Aprovado em 2° lugar no concurso IPHAN - Analista 1 área 5
“Dê atenção especial ao seu planejamento de estudos. Tudo começa por ele. Não basta simplesmente sentar e começar a estudar. Você precisa de um “plano de guerra”, antes de começar essa batalha!”
Confira nossa entrevista com Rafael Brandão. Aprovado em 2° lugar no concurso IPHAN – Analista 1 área 5:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você. Assim, nossos leitores poderão conhecê-lo melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Rafael Brandão: Meu nome é Rafael, tenho 29 anos e sou formado em Administração de Empresas. Nasci no interior de São Paulo (Registro) e hoje estou morando na Capital.
O que o levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rafael: Desde que me formei até agora (seis anos aproximadamente), trabalhei na iniciativa privada.
Minha área de atuação foi em auditoria e consultoria. Uma área que requer muita dedicação e horas de trabalho. O que muitas vezes é exaustiva. Mas foram experiências importantes e que me enriqueceram muito como profissional.
Neste momento, quero desafiar-me novamente. Mudar o foco e estilo de vida. Visando minha saúde e bem-estar de minha família. Com a chegada de meu filho (minha esposa está grávida), comecei a rever meus objetivos de vida. E a vontade de voltar para o interior, cresceu.
Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava? Como conciliava trabalho e estudos? Ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rafael: Atualmente, ainda trabalho. Durante o período que resolvi começar a estudar, tinha uma rotina de trabalho que girava em torno de 8 a 12 horas por dia. Foi tudo muito difícil. Porque em termos de quantidade de horas disponíveis para estudos, eu já começava a jornada perdendo de muitos concorrentes. Eu conseguia estudar cerca de 2 horas líquidas na maioria dos dias e com muito esforço. Em alguns dias, conseguia 3 horas líquidas (marcadas no relógio). É importante destacar o enorme abismo de diferença entre horas brutas e horas líquidas de estudos!!!
Minhas horas de estudos eram sempre após a jornada de trabalho. Aos finais de semana, eu aproveitava para dormir muuuuito. E deixar a mente bem descansada, para começar a estudar no final da tarde (é impressionante o quanto uma mente descansada consegue absorver melhor os conteúdos. Eu chegava a absorver mais, em dois dias do final de semana, do que nos cinco dias da semana).
Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Rafael: Minha jornada no mundo dos concursos públicos acabou de começar; então, não fiz muitas provas. Mas consigo listar algumas poucas conquistas (das quais tenho muito orgulho):
1. Agente administrativo – Prefeitura Municipal de Registro
Ahhh… Esse foi meu primeiro emprego!
Eu tinha apenas 18 anos. Havia acabado o ensino médio. Não estudei para o concurso, mas estava com tudo fresquinho na memória.
Fiquei na 11º colocação. Trabalhei um mês e pedi exoneração (lógico que por um ótimo motivo! Ganhei uma bolsa de estudos e parti para São Paulo; a fim de iniciar minha graduação).
Que época boa!
2. Analista de Gestão – SABESP
Foi um concurso que apareceu no meio do caminho da preparação para o MPU. Analisei por cima o edital da Sabesp. E havia aproximadamente de 30 a 40% da matéria semelhante ao último concurso do MPU. Então, resolvi fazer a prova como teste (sem muitas expectativas).
Fui aprovado na posição 188° de 2.868 inscritos. Foi nesse momento que eu me empolguei. Pois comecei a perceber que seria possível obter bons resultados em concursos melhores, se eu tivesse um foco maior (no edital do concurso e principalmente na banca organizadora).
3. Agente de Controle Interno – Prefeitura municipal da Barra do Turvo
Outro concurso que estava no meio do caminho para o MPU. Naquele momento, eu já havia entrado em contato com algumas matérias recorrentes no mundo dos concursos (Direito Constitucional e Direito Administrativo por exemplo). Prestei esse concurso para poder adquirir ritmo de prova e porque o cargo me interessava muito. Fiquei na 2° colocação.
4. Analista I – Área 5 – IPHAN
Foi o concurso que mais estudei! Também estava no meio do caminho para o MPU. Mas o edital tinha muitas matérias semelhantes e a banca que iria aplicar as provas. Seria a mesma que iria aplicar as provas do MPU (CESPE). Então, resolvi fazer como treino. Foi também a minha primeira experiência com a tão temida prova discursiva.
Não consegui fazer uma “reta final” digna para esse concurso. Pois nas duas semanas que antecederam as provas, tive alguns problemas pessoais que me atrapalharam muito nos estudos (geralmente, os últimos dias reservamos para revisar, consolidar e treinar por meio de muitas questões todo o conteúdo visto). O que me salvou mesmo, foi o tempo que me dedicava para o planejamento (a velocidade dos estudos não era muito boa. Mas a “direção” e a metodologia estavam bem planejadas). No final, eu havia lido mais de 3 mil páginas e realizado mais de 2 mil questões! Valeu a pena, fiquei na 2° colocação.
5. Técnico Administrativo – MPU
Esse foi o concurso do ano!
Muita divulgação sobre ele e MUUUITA concorrência (absurda!). Após a aprovação no IPHAN, confesso que tirei um pouco o pé do acelerador para a prova do MPU. De qualquer forma, a prova estava bem difícil. Fiz uma pontuação razoável. Mas como MPU é “briga de cachorro grande”, não tive chances, não fiquei nem para o cadastro reserva.
Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Rafael: Acho que esperar o resultado sempre gera ansiedade.
Após a prova, coloquei meu nome em sites que projetam a classificação. E fui acompanhando os resultados:
– Pela nota da prova objetiva, eu estava na 5ª colocação. A quantidade de pessoas que seriam aprovadas eram exatamente 5. Então, fiquei muito nervoso. Porque, a qualquer momento, alguém poderia surgir com uma pontuação maior e seria eliminado da briga.
– Quando divulgaram a nota da prova discursiva, eu realmente tive uma surpresa. Inacreditavelmente, eu tinha feito 39,45 pontos de 40. Então, pulei para a 3ª colocação e minhas esperanças aumentaram.
– Por fim, convocaram os aprovados para etapa de títulos. E consegui mais 5,60 pontos, passando para a 2ª colocação.
A sensação de ter alcançado um objetivo é MUITO boa; mas “incompleta” ainda. Mesmo após o resultado do concurso homologado, sabemos que ainda é necessário algum tempo para iniciarem as convocações.
Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rafael: Confesso que nunca fui “a pessoa mais social do mundo”. Mas nesse período de estudos, eu realmente precisei dar uma radicalizada (até mesmo por causa da conciliação com a jornada de trabalho).
Praticamente, todos os finais de semana precisavam ser consumidos pelos PDF’s e pelas videoaulas do Estratégia. Infelizmente, tive que abdicar de muitas coisas.
Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Rafael: Sou casado e, em breve, terei um filho.
Minha família sempre apoiou os estudos de forma geral. Mas realmente é muito difícil a compreensão de 100% das pessoas que não estão imersas nesse mundo de concursos públicos.
É natural que as pessoas que convivem com você, solicitem a sua presença e precisem de sua atenção. E é complicado atender as necessidades das pessoas. Sabendo que é essencial permanecer focado nos estudos e trabalhar de forma satisfatória. Tudo ao mesmo tempo.
Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rafael: Não só acho que vale a pena, como também tenho certeza que é essencial no processo de preparação. Quando iniciei os estudos, o MPU chamava-me muito a atenção (e foi o único que não fui aprovado). Mas sempre que eu percebia algum outro concurso que tinha algumas matérias iguais, eu pensava com carinho e analisava a possibilidade de fazer a prova. Se eu optasse em fazê-lo, ajustava todo o meu planejamento de estudos.
O concurso dos sonhos? Não sei se posso nomear algum. Mas alguns realmente me chamam muito a atenção e despertam meu interesse. Analista do MPU, TCE SP, SEFAZ – SC, Receita Federal… são concursos que os considero do mais alto nível e tenho a plena consciência de que a jornada pode ser looonga.
Então, foco e determinação devem guiar-me pelos próximos anos.
Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Rafael: Focado para o IPHAN, foi logo após a abertura do edital. Uns 2 meses.
Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rafael: No período pré-edital, comecei a estudar as matérias de Administração, por causa do material do concurso do MPU que eu tinha comprado.
Por incrível que pareça, eu tenho mais disciplinas para estudar antes do edital sair, do que quando ele é publicado(rs). Não sei o que acontece, parece que eu vou perdendo o “fôlego”.
Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Rafael: Os materiais foram todos do Estratégia (PDF’s e videoaulas).
No começo, eu abusei muito das videoaulas, pois não tinha noção nenhuma das matérias jurídicas. Depois de uns 2 meses de estudos focado em videoaulas, eu já conseguia utilizar o PDF como “carro chefe” da minha preparação.
Em linhas gerais, eu utilizava os diversos recursos que os materiais ofereciam de maneira diferente, para cada matéria:
a) Direito Administrativo, Direito Constitucional e outros
PDF, videoaula para reforçar e encerrava com questões
b) Administração e Gestão (minha área de formação)
Leitura do resumo da matéria no final do PDF e questões
c) Português
Somente questões de interpretação de texto, sinônimos/ antônimos e concordância.
Obs.: Utilizava alguns áudios para ouvir no carro, no trajeto para o trabalho.
Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rafael: Quando comecei a me interessar por concursos, “dei um Google”. E lá estava o Estratégia no topo (PARA NOOOOOSSSSAAA ALEGRIA !).
Uma das principais dificuldades de todo o concursando, é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Como montou seu plano de estudos?
Rafael: Basicamente, eu programava para fechar duas aulas, de matérias diferentes, por semana. Aos sábados, eu revisava o conteúdo estudado. Durante a semana e aos domingos, fazia simulados.
Quando eu sentia necessidade de revisar novamente, ou porque já havia passado muito tempo sem ver uma determinada matéria ou porque me sentia inseguro em relação a ela, separava as mesmas e as revisava em um final de semana (geralmente, no final do mês).
Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rafael: GRAMÁTICA! É o meu maior desafio!
Eu simplesmente adotei a filosofia de “maximize seus pontos fortes e gerencie seus pontos fracos”. Todos aqueles pontos que eu sentia que demorariam muito para aprender, eu só dava uma “passada geral” para poder acertar as questões mais fáceis.
A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rafael: Nas duas últimas semanas antes da prova, não consegui estudar praticamente nada. Meu conhecimento realmente foi construído antes.
No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rafael: Eu nunca havia me preparado para uma prova discursiva de concurso público. Então, comprei um curso de redação do Estratégia.
Pessoas mais experientes recomendavam comprar cursos que possibilitassem a correção de algumas de suas redações. No entanto, esse tipo de curso é mais caro. Tive que me preparar sem ter nenhuma redação corrigida.
Como o tema seria relacionado às atividades do órgão, assisti a muitas reportagens do IPHAN para conseguir começar a construir uma bagagem e uma linguagem razoável para a prova.
Por fim, depois de assistir a muitas reportagens sobre as atividades do órgão, parti para as redações sobre os temas propostos pelo curso do Estratégia. Acredito que fiz 3 redações como treino.
No dia da prova, eu peguei a redação que eu julgava a “melhorzinha”. E fiquei lendo várias vezes, antes de entrar para a sala…rs.
Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Rafael: Erros
– Procrastinação todos os dias para iniciar os estudos;
– Ausência de exercícios físicos;
– Postura radical em aspectos da vida social.
Acertos
– Muito planejamento nos estudos;
– Revisões periódicas;
– Diversos simulados.
O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Rafael: O caminho foi tenso! Mas a minha maior preocupação, mesmo, era a minha vida social.
Eu queria passar por essa fase e conseguir uma aprovação razoável, o mais rápido possível. Para poder voltar a dar a devida atenção para a minha família, minha mulher e meus amigos.
Agora melhorou um pouco essa questão. E acredito que melhorará ainda mais, após a convocação. Pois, enquanto isso, ainda, não é possível parar completamente os estudos. Apenas diminuir o ritmo.
Qual foi sua principal motivação?
Rafael: A pretensão de reestruturar a minha vida profissional e pessoal. Tendo mais tempo para me dedicar às pessoas importantes (família, mulher e amigos).
Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que, um dia, almejam chegar aonde você chegou!
Rafael: Na minha humilde opinião, acredito que alguns pontos são muito importantes para conseguir êxito nessa jornada:
1) Estudar para concursos envolve uma mudança em seu estilo de vida (igual a ser “fitness”). Então, simplesmente, dê o start e estude todos os dias possíveis. Mesmo que seja somente um pouco;
2) Tenha uma conversa franca com as pessoas que são importantes para você. Explique a elas os motivos da sua decisão em estudar para concurso. E busque apoio das pessoas mais próximas. Acredite, fará uma enorme diferença na sua jornada; tornando-a menos dolorosa;
3) Vá em busca de dicas e técnicas de estudo (pesquise muito!). Isso maximizará o seu desempenho e tornará você mais eficiente;
4) Dê atenção especial ao seu planejamento de estudos. Tudo começa por ele. Não basta simplesmente sentar e começar a estudar. Você precisa de um “plano de guerra”, antes de começar essa batalha!
5) Diminua o ritmo ou faça uma pausa em tempos de dificuldades, de algum problema que esteja enfrentando. Mas NÃO DESISTA! NÃO PARE DE ESTUDAR!
Se você não tem talento nato para esporte, não canta e não dança, por exemplo. O que lhe restou na vida, é estudar!(rs)¯\_(ツ)_/¯
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Abraços,
Thaís Mendes