Aprovada no concurso ISS Guarulhos
“Cuide bem de você, da sua saúde mental, tenha paciência consigo mesmo, reconheça suas pequenas conquistas diárias e saiba que se você fizer por onde, é questão de tempo para a sua aprovação chegar. E saiba que vale a pena demais! Toda a abdicação, todo o esforço, todo o sofrimento, tudo isso não chega aos pés da sensação de ser aprovado, da emoção que é ver seu nome na lista. Eu faria tudo de novo e faria pior, faria o dobro se fosse necessário. Dê o seu máximo sempre!”
Confira nossa entrevista com Marina Torres, aprovada em terceiro lugar no concurso ISS Guarulhos:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Marina Torres: Olá. Meu nome é Marina Torres, tenho 24 anos e sou de Belo Horizonte, MG, onde nasci e moro até então. Sou formada em Engenharia de Produção Civil pelo CEFET-MG, tendo terminado a minha graduação em julho de 2018.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marina: Primeiramente, eu sempre tive influência da minha família para seguir esse caminho. Meus pais, minha avó e vários outros parentes próximos são todos concursados e sempre falaram para mim e para minha irmã sobre as vantagens que uma carreira no serviço público é capaz de trazer (estabilidade, segurança, etc.). De tal forma, já cresci tendo a vontade de estudar para concursos assim que eu terminasse a faculdade. No entanto, acabei começando a estudar antes mesmo de finalizar a minha graduação, enquanto eu ainda cursava o meu 10º período (e finalizava o meu TCC, uma correria só…). Isso aconteceu porque tive uma decepção profissional muito grande na empresa onde eu trabalhava na época. Entrei lá em 2016 e saí em março de 2018. Uma semana depois de ter pedido conta, comecei a estudar para a área fiscal.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Marina: Nunca trabalhei e estudei, apenas estudava. Mas como eu disse, de março a julho de 2018 eu estudava para as provas da faculdade (estava no último período), terminava o meu TCC e ainda iniciava os meus estudos para a área fiscal. Nunca havia visto nada de Direito antes, nem Contabilidade…, mas logo que terminei a faculdade, fiquei só por conta de estudar para concursos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Marina: Até então, prestei dois concursos da área fiscal e passei dentro das vagas de ambos. Minha primeira prova foi o concurso da SEFAZ Goiás, que aconteceu em setembro de 2018 – 6 meses após eu ter começado a estudar. Nela fiquei em 26º lugar (dentro das 26 vagas imediatas). Meu segundo concurso foi o ISS Guarulhos, no qual fiquei em 3º lugar dentre as 50 vagas disponíveis.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Marina: É simplesmente inacreditável e indescritível. A minha aprovação em Goiás foi emocionante, pois eu tinha certeza absoluta de que não estaria dentro das 26 vagas imediatas, mas no máximo dentro do cadastro de reserva. Além disso, parecia meio surreal considerar que eu seria capaz de passar em um fisco concorridíssimo com apenas 6 meses de estudo partindo do zero. Quando saiu o resultado no Diário Oficial eu tremia muito e nem acreditei quando vi meu nome dentro das 26 vagas! Parecia um sonho. Em Guarulhos também foi demais! Estava viajando e uma colega me enviou uma mensagem dizendo que havia saído o resultado (eu nem estava esperando, a previsão é de que fosse sair uma semana depois!). Saí da piscina tremendo para ver, a visualização da página era péssima pelo celular. Li mil vezes a mesma linha para conferir se era realmente eu a pessoa que estava em 3º lugar. Dava vontade de rir, chorar, pular, gritar, tudo ao mesmo tempo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Marina: Sempre tive uma vida social agitada, mas desde que comecei a estudar para concursos ela nunca mais foi a mesma. Reduzi bastante as minhas saídas. Antes saía todo fim de semana. Agora saio no máximo uma vez por mês – e geralmente para programas mais tranquilos que não irão comprometer o meu rendimento no dia seguinte. Mas em geral nunca deixei de compartilhar datas e momentos importantes com família e amigos, como aniversários, Natal, ano novo, carnaval, etc. Acho que o importante é encontrar um equilíbrio. Abdicar é necessário, mas se privar 100% de todos os prazeres da vida com quem você ama, NÃO!.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Marina: Sou solteira, não tenho filhos e não namoro. Moro com minha mãe e minha irmã, minha avó materna mora no apartamento ao lado e meu pai não mora comigo, mas também somos muito próximos. Minha família sempre me apoiou demais em tudo que envolve essa vida concurseira. Desde o momento em que decidi largar o emprego no qual eu estava até o dia de hoje. Além de me apoiarem financeiramente, eles foram minha maior base de suporte emocional em todo esse período. Sempre me incentivaram com palavras gentis, acreditaram no meu potencial, me consolaram nos momentos difíceis (são tantos!). Perdi a conta de quantas vezes já chorei no colo da minha mãe por causa de concursos, rs.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Marina: Acho que depende da situação em que cada pessoa se encontra. No meu caso, fui direto para a área que eu realmente queria (que era a área fiscal), pois sabia que poderia contar com o apoio financeiro da minha família enquanto estudava (mesmo que levasse anos, o que graças a Deus não aconteceu!). Mas se a pessoa precisa trabalhar para se manter ou manter sua família, talvez seja interessante ir fazendo concursos escadas até atingir o cargo que almeja.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovada?
Marina: Para Goiás, apenas 6 meses partindo do zero. Quando saiu o edital, eu não havia estudado nenhuma matéria específica deste concurso ainda, apenas o básico da área fiscal. Para Guarulhos, eu estudei 2 meses e meio. Eu havia parado de estudar em novembro de 2018 (ia fazer a prova da SEFAZ RS, mas acabei desistindo) e voltei a estudar na metade de março de 2019 quando fiquei sabendo que as nomeações em Goiás demorariam mais do que eu esperava.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Marina: Sim, por uns 3 meses antes de sair o edital de Goiás. No meu caso, não foi tão difícil, pois além de ser um período curto, já havia alguns concursos autorizados nessa época, como o próprio concurso de Goiás e o concurso do Rio Grande do Sul. Como eu estava começando do zero, eu sabia que já estava atrasada em relação a quem já estudava há anos. Por isso consegui manter a disciplina desde o início. Para Guarulhos, quando eu voltei a estudar o edital já tinha sido publicado há 1 mês. E lá fui eu correr contra o tempo mais uma vez, rs.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marina: Conheci o Estratégia pesquisando materiais pelo Google e através de grupos no Facebook de concurseiros da área fiscal.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Marina: Usei um pouco de tudo. Sempre dei prioridade aos PDFs, pois o aprendizado por eles costuma ser mais rápido do que assistir videoaulas (e eu estava correndo contra o tempo desde o início). Contudo, costumava assistir às videoaulas de Contabilidade do Estratégia (principalmente as aulas de resoluções de exercícios da FCC e o curso de CPCs), pois é uma matéria um tanto quanto complexa para quem nunca viu antes – e a leitura dos CPCs é maçante. Também gosto de usar as videoaulas para revisar o conteúdo enquanto faço outras coisas, como por exemplo, quando estou na academia (vou ouvindo no fone a explicação do professor).
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Marina: Nos 3 primeiros meses estudei apenas Direito Tributário, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Contabilidade e Auditoria. Geralmente fazia sessões de 2h de estudo para cada disciplina e estudava de 7h a 9h por dia (e um pouco menos nos fins de semana). Enquanto eu lia o PDF, elaborava o meu material de revisão, que no caso eram mapas mentais feitos à mão. Cada sessão de 2h eu dividia da seguinte forma: 1h30 para aprender e 30min para resolver as questões. Fazia isso para todas as matérias todos os dias. Além disso, revisava com frequência, sempre antes de iniciar uma nova sessão de estudos. Quando saiu o edital de Goiás, já estava bem avançada nestas 5 matérias e consegui incluir as novas disciplinas, também seguindo este mesmo esquema. Obviamente, sem deixar de revisar pelo menos 2x na semana estas mesmas 5 matérias, visto que elas são a base da área fiscal. Para Guarulhos, mantive o mesmo esquema. O edital foi bem parecido com o que eu já tinha estudado, exceto pela parte da legislação tributária municipal e pelo conteúdo mais extenso de Direito Civil, Empresarial e Penal. Logo, o meu foco foi revisar o que eu já tinha visto e aprender as novidades. Nessa reta final, eu conciliava cerca de 12 matérias no meu ciclo de estudos semanal.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Marina: Sim. Para Goiás, tive muita dificuldade em Tecnologia da Informação. Na reta final, passei a estudar essa matéria todos os dias, além de revisar e resolver questões loucamente. Para Guarulhos, no entanto, minha maior dificuldade era Direito Civil, Penal e Empresarial. Apesar destas matérias serem de peso 1, viriam na prova 10 questões de cada uma delas (e eu não sabia praticamente nada – para não dizer que não sabia nada, rs). Novamente adotei a mesma estratégia anterior. Durante 1 mês estudei Direito Civil todos os dias (a mesma frequência que eu estudava Legislação Municipal) e Penal e Empresarial 3x na semana cada. Na realidade, não tem segredo. Se você está com dificuldades em uma matéria, tem que encará-la para valer. Você pode nunca atingir a excelência nela, mas com certeza ela vai te atrapalhar cada dia menos.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Marina: Nas 3 semanas que antecederam a prova de Guarulhos eu já havia terminado todo o conteúdo do edital e ficava apenas revisando. Alternava a leitura dos meus materiais de revisão com a resolução de muitas questões (+ 1000 questões por semana). Na semana anterior à prova, mantive o ritmo de estudos normal (entre 8h a 9h por dia), tentando rever tudo o que conseguia o máximo possível. Na véspera da prova, revisei as partes decorebas de cada matéria, mas sem extravagância e só até umas 18h. Depois fui relaxar e dormir cedo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Marina: Acho que o meu maior erro foi ter menosprezado as revisões em alguns casos. Ficar muito tempo sem revisar uma matéria pode te tirar pontos preciosos em uma prova.
Quanto aos acertos, acredito que o maior deles foi resolver muitas questões desde sempre, mesmo quando eu ainda estava apenas começando a estudar e não sabia quase nada e errava praticamente tudo. As questões são fundamentais independente do momento em que você se encontra nos estudos.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Marina: Nossa, são tantas dificuldades que fica até difícil escolher o que é mais difícil. É muito difícil abdicar de certas coisas e momentos que você gostaria de vivenciar para ficar estudando. Nesses momentos eu sempre tentava pensar que aquele meu sacrifício era temporário, mas que a recompensa que viria dele seria para sempre e isso acabava me ajudando. Também cheguei a ficar bem chateada quando fiz uns simulados uma vez, pouco tempo antes da prova e fui super mal. Chorei horrores, nesse dia cheguei até a achar que nunca fosse passar. Mas acho que todo mundo se sente assim.
Já estando aprovado ou não, você nunca se sente 100% preparado para uma prova. A cobrança interna é muito grande, a ansiedade é gigantesca, como o medo da infinidade de coisas que poderiam dar errado. Quando eu ficava nesses momentos mais para baixo, deixava tudo extravasar, chorava o que tinha para chorar, ia assistir a um episódio de uma série que me deixava feliz, comer uma comida gostosa ou fazer algo de que gosto. E depois usava as minhas inseguranças como combustível para estudar cada vez mais e ganhar cada vez mais confiança.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Marina: Minha principal motivação era entrar em um cargo do qual eu tivesse orgulho, por mérito próprio e falar que conquistei com o meu esforço, sem depender de puxar saco de alguém ou de indicação de terceiros. Além disso, pensei muito em todas as chances que teria de proporcionar bons momentos para a minha família que tanto me ajudou desde sempre.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marina: Quanto às técnicas de estudo, sugiro que nunca menosprezem as revisões e as questões. Essas são as duas ferramentas principais da aprovação de 99% dos aprovados (e eu nunca conheci o 1% que não se utilizou de alguma destas).
No mais, cuide bem de você, da sua saúde mental, tenha paciência consigo mesmo, reconheça suas pequenas conquistas diárias e saiba que se você fizer por onde, é questão de tempo para a sua aprovação chegar. E saiba que vale a pena demais! Toda a abdicação, todo o esforço, todo o sofrimento, tudo isso não chega aos pés da sensação de ser aprovado, da emoção que é ver seu nome na lista. Eu faria tudo de novo e faria pior, faria o dobro se fosse necessário. Dê o seu máximo sempre!
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