometer a escrita.

B) Adequada. Bem parecida com a letra A, a banca deslocou o adjunto adverbial, intercalando-o com vírgulas.

C) Inadequada. Uma coisa é afirmar que os remédios existem; outra coisa é afirmar que eles são aplicados. A alternativa mudou o sentido da frase. Mas o problema principal foi a regência do aplicar. O verbo pede a preposição “a” ou “em”, mas a frase trouxe-o acompanhado de “para”.

D) Adequada. Essa alternativa poderia ter deixado muitos candidatos em dúvida, em razão da construção “Dois remédios há”. Veja que é a mesma coisa que dizer “Há dois remédios” ou “Dois remédios existem”. Embora soe estranho, não há incorreção.

E) Adequada. Outra alternativa que poderia ter causado dúvidas, em razão do deslocamento do adjunto adverbial “para todos os males”. Como ele é composto por 4 palavras, o candidato poderia entender que o adjunto é de longa extensão e requerer o uso de vírgulas.

Nesses casos, o melhor é resolver por eliminação. Entre a letra C, que apresenta a inadequação com clareza, e a letra E, que apresenta uma possível inadequação (dependendo do entendimento), marque a letra C.

Gabarito: Letra C.

Conclusão

Em suma, apresentamos neste artigo uma bateria de questões comentadas da banca FGV para a disciplina de Língua Portuguesa do edital da Receita Federal. Conforme vimos, as questões são uma forma bem prática de medir seu desempenho e reforçar o nível da sua preparação. 

Independentemente de como tenha se saído hoje, não desanime e faça do aprendizado por questões um norte para a sua vitória. Nesse sentido, recomendamos a utilização do Sistema de Questões do Estratégia para você praticar. O acesso é feito pelo link: https://concursos.estrategia.com/.

Por fim, caso você sinta necessidade de reforçar o conteúdo, lembramos que o Estratégia oferece diversos cursos em pdf, videoaulas e áudios para você ouvir onde quiser. Saiba mais sobre todos os nossos cursos disponíveis na plataforma por meio do link https://www.estrategiaconcursos.com.br/cursos/concurso/.

Bons estudos e até a próxima!

Cristiane Selem Ferreira Neves é Bacharel em Ciência da Computação e Mestre em Sistemas de Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de possuir a certificação Project Management Profissional pelo Project Management Institute (PMI). Já foi aprovada nos seguintes concursos: ITERJ (2012), DATAPREV (2012), VALEC (2012), Rioprevidência (2012/2013), TJ-RJ (2022) e TCE-RJ (2022). Atualmente exerce o cargo efetivo de Especialista em Previdência Social – Ciência da Computação no Rioprevidência, além de ser colaboradora do Blog do Estratégia Concursos.

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Cristiane Selem Ferreira Neves

Cristiane Selem Ferreira Neves é Bacharel em Ciência da Computação e Mestre em Sistemas de Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de possuir a certificação Project Management Professional pelo Project Management Institute (PMI). Já foi aprovada nos seguintes concursos: ITERJ (2012), DATAPREV (2012), VALEC (2012), Rioprevidência (2012/2013), TJ-RJ (2022), TCE-RJ (2022) e CGE-SC (2022/2023). Atualmente exerce o cargo efetivo de Auditora de Controle Externo – Tecnologia da Informação e integra o corpo docente da Escola de Contas de Gestão do TCE-RJ, além de ser produtora de conteúdo dos Blogs do Estratégia Concursos, OAB e Carreiras Jurídicas.

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