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Lei de Benford e indícios de fraude na eleição 2018

Nestas eleições de 2018, assim como ocorreu nas eleições de 2014, houve um trabalho técnico analisando as totalizações das urnas, para verificar se seguem uma lei estatística chamada de “Lei de Benford”. Dado que o TSE não permite auditoria externa, e dado que a justiça se recusou a implementar o voto impresso, este tipo de análise acaba sendo o único recurso disponível para que um agente externo (ou seja, distinto da própria justiça eleitoral) avalie a regularidade das apurações.

Os exames apontaram cerca de 77% de inconsistências, o que é um forte indício de que houve de fato fraude nas eleições 2018.

Durante a apresentação dos trabalho, a equipe do site Brasil Paralelo usou recorrentemente o argumento de autoridade, elencando várias entidades de prestígio que empregam a Lei de Benford em vários tipos de situação.

Argumentou-se ainda que um cidadão comum não precisa conhecer o funcionamento exato de um exame de DNA para confiar nele. Assim também ocorreria com a Lei de Benford: bastaria saber que ela dá um resultado confiável e que a metodologia funciona.

Contudo, no caso do exame de DNA, um cidadão comum, apesar de não saber como é feito (é o meu caso!), concorda com a ideia base: comparar carga genética do filho com a do suposto pai. É algo que é facilmente aceito, é razoável, está de acordo com o senso comum.

Já no caso da Lei de Benford isso não ocorre: imaginar que há situações nas quais os dígitos iniciais dos números envolvidos não seguem uma distribuição uniforme (com mesmas quantidades de dígitos 1, 2, 3, …, 9) não é trivial. De modo que o mesmo cidadão comum que aceita o exame de DNA fica com uma pulga atrás da orelha quando ouve falar nessa tal de Lei de Benford.

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Abraços,

Vítor Menezes

Vitor Menezes

Ver comentários

  • Professor, a Lei de Benford considera fatores sociais e geográficos ? Por exemplo, o Nordeste vota mais em tal canditado, mas as capitais votam mais em outros ? Enfim, existe uma extratificação para aplicá-la? O tema é instigante.

  • Caro, Vitor Menezes

    Não é bem assim. Vi o seu vídeo (ótimo e muito didático, diga-se), mas restringirei minhas críticas a esse seu texto aqui.

    Fiquei com a impressão que o senhor demonstrou má vontade em relação a esse projeto independente que, de forma legitima e motivada, tenta questionar o nosso sistema de processo eleitoral, que não possui qualquer garantia de confiabilidade e ao longo dos anos tem acumulado recorrentes denúncias de irregularidades e possíveis fraudes, que JAMAIS são averiguadas de fato pelo TSE, que se limita apenas a dizer que eram falsas antes mesmo de investigar, coagindo o cidadão que denuncia com ameaça de processo, a exemplo dessa última votação.

    Nesse texto o senhor "pinçou" UM EXEMPLO que aquele analista apresentou na entrevista com o Brasil Paralelo para alegar que ele apelou para a falácia do argumento de autoridade (famosa carteirada), para botar em "xeque" toda análise desse projeto. Não foi isso e tampouco eles se apoiaram unicamente nesse exemplo para defender a aplicabilidade do modelo.

    Ele quis ILUSTRAR ou DEMONSTRAR casos práticos do uso da Lei de Benford, a título de exemplo e para um publico e um ambiente pouco familiarizado com a referida metodologia, embora já seja familiar ao TCU. Ele apenas disse que ela é não só conceituada e confiável pelos mais diversos agentes, como tem aplicação prática. De modo algum sustentou a reputação e aplicabilidade do método nesses exemplos. ADEMAIS, disse que o método é matemático e estatístico, neutro, já aplicado com sucesso em processos eleitorais de outros países e perfeitamente reproduzível por qualquer pessoa interessada, conforme os preceitos elementares da pesquisa científica.

    Por outro lado, quando apresentou esses exemplos, ele JAMAIS disse que a metodologia por si só é suficiente para atestar fraude, pois ela apenas é um ótimo recurso para uma averiguação preliminar, para se encontrar indícios e, a partir dai, utilizar outras técnicas de auditoria para um verdadeiro aprofundamento, sobretudo no aspecto material. Aliás, é a praxe da auditoria, utilizar de múltiplos métodos e técnicas, bem como reunir variadas evidências. Porém, ele ressaltou que a investigação do elemento material é prejudicada pela desmaterialização do voto digital, além dos embaraços criados pelo TSE que proíbe acesso amplo as urnas e ao código fonte do software, o que torna inviável uma auditoria ampla.

    Consta que o senhor é professor e também que já fez concursos da área fiscal (onde há a disciplina "Auditoria"). Então, fiquei surpreso com a sua má vontade e excesso de críticas em relação a esse projeto humilde e independente. Tudo bem que o senhor tentou direcionar suas críticas aos aspectos matemáticos e estatísticos, mas necessariamente entrou no terreno da auditoria. O senhor estudou auditoria, então sabe muito bem que não existe essa conversa do juridiquês de "in dubio pro reo" nas contas dos agentes e firmas auditadas, ou seja, há a inversão do ônus da prova. ESTÁ NOS MANUAIS DE AUDITORIA: a auditoria externa ou independente deve COMPROVAR tanto a fraude, erros ou omissões, quanto COMPROVAR a correção, precisão e lisura das contas auditada. Se o auditor não consegue comprovar nenhum ou nem outro, o auditor então se abstém de dar opinião. EXATAMENTE o que ocorreu na auditoria independente promovida pelo PSDB nas urnas de 2014, que foi não só inconclusiva como foi crítica ao TSE, por este criou vários embaraços e dificuldades na investigação dos auditores.

    Ademais, está na CF/88 que o princípio da transparência e publicidade. O processo eleitoral é uma sucessão de atos administrativos, e este deve ser público e transparente, para ter conferido e inspecionado por qualquer cidadão. Mas o TSE descumpre isso utilizando todo tipo de subterfúgio e até de falácias, como demonstraram quando inviabilizaram a impressão do voto. É inadmissível a apuração ser secreta e o voto ser desmaterializado (por ser digital) e inviabilizar a recontagem.

    Para falar a verdade, fiquei bem frustrado com o seu texto, especialmente por ter sido publicado nesse blog, pois quando vi o título do seu artigo esperava ler uma aula e demonstração prática dos preceitos da auditoria externa. Não esperava ler críticas (pobres) a uma tentativa legítima de auditar o sistema eleitoral brasileiro, a despeito de todo autoritarismo do TSE e das dificuldades que ele cria para impedir esses empreendimentos.

    Já pensou, caro Vitor, que ridículo seria uma Petrobrás, que possui ações na Bovespa, portanto, depende de credibilidade nas contas para captar recursos, se desse ao luxo de não ter auditoria? Ou, ainda, fosse permitido nos manuais de auditoria externa o "in dúbio pro reo"? A Petrobrás simplesmente seria encorajada a criar todo tipo de embaraço aos auditores, ocultando passivos, elementos materiais de fraude ou maquiando de toda forma as contas e elementos que poderiam motivar uma opinião adversa do auditor. Ai, o auditor, com fortes suspeitas diante dos embaraços e da situação atípica das contas, não poderia apresentar qualquer opinião que atestasse uma fraude, erro ou omissão, pois não teria como comprovar nada. Ou seja, não comprovou nada de errado, mas tampouco nada de correto. Mas isso não impediria que a sua credibilidade fosse questionada, bem como o valor de suas ações reduzissem a pó. É EXATAMENTE o que ocorre com TSE, que não só inviabiliza como proíbe a auditoria externa, por razões que desconheço. Mas essa atitude dessa corte apenas fere de morte esse sistema eleitoral que é insustentável, pois a insatisfação e perda da credibilidade é crescente. Esse autoritarismo apenas vai estimular um ambiente revolucionário ou de anarquia nesse país, basta lembrar dos protestos recentes que por pouco não descambaram em coisa pior, mas parece que nossas autoridades vivem em "bolhas" e não se dão conta do perigo de uma população revoltada.

    Portanto, penso que o SEU argumento e do próprio TSE não procedem, pois nada garantirá a lisura e confiabilidade do processo eleitoral sem que haja algum dia uma auditoria externa ampla para COMPROVAR tais requisitos indispensáveis para um processo eleitoral seguro, bem como para uma democracia plena nesse país. Por mais que o projeto do Brasil Paralelo se esforce, jamais conseguiriam essa auditoria nas condições atuais. Assim, o ônus da prova é do TSE/STF, porque são eles que têm a obrigação de provar e garantir que o processo é seguro e confiável.

  • "Dado que o TSE não permite auditoria externa". De onde viria essa informação? Dado que o TSE faz sim auditoria externa, com ampla divulgação, disponibilizando códigos fontes para os melhores profissionais da área de informática encontrarem falhas. Embora encontrem as falhas, essas São corrigidas pelo TSE e numa nova tentativa não as encontram mais.
    Por isso achei equivocado dizer que o TSE não permite auditoria externa.

  • pois é!!! claramente era pra esse presidenciavel que faz caixa 2 e foge de debates não ter ido pro segundo turno com tantos votos! fraude clara. mas pelo menos o voto não é impresso, já pensou na roubalheira? ele ganharia logo no primeiro turno. mas ainda temos a chance de não elege-lo. #elenão

  • A lei de Benford é a constatação de que, em números gerados de forma “natural” (sem escolha arbitrária por humanos), os dígitos menores (1, 2, 3…) tendem a aparecer com mais frequência do que dígitos maiores (…7, 8, 9). Nesses casos, cada dígito costuma aparecer com uma frequência aproximada específica, seguindo a lei de Benford. Se um relatório contábil, por exemplo, apresenta muitos números figurando o dígito 9, e o dígito 2 aparece pouco, isso pode ser indício de adulteração, pois um humano manipulando números o faz artificialmente, sem obedecer a lei de Benford.

  • https://projetocomprova.com.br/post/re_2B5W8XZQGoGN

    " Enganoso

    A Lei de Benford, o conceito matemático que baseia o vídeo, não é considerada algo sólido na literatura acadêmica para apontar se uma eleição foi ou não fraudada.

    Evidência insuficiente

    Especialistas e estudos consultados pelo Comprova atestam que a lei matemática, por si só, não é capaz de provar irregularidades."

  • É inacreditável que o Estratégia esteja agindo politicamente nesta eleição tão polarizada, reforçando o argumento do Bolsonaro para justificar um ataque direto às instituições democráticas.

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