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Rodada Doha – dez anos de impasses

Oi, Pessoal,

Há dez anos os países membros da OMC vivem um impasse, que parece particularmente insolúvel no curto prazo: trata-se da chamada Rodada Doha de abertura comercial. Recordem-se que os países centrais desejam que os países periféricos abram seus mercados para os produtos de alta tecnologia, compras governamentais e reconhecimento de todas as patentes.
Do outro lado temos os países periféricos lutando contra o protecionismo tarifário e não tarifário, praticado pelas economias mais desenvolvidas que assim colocam em prática o lema “faça o que eu digo e, não o que eu faço”.
A situação se torna ainda mais crítica diante da crise na Europa/EUA que desvia as prioridades do comércio para um possível default da Grécia, que ameaça os demais países do grupo dos PIIGS.
Assim o embaixador brasileiro na OMC afirma: as negociações não avançaram desde 2008, ou até retrocederam. ”A OMC hoje é muito mais complexa, há muito mais atores, são 150 países envolvidos”, explicou. “Não sou muito otimista. Há um nível de ambição, sobretudo da parte norte-americana, que não guarda nenhuma relação com a realidade. O raciocínio do negociador americano involuiu”.
Segundo o embaixador, os Estados Unidos argumentam que o mundo mudou ao longo dos últimos 10 anos e uma das principais mudanças é a emergência de uma categoria de países, os emergentes, que se aplicaria, sobretudo, à China, à Índia e ao Brasil. Azevedo conta que os norte-americanos alegam que esses países serão responsáveis por 50% do crescimento mundial na próxima década, que foram países que conseguiram resistir à crise e até alavancar a economia mundial. Por serem países muito competitivos e dinâmicos, teriam que ser tratados de maneira diferente, não merecendo uma flexibilidade nas barreiras econômicas, como os demais países em desenvolvimento.”Então deixou de ser uma rodada de negociação e passou a ser uma rodada de graduação”, definiu o representante do Brasil na OMC. “Então, à luz de todo esse raciocínio, dessa radiografia, a meu ver equivocada porque não traz a realidade dos desafios da economia brasileira, não estou muito otimista com a retomada das negociações de imediato”.
Ocorre que a especialização produtiva, já nos afirma a economia, não é um jogo “ganha ou perde”, ou seja 0 a 0, na verdade ele pode ser “ganha-ganha”, onde países ao tornarem-se referencias para determinados bens e serviços, comtribuem com itens de menor custo/maior qualidade, o que por sua vez, permite a aquisição de mais bens em escala global.
A miopia dos dirigentes parece não ver o óbvio e, o grande problema é que quem paga a conta, invariavelmente é o setor produtivo e a população em geral.
Como exemplo poderíamos citar a recente decisão do governo brasileiro de sobretaxar as importações de automóveis, cuja produção de montagem e peças não seja ao menos 65% no território nacional, ou com peças aqui fabricadas e ainda com algum país que o Brasil mantenha acordos bilaterais como o México, Argentina e Uruguai.
Isto fara com que os automóveis importados nessas condições, fiquem em média, 27 a 30% mais caros. Os neonacionalistas poderiam afirmar que isto é bom porque “defende” a indústria nacional e o emprego, contudo o objetivo do gestor deve ser o maior benefício para o conjunto da coletividade, e com o encarecimento dos preços, ocorre , menor oferta e concorrência, e assim tendência de elevação de preços, reduzindo o excedente do consumidor e portanto do bem-estar.
Ponto polemico, mas que não deixe de ser importante para nossos certames.

Um forte abraço e até a APROVAÇÃO!!!

Alex Mendes

alexmendes@estratégiaconcursos.com.br

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