Aprovado no concurso SEFAZ AL
“Não desista, não se iluda com atalhos e não desvie do objetivo. O resultado pode demorar alguns anos, mas se você não parar de estudar, uma hora a aprovação chega”
Confira nossa entrevista com Renan Bergamaschi de Oliveira, aprovado no concurso SEFAZ AL para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Renan Bergamaschi de Oliveira: Sou formado em Engenharia Mecânica, pela Universidade Federal de Engenharia de Itajubá. Trabalhei como engenheiro de campo, no ramo do petróleo, mais especificamente na área de exploração offshore por 6 anos. Tenho 32 anos e moro em Macaé-RJ, mas sou natural de Formosa-GO.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Renan: Eu buscava, principalmente, uma melhor qualidade de vida, mas também um pouco mais de segurança e estabilidade. Em 2017, por conta da crise do petróleo, perdi meu emprego e sabia que iria demorar um pouco para o setor se recuperar e eu conseguir me recolocar no mercado. Então comecei a pensar em estudar pra concurso.
Além disso, no setor privado eu me dedicava muito, trabalhava 10, 12, 14h por dia. As vezes finais de semana e feriado. O que acabou pesando também na decisão, foi que minha filha estava pra nascer e eu queria ter mais tempo livre pra minha família. Depois que ela nasceu, eu decidi que iria focar em passar em concurso, deixando o setor privado como plano b.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Renan: Eu estava desempregado, então me dediquei somente aos estudos. Porém, também tinha que cuidar da casa e da minha filha para minha esposa poder trabalhar.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Renan: Dentro das vagas, até o memento, a minha primeira e única aprovação foi no Sefaz Alagoas, para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual (fiquei em 37° de 48 vagas). Mas no Sefaz DF, na prova objetiva eu fiquei em 28 de 24 vagas e estou aguardando a realização da prova discursiva.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Renan: No primeiro momento custei a acreditar, porque a banca não solta a classificação, somente as notas. A classificação tem que ser feita manualmente e a gente sempre fica na desconfiança. Mas depois que eu confirmei e a ficha caiu, eu senti alívio! Sensação de dever cumprido e tirei um enorme peso das costas.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Renan: Eu fui me desligando aos poucos da vida social mas sim, continuava saindo com a família e com os amigos, porém bem menos. E, naturalmente, depois de um tempo, a gente vai se distanciando cada vez mais dos amigos e focando nos estudos. Mas eu sempre procurei ter um tempo para relaxar e esvaziar a cabeça.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Renan: Sou casado, tenho 1 filha e 1 filho (o segundo nasceu 4 meses antes da prova). Moro com minha esposa e filhos. Ela me deu todo apoio e nunca reclamou nesse período crítico. Acho que ela acreditava que daria certo e que seria melhor para nossa família. Sou muito grato ao apoio dela, ela é minha companheira e a conquista é nossa.
Meus pais moram longe, mas também sempre me apoiaram e acreditaram em mim.
Somente tenho a agradecer a todos da família, que sempre torceram por mim. O apoio foi importante para eu manter a tranquilidade nos estudos e não me sentir pressionado.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Renan: Sim, acho muito válido. Eu, por exemplo, sempre estudei para auditor fiscal (estadual, municipal, federal…o que viesse pela frente). Mas ao final de 2019, as previsões para essa área eram de menos concursos e estavam saindo bastante concurso na área de tribunais de contas. Então, após as minhas provas de Al e DF, eu comecei a estudar para controle e conciliar com o estudo pra fiscal.
Também cheguei a pensar em fazer concurso na área policial como plano b, pois a área fiscal estava muito concorrida e com poucas vagas. Se eu conseguisse passar na PCDF, por exemplo, eu poderia continuar estudando para fiscal com uma certa segurança financeira.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Renan: 5 dias! Poderia até usar isso como um slogan (hehe). Mas deixe-me explicar…
Comecei a estudar no final de 2017, bem perdido, e comecei pelas matérias básicas de todos concursos (português, raciocínio lógico, direito constitucional e administrativo). Aí saiu edital da ABIN e em janeiro comecei a focar nele para área de economia. Fracasso total! Depois dele eu já estava mais por dentro do mundo do concursos e resolvi focar na área fiscal. Então, em abril de 2018, comecei do zero e de forma mais correta e focado para auditor fiscal.
Fiz todas as provas maiores de fiscal que tiveram em 2018 e 2019 (GO, SC, RS, BA, CG) e, após estas, comecei a estudar específico para o Sefaz DF (acredito que foi em maio de 2019). Acontece que saíram os editais do Sefaz DF e AL com a prova muito perto uma da outra – com intervalo de apenas uma semana entre as duas. Eu tinha que fazer uma escolha, pois apesar de terem quase todas matérias em comum, a legislação específica que tem o maior peso é bem diferente e algumas partes pontuais de outras matérias também são. Decidi focar 100% no DF, pois tinha mais matérias e eu teria um estudo mais completo.
A estratégia foi esquecer Al e estudar a legislação dela somente na semana após a prova do DF. E foi isso que eu fiz. A prova do DF foi no domingo e na segunda eu já tinha virado a chave e começado a estudar a legislação de AL. Foram 5 dias estudando só essa matéria, porque no sábado já ia fazer a outra prova.
As demais matérias de AL eu teria que confiar no conhecimento prévio que eu obtive estudando para o DF. Graças a Deus deu certo.
Por isso digo que estudei só 5 dias especificamente pra Alagoas, mas na verdade foram 2 anos e 3 meses de estudo, pois no final tudo conta pra aprovação.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Renan: Sim, mas realmente o rendimento era menor sem edital. Com edital a gente fica mais motivado e com o objetivo. Por isto gostava de fazer todas os concursos grandes que apareciam, para manter o estudo com mais disciplina.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Renan: Somente PDF, pois precisava de um material direcionado e rápido. Os vídeos são bons quando estamos com dificuldade de entender, mas tomam mais tempo. Por ter uma certa facilidade de aprendizagem, não precisei recorrer aos vídeos e pelos PDF’s eu conseguia estudar mais rápido.
Cheguei a tentar deixar os vídeos na TV enquanto fazia as coisas da casa, mas não focava nem em uma coisa nem em outra. Daí fiquei só no PDF mesmo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Renan: Conheci por indicação. Eu era totalmente perdido no mundo dos concursos. Tinha um amigo que tinha passado no MPU e me deu umas dicas para começar. Ele usou o material do Estratégia e tinha gostado muito. Eu acabei gostando também e sempre estudei pelos PDF’s do Estratégia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Renan: Eu sempre estudei por ciclos, várias matérias por dia, com carga de 1 hora a 2 horas por matéria. No começo eu fazia resumos, mas estava me atrasando muito, logo abandonei e fiz somente grifos. Depois, quando parti para resolver exercícios, fui montando um caderno de erros. Pode-se dizer um resumo com as partes mais importante para usar como revisão.
As matérias eu lia somente uma vez e revisava os grifos 1 ou 2 vezes. Depois era só exercícios e revisão pelos resumos. Os exercícios são fundamentais para aumentar a % de acertos. Depois de 1 ano e meio de estudo, eu praticamente só resolvia exercícios.
No primeiro ano eu fazia uma média de 25h por semana, mas depois cheguei a 35h por semana. Nos meses finais, após meu segundo filho nascer não conseguia mais que 30h e com muito esforço para chegar nisso (rsrs). Não tinha final de semana ou feriado, todo dia era dia para estudar. Claro, quando sentia cansado eu reduzia a carga e descansava, mas tinha uma meta semanal e distribuía a carga horária por todos os dias da semana.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Renan: Tinha em português, mas no início foi a matéria que eu priorizei. E como eu estudava poucas matérias no começo, eu consegui me desenvolver rápido nela. É muito importante estar afiado em português e matemática e raciocínio lógico, ajuda até no aprendizado das outras matérias.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Renan: Na reta final eu só pensava em seguir meu planejamento e cumprir minha meta. Se deixar os pensamentos fluírem, a gente perde o foco e fica muito preocupado. Na véspera do DF eu descansei, mas para Alagoas não tinha como. Tentei dar uma ultima lida até no avião, no sábado de manhã antes da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Renan: Acho que o mais importante para a discursiva é o conteúdo. A forma de escrever, gramática, grafia, etc, representa muito pouco. Mas também são importantes, pois é preciso conseguir colocar as ideias no papel de forma clara.
Eu contratei o serviço de correção do Estratégia, acho que era 3 correções, somente para verificar se eu escrevia razoavelmente bem e corrigir meus erros maiores. O conhecimento mais importante foi o adquirido no estudo para prova objetiva e foi suficiente.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Renan: Acertos:
– Estudar por PDF, fazer muitos exercícios (de preferência um site de questões), fazer outras provas (mesmo que de outra área) para pegar ritmo de prova.;
– Não desistir, estudar até passar;
– E sempre ter uma estratégia. Concurso é uma jogada de risco, tem que traçar um plano e se arriscar.
Erros:
– Começar todo perdido. Perdi quase 5 meses de estudo mal feitos e mal direcionados.
– Fazer todas as provas que apareciam. Seria melhor focar em algumas do que tentar todas, mas também não foque só em um. Concurso depende de sorte, tem que tentar algumas vezes até conseguir.
– Começar fazendo resumos. Deixe pra fazer resumos quando já tiver estudado toda a matéria e estiver resolvendo questões, daí dá para fazer resumos baseado no que mais cai.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Estratégia: Tive 2 momentos mais difíceis. O primeiro foi decidir abandonar de vez o setor privado, inclusive recusando proposta de emprego, para me dedicar 100% nos estudos. Mas tinha que escolher, não dava para ficar no meio do caminho e no setor privado é mais difícil conciliar trabalho e estudo (mas tem muitos que conseguem, eu é que não conseguiria).
O segundo momento foi logo no primeiro ano de estudo, quando atingi cerca de 70% de aproveitamento nas provas. Eu cheguei nesse patamar e empaquei. Não conseguia aumentar meus acertos e evoluir. Bateu desespero e sensação de fracasso, pois para ser aprovado a nota de corte estava sendo em torno de 85%. Para superar essa fase eu mantive minha disciplina, tive paciência e pensei no futuro, porque para sair dos 70% e passar dos 80% leva um certo tempo e tem muitos altos e baixos.
É preciso persistir e jamais desistir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Estratégia: Meus filhos. Sempre que eu ficava desanimado eu lembrava que tinha que garantir o futuro deles e que se quisesse ter mais tempo para ficar com a família e qualidade de vida, tinha que passar em um concurso bom.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Estratégia: Se você quer seguir esse caminho, faça uma escolha e fique firme nela. Saiba que não é fácil, pelo contrário, foi o projeto mais difícil que eu me propus a realizar. Não desista, não se iluda com atalhos e não desvie do objetivo. O resultado pode demorar alguns anos, mas se você não parar de estudar, uma hora a aprovação chega.
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes