Concurso MP RJ: sugestões de recurso – Técnico Área Administrativa

As provas objetivas do concurso do concurso MP RJ foram aplicadas no último domingo (11/05) e aqui você poderá conferir as sugestões de recursos para o cargo de Técnico – área administrativa.

Os recursos foram elaborados pelos professores e especialistas do Estratégia Concursos com base neste caderno.

Lembre-se que o recurso é individual e a cópia pode resultar na anulação da sua interposição. Confira as sugestões na transcrição logo abaixo!

Sugestões de recursos – MP RJ: Língua Portuguesa

Olá, pessoal. Seguem os recursos cabíveis, nas questões 8, 12 (já aprofundada na correção) e 22 do caderno amarelo, prova 3. 

OBS: Na questão 7, eu apontei o erro corretamente no gabarito no vídeo, a ausência da preposição “de”, mas indiquei o gabarito errado, por lapso mesmo. Então, não vamos propor recurso. 

Quanto às demais, há sólida e farta fundamentação para os recursos. 

QUESTÃO 8

O gabarito da banca foi alternativa C. 

Embora exista um viés na tese do Senador, não podemos dizer que esse motivo é “ razão pessoal pouco digna”. A Lei nº 13.104/2015, que define o feminicídio, também o inclui na lista de crimes hediondos. O mero fato de o senador ter um irmã morta vítima de feminicídio não faz que o argumento da pena máxima seja uma razão pessoal “pouco digna”. Com esse gabarito, a banca, inclusive, minimiza a gravidade do crime. 

Propõe-se alteração para letra B, em que o argumento de Rosa não deve ser considerado, por ela não praticar aquilo que prega. A hipocrisia e a contradição na B enquadram o comentário na falácia Ad Hominem, em que a pessoa é descreditada, em vez de a ideia em si ser refutada. 

Nesse sentido, segue lição do Manual de Lógica Informal de Douglas N. Walton. 

Assim, a altercação é caracterizada pelo falacioso ataque ad hominem (ataque contra a pessoa e não contra o argumento) e por argumentos emocionais que não seriam considerados pertinentes por padrões mais razoáveis. […]

falácia argumentum ad hominem ocorre quando alguém critica um argumento atacando pessoalmente o argumentador em vez de considerar os méritos de seu argumento. Em alguns casos, questões de caráter e conduta pessoal são pertinentes quando se considera um argumento. Mas, quando não são, acontece então a falácia ad hominem.

É o que temos na B, em que a argumentadora é descrita como hipócrita; mas não na C, porque ter uma irmã vítima de Feminicídio não pode ser considerado um indício de argumentação desonesta, nem um ataque à figura do Senador. 

QUESTÃO 12

O Gabarito da banca foi a alternativa E. 

Propomos anulação da questão, pois nela ocorre evidente falácia do estereótipo, um subtipo de generalização apressada, feita sobre grupos sociais específicos. 

Temos um processo indutivo defeituoso, pois a partir de APENAS UM EXEMPLO, cria-se uma regra geral: os técnicos de futebol são muito supersticiosos. 

Não se pode afirmar que os técnicos em geral sejam supersticiosos com base em apenas um exemplo específico e isolado, a amostra é mito pequena para fundamentar essa generalização. 

Eis a prova: a própria banca identifica essa falácia de generalização indevida em diversas questões anteriores. 

Na mais recente, temos clara identificação de generalização excessiva, com fundamento, inclusive, em um estereótipo sobre os cariocas: 

FGV / 1ª REGIÃO / 2024

A frase abaixo que apresenta um exemplo de má argumentação, apoiado numa generalização excessiva, é: 

E Os cariocas não gostam de trabalhar: basta ver a praias cheias de gente em dias úteis. (GABARITO)

No concurso da CVM / 2024, a banca define com suas próprias palavras a falácia da generalização excessiva: 

FGV / CVM / 2024

Se todos os estudantes lessem bons livros, sua situação escolar seria certamente bem melhor. / Ocorre uma generalização excessiva, que produz uma conclusão a partir de uma evidência insuficiente.

FGV / TRT 10ª / 2022

Numa reunião de departamento, um professor mostrou os péssimos resultados de seus alunos no primeiro semestre para demonstrar a falência do ensino universitário.

Essa argumentação do professor mostra um problema, que é

E uma generalização excessiva, pois fez uma dedução para um todo (o ensino universitário), que pode ser injusta. (gabarito)

Na questão acima, a banca reconhece que um exemplo não é base suficiente para fazer uma generalização justa. 

FGV / Câmara dos Deputados / 2023

Todos os fragmentos textuais a seguir são do tipo argumentativo. Assinale a opção em que o texto se apoia na construção de um estereótipo.

E Como os italianos falam com as mãos, saia do lado deles quando estiverem discursando. (gabarito)

FGV / Pref. Boa vista / 2018

Segundo um informe recente, uma firma estrangeira insistiu em abrir uma filial no estado de São Paulo porque “os paulistas são muito trabalhadores”.

Esse argumento (entre aspas) se apoia num(a):

A simplificação exagerada;

B falsa analogia;

C estatística tendenciosa;

D troca entre causa/efeito;

E estereótipo. (gabarito)

QUESTÃO 22

O gabarito da banca foi alternativa A. 

Propomos alteração para B, pois qualquer dicionário comprova que “não gostar” não é, em absoluto, sinônimo de “detestar”. A forma “não gostar” apenas indica falta de apreço ou afinidade com alguns juízes, ao passo que “detestar” expressa aversão, ódio, um sentimento muito mais extremo. 

Fundamento com o consagrado dicionário Caldas Aulete: 

A palavra “gostar” nem aparece na definição. 

Agora, no dicionário Michaelis: 

Ao equiparar semanticamente “detestar” e “não gostar”, a banca ignora a diferença prática inegável de intensidade desses vocábulos.