Aprovado no concurso SEFAZ BA
“Estude muito e estude certo (especialmente a banca e as matérias base do concurso). Se tem dificuldades, procure ajuda. Se filtrar direitinho, hoje você consegue obter muito mais informação útil do que informação inútil. Outro ponto é não ficar se comparando com os outros. Cada um tem seu ritmo e cada caso é um caso. Aconselho também medir o impacto que as redes sociais e o uso do celular têm nos estudos. Pode ser pior que você imagina”
Confira nossa entrevista com Felipe Bastos, aprovado no concurso SEFAZ BA:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Felipe Bastos: Sou formado em Engenharia de Produção e tenho 30 anos. Natural de Teresina – PI
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Felipe: Falta de afinidade com alguns elementos da minha formação acadêmica e questões salariais. Percebi que dentro da área da minha formação, a prosperidade da carreira muitas vezes vem acompanhada com cargos voltados para gestão de pessoas, liderança, dentre outros pontos gerenciais que não consegui ter tal afinidade ao longo do curso. Para ser mais objetivo, entre ser um gerente de um setor empresarial e auditor fiscal, o perfil de auditor condiz mais com minha personalidade.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Felipe: Embora tenha feito outros concursos anteriormente, iniciei a vida de concurseiro de fato em 2017, quando tive que sair de um mestrado por questões pessoais. Tendo em vista que o cenário de concurso tinha tudo para ficar bem mais restrito, percebi que estava muito atrás em relação a outros candidatos e decidi apenas focar para esse estudo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Felipe: Consegui ficar classificado em alguns outros concursos (TCE PE, TRF 5 e STJ), porém bem longe das vagas. A primeira aprovação foi o do SEFAZ – BA.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Felipe: Foi uma sensação bem estranha, a princípio. Eu tinha ido muito bem na prova objetiva e tinha gostado da subjetiva, então eu sabia que só uma “tragédia” me tiraria da lista. Entretanto, durante toda essa jornada eu estudava junto com minha namorada e fizemos o concurso juntos. Procurei meu nome na lista e fiquei muito feliz, mas ao ver que o dela não estava acabou criando um anticlímax muito grande. Mas por ter sido a primeira aprovação, claramente fiquei com a sensação de dever cumprido.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Felipe: Em alguns momentos eu tentei adotar uma postura radical, mas durante esses mais de dois anos eu percebi que não adiantava ir além do que meu corpo e minha mente aguentavam. Abdiquei de coisas mais supérfluas (festas, algumas viagens, entre outros). Como eu tirava o domingo para descansar, normalmente quando saía era no sábado, então tentava dosar as saídas e tentava administrar saídas com amigos de grupos diferentes e familiares. Obviamente, eventos durante a semana ou durante o horário de estudo (sábado à tarde, por exemplo) estavam praticamente descartados, salvo raríssimas exceções. Nesse estudo para o SEFAZ – BA, fiz um teste para ficar um pouco distante do Whatsapp. Imaginei que poderia estar me atrapalhando um pouco.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Felipe: Tenho uma namorada que também é concurseira, então todo o companheirismo ajudou muito nessa jornada. Moro com meus pais e meu irmão e tenho que agradecer minha posição de privilégio por sempre contar com o apoio deles, tanto financeiro como moral. Nunca fui cobrado além da conta porque meus pais sempre sabiam da minha responsabilidade e que uma hora tudo iria dar certo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Felipe: Pergunta difícil. Eu fiz muitos concursos de áreas diferentes (tribunal de contas, área administrativa de tribunais, policial). Porém, tudo isso me deu um vasto conhecimento de experiência de prova e tenho consciência de que todo esse conhecimento adquirido foi importantíssimo para essa aprovação, principalmente na questão de experiência de fazer prova, lidar com a pressão do tempo, dentre outros.
Para a área fiscal e a área de controle (ou essa área “híbrida” que foi o concurso da SEFAZ – BA), a quantidade de matérias que caem é gigantesca. Acho que no fim das contas, eu diria para a pessoa focar em uma área, mas sempre ficando aberta a oportunidades que tenham uma relação de 70% das matérias, por exemplo. Eu digo isso porque muitas vezes acontece de coincidir concursos no mesmo dia, a concorrência acaba dividindo, existe a perspectiva de chamar muita gente e por aí vai. Eu não tenho um concurso dos sonhos (talvez TCU, não sei). Vejo relatos da área fiscal e da área de controle e me identifico com as duas. Vou continuar estudando por questões pessoais.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Felipe: Para esse estudo da SEFAZ – BA foi desde a abertura do edital. Porém, eu já estava focado para o ISS Manaus, que compartilhava a maioria das matérias. Tive que decidir o cargo e optei pela área de finanças e controle, tendo que adicionar apenas mais algumas matérias e alguns tópicos. Mas como eu disse antes, já estava muito bem preparado pelo conhecimento adquirido anteriormente de outros concursos e isso foi fundamental para essa vitória.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Felipe: Acho que se isso aconteceu foi por um mês no máximo. Tendo decidido pela área fiscal, fiquei estudando o ciclo básico dela.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Felipe: Através de um amigo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Felipe: Usei videoaulas bem no início da trajetória, quando de fato eu estava muito cru nos assuntos. Basicamente estudei pelo material do Estratégia Concursos em PDF. Mas para ser sincero, de uns tempos para cá, 70% do meu tempo era destinado para fazer questões e fazer revisões dos assuntos mais difíceis e do que estava errando mais. Em alguns momentos voltava ao PDF para pegar alguns conceitos básicos ou outro ponto que eu tinha esquecido. O mais eficiente para mim é questões + revisão quando você cria uma base teórica boa (adquirida através do PDF).
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Felipe: Meu estudo de um ano para cá foi basicamente questões, resumos e lei seca (para provas da FCC). Como sou um pouco desorganizado, as dicas do passo estratégico e até mesmo dos resumos nos PDFs me ajudaram muito. A partir deles, eu colocava minhas próprias anotações, complementando informações e tentando criar relações entre algumas temáticas para não confundir. Mesmo em algumas matérias é muito fácil confundir assuntos e quando eu estava percebendo que estava confundindo, eu fazia lembretes e observações para evitar essa confusão. Outra coisa que eu fazia era um banco de questões que achava interessante, ou que caía costumeiramente na banca do concurso ou que estava errando muito e aí de tempos em tempos eu refazia. Acho que todo concurseiro já errou a mesma questão umas 10 vezes, mas uma hora você aprende nem que seja “na marra”.
Tempo de estudo: tentava fazer 3 horas líquidas de manhã, 3 à tarde e 1,5 à noite, de segunda a sexta. No sábado, tentava fazer 3 líquidas pela manhã e 3 horas líquidas à tarde e, por fim, tentava ver alguma coisa que ficou pelo caminho no domingo de manhã (caso eu não tivesse acordado descansado). Eu sou muito desconcentrado e preciso dormir muito para ficar descansado, coisa que me irritava muito quando via que pessoas que trabalhavam e estudavam dormiam bem menos. Mas é questão de necessidade e entender o seu corpo. Como tinha mais tempo livre, mesmo de forma ineficiente, conseguia manter esse ritmo. Isso me deixava um pouco pressionado, mas consegui lidar bem com essa pressão nos últimos concursos.
O plano de estudo foi crucial. O primeiro ponto era ver quais matérias eu tinha mais dificuldade e quais matérias tinham maior peso na prova. Em alguns momentos, eu praticamente abandonava algumas matérias importantes por não ter peso alto e ou por não ter muitas questões (direito constitucional eu estudei bem pouco para esse concurso, por não ter tantas questões e ser peso 1). Então o foco era maior para maximizar minha pontuação (foco no peso 3) e, dentro das matérias, eu olhava pelo índice de questões do TEC concursos e via quais assuntos caiam mais questões (embora pela experiência eu já sabia o que sempre cai na FCC). Com isso, era o combo questões, leitura de resumo, mais questões e dependendo do assunto, leitura da lei seca. Para a FCC, ler a lei seca é importante porque tem muita literalidade nas questões.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Felipe: Tenho dificuldade com matérias “decoreba” e principalmente com uma linguagem jurídica um pouco mais acentuada (Civil e Empresarial). Por sorte, não caíram essas matérias nesse concurso (o que fica de lição para escolher bem qual prova você vai fazer). Outro ponto mais difícil (que nesse caso é difícil para todo mundo) é a matéria de TI. Mas como TI era peso 3, tinha que encarar ela e acho que foi a matéria que eu mais estudei para esse concurso. Para superar não tem muito segredo: é se esforçar e tentar criar algum tipo de afinidade com ela. Como o tempo é curto, pode dar até uma relaxada em matérias também importantes e destinar mais tempo para tais dificuldades.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Felipe: Mantive a mesma carga de estudo que mencionei anteriormente. Na véspera, sempre gosto de ver fórmulas de matemáticas difíceis de decorar e alguns pontos que caem sempre e que também exigem memorização. Nesse ponto, o passo estratégico foi importante porque sempre tem um checklist de perguntas. Acaba sendo um roteiro importante de revisão. Algumas pessoas ficam muito nervosas em véspera e no dia, que não é meu caso. Por isso, reviso muita coisa na véspera para ficar com alguns temas frescos na cabeça. Para ser sincero, eu leio assunto até a hora de entrar na sala. Sempre entro faltando poucos minutos para o horário. Não é muito recomendável para quem é muito ansioso, logo cada um tem que saber bem seu limite para não criar problemas. A única coisa que não abro mão é de dormir bem cedo na véspera.
Estratégia: (Se não houve prova discursiva, pularemos esta pergunta) No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Felipe: O estudo para a discursiva foi basicamente através do estudo da objetiva. Percebi que a FCC mantinha um padrão para as prováveis matérias que poderiam cair nessa discursiva. Logo, acabou que foi parecido o estudo para a discursiva e para a objetiva.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Felipe: O acerto foi ter arquitetado bem quais matérias eu deveria ter focado mais. Um erro para mim é às vezes achar que já sabe uma matéria e dar uma negligenciada nela. Isso aconteceu em outros concursos e acabou que comprometeu minha pontuação. O fato de focar em algumas não significa esquecer as outras, porém às vezes isso acaba passando batido e você age com soberba porque acha que já sabe. Outro erro também foi talvez não ter dado tanta importância para a discursiva. Caso viesse de uma forma diferente da esperada, poderia ter comprometido minha aprovação. Preferi correr esse risco.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Felipe: Eu me considero uma pessoa privilegiada por ter saúde e apoio das pessoas próximas, então não posso dizer que passei necessidade. Renunciei a coisas supérfluas que às vezes faziam falta, mas sinceramente, é tudo muito pequeno comparado com a minha aprovação de agora. Nunca pensei em desistir até porque não queria seguir minha carreira profissional e botei na cabeça que concurso era a única opção. Sabia que uma hora iria acontecer.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Felipe: As palavras de confiança da minha família, da minha namorada e dos meus amigos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!Felipe:
Estude muito e estude certo (especialmente a banca e as matérias base do concurso). Se tem dificuldades, procure ajuda. Se filtrar direitinho, hoje você consegue obter muito mais informação útil do que informação inútil. Outro ponto é não ficar se comparando com os outros. Cada um tem seu ritmo e cada caso é um caso. Atividade física era importante também para dar uma quebrada no ritmo de estudos, além de ter várias pesquisas que mostram os benefícios. Se o tempo for curto, seja disciplinado e tente maximizar esse bem tão precioso. Por fim, aconselho também medir o impacto que as redes sociais e o uso do celular têm nos estudos. Pode ser pior que você imagina.
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