“Não deixem as más notícias jogarem vocês para baixo. Eu passei por isso e é prejudicial. Quando os concursos chegarem, independentemente de crises, vocês precisam estar preparados.”
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Vitor Costa: Sou formado em Engª de Controle e Automação, tenho 29 anos, nasci em São Paulo, mas bem pequeno mudei-me para São José dos Campos, onde passei minha infância até minha mudança para Campinas. Iniciei minha vida de provas com a aprovação para o colégio da Embraer em 2003, uma ação social da empresa que me proporcionou um colégio de qualidade com bolsa integral.
Em seguida, dei continuidade sendo aprovado para Engª de Controle e Automação na Unicamp, onde realizei minha formação superior. Do final de minha graduação até hoje, atuei por 2 anos no Banco do Brasil e estou prestes a completar 1 ano como escrevente do Tribunal de Justiça de SP, ambos por meio de concurso público.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Vitor: Tive influência com amigos próximos, tanto os que moravam em uma república comigo, quanto os colegas de curso. Havia concursados e eu notava a qualidade de vida e satisfação deles. Assim, busquei mais informações sobre esse “mundão” dos concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro(a), você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Vitor: Minha caminhada foi relativamente longa e pude passar pelas duas opções. Primeiramente, estava em meu último ano de faculdade e fazendo estágio e, apesar disso, consegui manter uma rotina de 2hs de estudos para minha aprovação no Banco do Brasil em 2014. Posteriormente, saí do banco (2016) para me dedicar exclusivamente aos concursos. Permaneci nesta toada durante quase 1 ano e meio, até minha nomeação no Tribunal de Justiça de SP. Por fim, atuando como escrevente, cargo que ainda exerço, pude manter uma rotina firme até a realização do meu sonho: aprovação para Auditor Fiscal.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Vitor: Fui aprovado nos seguintes concursos: escriturário do Banco do Brasil (2014), escrevente do TJSP (2017), escrevente do TJSP Interior (2018) e, por último, auditor fiscal de Santa Catarina (2019). Neste último fiquei classificado em 46º lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Vitor: Sem clichês, foi indescritível. As provas foram muito corridas e eu, que sempre fico até o final, não tive tempo para preencher o gabarito que leva para casa. Cheguei a refazer toda a prova em casa, cerca de 15 dias depois, e tinha a impressão que não ficaria dentro das vagas. Por isso, a emoção foi grande, muito grande.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Vitor: Minha vida social diminuiu muito, de fato. Meus momentos de lazer eram com minha namorada, mas sempre com “hora marcada”. Não cheguei a ser absolutamente radical, nos casamentos e alguns aniversários de amigos(as), eu comparecia e sentia que a pressão dos estudos diminuía.
Estratégia: Você é casado(a)? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro(a)? Se sim, de que forma?
Vitor: Namoro, mas atualmente resido sozinho. Sim, minha família me apoiou e isso me deu forças para continuar. Meus pais buscavam me incentivar e, mesmo quando desconfiavam do meu projeto, evitavam fazer críticas.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Vitor: Para mim foi positivo ter ingressado como escrevente do TJSP (mesmo querendo área fiscal), pois isso me deu maior tranquilidade para a prova de auditor, encarei-a como mais uma oportunidade e não como vida ou morte.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Vitor: Especificamente para o ICMS-SC foram 4 meses, mas já estudava para área fiscal havia 3 anos.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Vitor: Sim. O gosto pelas matérias e a evolução no conhecimento me motivaram, por isso, acredito que uma boa escolha é importante para manutenção do estudo a longo prazo. Eu sempre me visualizei como auditor.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Vitor: Conheci o Estratégia por indicação de duas pessoas: o marido de uma colega de trabalho e uma amiga de minha irmã.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Vitor: Inicialmente usei livros. O lado bom é que são bem explicativos e não gosto de apenas decorar conteúdos. Eu me motivava ao entender a lógica das normas, porém, era um estudo pouco focado e acabei perdendo mais tempo que o necessário. Nas matérias de exatas e contabilidade eu utilizei mais videoaulas, notei que assimilava melhor com as resoluções de exercícios em vídeo, apesar de tomarem mais tempo.
Nos meus últimos 2 anos de estudos para concursos, usei materiais em pdf e os prefiro atualmente, pois os leitores de pdf oferecem recursos que dão mais agilidade nos estudos (ex: ferramentas de busca)
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Vitor: Eu montei meu plano de estudos e sempre fui aprimorando-o. Quando não trabalhava, montei meu cronograma com 3 ou 4 matérias ao dia, já na época em que conciliava trabalho com estudos, fiz de 2 a 3 matérias por dia.
No meio de minha jornada eu fiz vários resumos, no entanto, no pós-edital, eu utilizei os resumos dos próprios professores, em virtude da limitação do tempo. Sempre foquei em exercícios, mas toda vez que tinha dúvidas, revisava a teoria. Neste ponto, vale medir quais matérias tem maior peso para fazer releituras estrategicamente, haja vista o alto tempo gasto com isso.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Vitor: Fechado o ciclo básico da área fiscal e já com alguma experiência, ainda mantive dificuldades em Direito Civil e Economia. A primeira eu busquei focar nos assuntos mais importantes, em vista da extensão do conteúdo, já a segunda eu fui na persistência, errando bastante e revisando.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Vitor: Na semana antecedente foi muito intenso. Consegui tirar folga do meu trabalho e realmente revisei o máximo que pude (cheguei a 12hs por dia). Já na véspera, eu li apenas alguns detalhes para tirar minha ansiedade, busquei relaxar um pouco a mente, que estava cansada.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Vitor: A fase inicial dos meus estudos foi quando mais errei. A falta de revisões e a pressa em avançar no conteúdo prejudicaram minha memorização. A partir do momento que montei meu ciclo de estudos, respeitando-o, dei um salto de qualidade que me aproximou da conquista.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Vitor: O mais difícil foi acompanhar inúmeras notícias de crise no nosso país. Acabei me pressionando e cogitei, sim, desistir da carreira fiscal. Eu cheguei a ficar 1 ano sem estudar especificamente para esta área, concentrando-me em outro concurso. O que me levou a retomar os estudos foi a grande identificação com a atividade e a crença de que eu havia desenvolvido uma boa base de conhecimento.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Vitor: Realizar-me profissionalmente. Desde o início da caminhada eu verifiquei as atribuições de um auditor e sempre sonhei em atuar na área. Este sonho me motivou muito.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Vitor: Para aqueles que estão no início desta caminhada, deixo dois conselhos. Primeiro, estruture um bom ciclo de estudos logo no início, com revisões e muitos exercícios. Eu acabei gastando bem mais tempo que o necessário nesta etapa. Segundo, fiquem informados, mas não deixem as más notícias jogarem vocês para baixo. Eu passei por isso e é prejudicial. Quando os concursos chegarem, independentemente de crises, vocês precisam estar preparados.
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