Notícia

Concurso IGP RS – Perito Criminal: sugestões de recursos!

Quer interpor recursos contra os gabaritos do concurso IGP RS? Confira as possibilidades neste artigo!

concurso público do IGP RS (Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul) teve suas provas aplicadas no último domingo, 14 de dezembro. Os gabaritos preliminares da etapa já foram divulgados!

Pretende interpor recurso contra o gabarito do concurso IGP RS para o cargo de Perito Criminal? Então, atenção: todo o processo deve ser realizado entre os dias 17 e 23 de dezembro, em link específico no site da Fundatec.

E, para te ajudar, nossos professores analisaram as respostas e identificaram algumas possibilidades de recursos. Confira abaixo e não perca o prazo!

Língua Inglesa

Professora Andréa Belo

Space power: The dream of beaming solar energy from orbit

Harvesting solar energy in orbit and beaming it down to Earth is a decades-old idea. Now, a growing number of companies say they could finally make it a reality.

At an American football stadium in Florida last March, an unusual test took place. It wasn’t footballs being thrown, but beams of light fired across the length of the pitch. The concentrated streaks of light lasted for a few minutes, sent from an emitter on one side of the Jacksonville Jaguars’ stadium and collected on a screen on the other.

The light had been collected from the Sun and then beamed out by large lenses on the field, each about 1.2 metres (4ft) tall, acting like magnifying glasses. “We had to get up a ladder to pull the cover off”, said Andrew Rush, chief executive of the Florida-based company Star Catcher, which carried out the test. “We beamed 100 watts about 105 metres.”

The goal was simple: to see if sunlight could be beamed across space to power satellites or even cities on Earth.

Space-based solar power aims to capture sunlight in orbit and _______________ it to the ground as clean, renewable energy. Solar panels on Earth are limited by the atmosphere, the weather and the day-night cycle. But in space, sunlight can be collected almost constantly, at much higher _______________.

He recalled telling his father about the idea, who thought it sounded rather unrealistic. Yet, as engineer David Homfray explained, “Space-based solar power makes the energy transition work”. Some estimates suggest it could one day provide up to 80% of Europe’s renewable energy needs.

Still, making it work is no small task. It would require enormous satellite structures, complex operations and countless rocket launches. And there are cheaper renewable solutions that could come online far faster — a crucial point if the world is to replace fossil fuels in time to limit global warming.

The concept itself is not new. Science-fiction writer Isaac Asimov imagined it in 1941, and NASA studied it in the 1970s and 1990s. Back then, it was dismissed as too costly and technically unrealistic. But modern advances in rocket design, robotics and energy transmission have made it more feasible.

Today, several countries — including the US, the UK, Japan and China — are investing in prototypes. One approach involves using infrared lasers to beam power to the ground, while another envisions vast solar stations in orbit that could supply electricity to entire countries.

However, not everyone agrees it’s viable. Critics warn about the risks of increasing space _______________ and the difficulty of managing thousands of satellites safely. Others question whether such huge orbital structures would even be legal under international space treaties.

NASA’s recent reports say the technology remains more expensive than terrestrial renewables, yet progress is undeniable. “Once you make that initial investment”, said Michelle Hanlon, a space-law expert, “that power is literally free”.

Whether space-based solar power will ever become practical remains uncertain. But for now, it represents a bold vision of how humanity might one day capture sunlight beyond the atmosphere — and beam power directly from the stars.

www.bbc.com/future/article/20251029-the-beam-dream-should-we-build-solar-farms-in-space – text adapted for this test

16. Analyse the following statements about some grammatical structures in the text:

I. The verb form “could finally make” (l. 02) expresses a future possibility.
II. The sentence “The light had been collected from the Sun” (l. 07) is in the passive voice.
III. The clause “whether such huge orbital structures would even be legal” (l. 34) expresses a condition.

Which ones are correct?

(A) Only I.
(B) Only II.
(C) Only I and II.
(D) Only II and III.
(E) I, II and III.

RECURSO:

A Questão 16 requer a análise de três afirmações sobre estruturas gramaticais no texto fornecido:

I. The verb form “could finally make” (l. 02) expresses a future possibility. → Correta (modal “could” indica possibilidade futura a partir do presente).

II. The sentence “The light had been collected from the Sun” (l. 07) is in the passive voice. → Correta (past perfect passive).

III. The clause “whether such huge orbital structures would even be legal” (l. 34) expresses a condition.

A controvérsia reside exclusivamente na afirmação III.

De acordo com gramáticas autorizadas da língua inglesa:

  • “Whether” é primariamente empregado para introduzir indirect questions (perguntas indiretas) que expressam dúvida, incerteza ou alternativas binárias (yes/no ou A or not), conforme Cambridge Dictionary (“We can use if or whether to report indirect yes-no questions”), Merriam-Webster (“Whether is a conjunction that usually starts a subordinate clause that expresses an indirect question involving two stated or implied possibilities or alternatives”) e Grammarly (“Whether is a conjunction used to introduce an indirect question or to express a choice between alternatives”).
  • “I””, por sua vez, é o conector típico para conditional clauses propriamente ditas, introduzindo uma condição que desencadeia uma consequência (Cambridge: “If introduces conditional clauses”).

No trecho do texto (“Others question whether such huge orbital structures would even be legal under international space treaties”), a cláusula introduzida por “whether” funciona como objeto do verbo “question”, configurando uma indirect question que expressa dúvida hipotética sobre a legalidade, e não uma condição causal ou hipotética clássica (do tipo “if X, then Y”).

Embora o verbo “would” confira hipoteticidade à cláusula, essa hipoteticidade está embutida na dúvida (indirect question), e não transforma a estrutura em uma conditional clause. Fontes como Merriam-Webster e Vedantu reforçam a distinção: “Reserve if as the word to introduce a condition” e “Whether introduces clauses that present alternatives or choices, often in indirect questions”.

Assim, a afirmação III é tecnicamente incorreta, pois a cláusula não “expresses a condition” no sentido gramatical preciso exigido em questões de concurso público, que demandam rigor terminológico.

Consequências para o gabarito:

  • As afirmações corretas são apenas I e II.
  • Caso o gabarito preliminar considere III correta (aceitando a alternativa E – I, II and III), solicita-se a alteração para a alternativa C (Only I and II).
  • Subsidiariamente, reconhece-se que o emprego de “would” pode gerar interpretação de hipoteticidade condicional indireta, configurando ambiguidade no enunciado da afirmação III (que não especifica “conditional clause” vs. “hypothetical doubt”). Tal ambiguidade viola o princípio da objetividade e clareza em provas objetivas (art. 37, caput, CF/1988), justificando a anulação da questão ou a aceitação dupla de alternativas (C e E).

Nestes termos, pede deferimento.

Criminalística

Sobre os tipos de morte relacionados às reações químicas completa e incompleta do gás oxigênio, analise as situações abaixo e o modo pelo qual ocorre o óbito em cada uma delas:

  • Saco plástico amarrado no pescoço com abraçadeira.
  • Local fechado com funcionamento de churrasqueira.
  • Carro vedado com mangueira do escapamento para dentro do veículo.

Assinale a alternativa que indica, correta e respectivamente, o modo de óbito correspondente às situações acima.

A Ilustre Banca Examinadora divulgou como gabarito oficial a alternativa C: “Asfixia por CO₂ – intoxicação por CO – intoxicação por CO”.

Da Fundamentação para Anulação

Com o devido respeito à Ilustre Banca, o gabarito apresentado contém um erro técnico e conceitual insanável que compromete a validade da questão. A doutrina majoritária, notadamente as obras de Genival Veloso de França e Hygino de Carvalho Hercules, estabelece uma classificação técnica precisa que diverge da terminologia adotada na alternativa considerada correta.

Análise Técnica das Situações

1             Saco plástico amarrado no pescoço: Esta situação caracteriza um ambiente fechado onde a vítima consome progressivamente o oxigênio (O₂) e eleva a concentração de dióxido de carbono (CO₂). O mecanismo de morte é, portanto, asfixia por confinamento, na qual o excesso de CO₂ e a falta de O₂ impedem a hematose. A classificação “Asfixia por CO₂” é, neste contexto, aceitável.

2             Local fechado com funcionamento de churrasqueira: A queima de carvão em ambiente com pouca ventilação caracteriza uma combustão incompleta, gerando monóxido de carbono (CO). O CO é um gás que atua como asfixiante químico, pois se liga à hemoglobina com uma afinidade aproximadamente 200 vezes maior que o oxigênio, formando a carboxihemoglobina (COHb). Este processo impede o transporte de oxigênio para os tecidos, resultando em hipóxia tissular. A morte, portanto, ocorre por asfixia por monóxido de carbono.

3             Carro vedado com mangueira do escapamento para dentro: O gás do escapamento de motores a combustão é rico em monóxido de carbono (CO). O mecanismo de morte é idêntico ao da situação anterior: asfixia por monóxido de carbono.

O Erro Conceitual no Gabarito

O erro fundamental da alternativa C (gabarito oficial) reside em classificar a morte por monóxido de carbono como “intoxicação por CO”. Embora o termo “intoxicação” seja usado coloquialmente, a terminologia técnico-científica da Medicina Legal, seguida à risca em concursos públicos para carreiras periciais, é inequívoca.

Genival Veloso de França, em sua obra “Medicina Legal”, classifica a ação do monóxido de carbono como uma modalidade de asfixia por modificação do ar ambiente, especificamente no grupo dos gases irritantes ou asfixiantes. O autor distingue claramente a asfixia (privação de oxigênio) da intoxicação (ação de venenos sobre as células).

Corroborando essa visão, o artigo “Asfixia por monóxido de carbono: achados necroscópicos em um caso de suicídio e considerações médico legais”, publicado na Revista Brasileira de Criminalística (Bordoni & Bordoni, 2017), estabelece que a causa da morte em casos de alta concentração de COHb é “asfixia por CO”.

De forma similar, Hygino de Carvalho Hercules, em “Medicina Legal: Texto e Atlas”, alinha-se à doutrina que diferencia os asfixiantes químicos, como o CO, dos venenos que causam intoxicação por outros mecanismos. A morte por CO é um processo de asfixia tissular, não um envenenamento sistêmico no sentido estrito.

Análise Comparativa das Alternativas

Com base na doutrina consagrada, a sequência correta de eventos seria: Asfixia por CO₂ – Asfixia por CO – Asfixia por CO.

Dessa forma solicito a anulação da questão.

Química Forense

A questão exigia dos candidatos conhecimentos históricos e conceituais acerca da Química Forense, com a correta identificação das assertivas incorretas.

Embora o gabarito preliminar tenha apontado apenas a afirmativa IV como incorreta, observa-se que a afirmativa I também apresenta incorreção, ao afirmar que a Química Forense teria se instituído no Brasil como parte do processo de investigação criminal já no século XVIII.

Tal afirmação não encontra respaldo histórico. Ainda que o enunciado não especificasse o contexto brasileiro, o próprio desenvolvimento da toxicologia forense enquanto campo científico ocorre somente no início do século XIX, tendo como marco o tratado publicado por Mathieu Orfila, em 1814, considerado o pai da toxicologia moderna. Ademais, a institucionalização da Química Forense, mesmo na Europa, dá-se de forma gradual e posterior a esse período.

No contexto brasileiro, a consolidação e a aplicação jurídica da toxicologia forense e da Química Forense ocorrem apenas entre o final do século XIX e o início do século XX, com a criação dos primeiros laboratórios periciais e a estruturação progressiva da perícia criminal, especialmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Dessa forma, resta demonstrado que a afirmativa I incorre em erro histórico e conceitual, razão pela qual também deve ser considerada incorreta. Assim, o candidato requer a revisão do gabarito para a alternativa B – “Apenas I e IV”.

Referências:

DA SILVA MATTOS, Márcio Júlio. Fundamentos de Criminalística. IESDE BRASIL SA.

DE FRANCA, Genival Veloso. Medicina legal. Guanabara Koogan, 2001.

ORFILA, Matthieu Joseph Bonaventure. Traité des poisons tirés des règnes minéral, végétal et animal: ou Toxicologie générale, considérée sous les rapports de la physiologie, de la pathologie et de la médecine légale. Crochard, 1826.

CASPER, Johann Ludwig. A Handbook of the practice of forensic medicine v. 2 1862. New Sydenham Society, 1862.


Para ficar por dentro de todas as informações sobre o concurso IGP RS, além das sugestões de recursos para o cargo de Perito Criminal, não deixe de conferir nosso artigo completo sobre a seleção:

Saiba mais: Concurso IGP RS

Concursos Públicos

Assinatura de 1 ano ou 2 anos

Quer saber tudo sobre concursos previstos?
Confira nossos artigos!

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja os comentários
  • Nenhum comentário enviado.