Aprovado no concurso SEFAZ BA
“Não deixe a insegurança te paralisar. Muitos nem sequer tentam com medo ou por achar que não são capazes. Pode se sentir inseguro e tal, mas não deixe de colocar o seu tijolinho no dia, Um dia de cada vez, tijolo por tijolo, dê o seu melhor e entregue a Deus o resultado. Além disso, é preciso ter planejamento, não precisa ser o melhor do mundo (eu sofri pra entender isso) mas precisa ser sistemático, é fundamental fazer revisões, assim como também é fundamental ter um estudo ativo (fazendo questões, esquemas etc) e não somente passivo ( leituras , vídeos etc)”
Confira nossa entrevista com Fábio Contreiras, aprovado no concurso SEFAZ BA em 11º lugar para o cargo de Auditor Fiscal / área Administração, Finanças e Controle Interno:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Fábio Contreiras: Sou formado em informática, tenho 40 anos e sou de Salvador/Bahia.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Fábio: Estabilidade, salário, falta de boas oportunidades na iniciativa privada.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Fábio: Na minha primeira aprovação (EPPGG-Bahia / 2004) eu apenas estudava. Já nesta última aprovação (Auditor fiscal–Bahia), eu estava trabalhando e estudando sempre nas horas vagas, também tirei todas as férias e licenças-prêmio que pude para me dedicar.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Fábio: Fui aprovado em 2004 para EPPGG-Bahia (cargo que ainda exerço até hoje), mas sempre quis ser Auditor-Fiscal, voltei a estudar no final de 2014, cheguei a tentar o ISS-Salvador, mas estava muito verde e não passei. De lá para cá parei e voltei a estudar várias vezes, retomei de vez mesmo apenas quando saiu o edital do ICMS-Bahia /2019. Fui aprovado para o cargo de Auditor-Fiscal – área de finanças e controle em 11º lugar (até agora, antes da fase de títulos).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Fábio: Muita felicidade, sensação de dever cumprido, de que todo o esforço valeu a pena, ainda mais porque, diferentemente da maioria das pessoas que estudam para área fiscal (que fazem provas no Brasil todo), eu só queria fazer para Salvador-Bahia por questões familiares etc. Ou seja, era a minha última chance…rs.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Fábio: Antes do edital eu tirava sempre uma hora do dia e também os finais de semana para ficar com a família. Após o Edital foi dedicação integral inclusive nos finais de semana.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Fábio: Sou casado e tenho duas filhas pequenas (1 e 3 anos), minha família me apoiou completamente, depois do edital eu só aparecia praticamente para fazer as refeições, agradeço muito a minha esposa, a minha mãe e a minha sogra que seguraram as pontas durante esse período.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Fábio: Depende, se a pessoa estiver desempregada ou se ainda não for concursada acredito que vale a pena. No entanto, se já está numa situação mais ou menos confortável, vale a pena focar no concurso dos sonhos. Foi o meu caso, eu já era servidor e não queria sair de Salvador-Bahia, o concurso da Sefaz-Bahia era o único que me enchia os olhos. (o ISS-Salvador/2014 também, mas não deu).
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Fábio: Comecei em setembro de 2014 estudando para o ISS-Salvador, como estava muito verde, tentei pegar um atalho fazendo para a área de TI que tinha uma concorrência menor, até que rendi bem (fiquei em 35), mas não me classifiquei nas vagas. Estudei 2015 e 2016 focado apenas no ICMS-Bahia, em 2017 dei uma parada, desanimado com a demora do edital. Cheguei a retomar no início de 2018 com os boatos do edital, mas logo parei novamente. Só retomei de fato quando o edital foi publicado.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Fábio: Sim. A disciplina só é possível com planejamento. Eu tinha tudo em Excel, desde as horas líquidas estudadas até o desempenho nas questões, evolução etc.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Fábio: Site fórum concurseiros.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Fábio: No começo eu comprei muitos livros, mas não faria isso novamente se pudesse voltar atrás. O estudo depende da matéria. Por exemplo, economia e contabilidade eu precisei assistir videoaulas no começo; as matérias de direito eu focava mais na leitura da lei seca e de PDFs, além de fazer muitos esquemas e tabelas para decorar, também assinei um site de jurisprudência; para as demais disciplinas bastou um bom PDF e a resolução de muitos exercícios.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Fábio: Eu estudava uma matéria por dia (para mim não funcionou usar ciclos de 3 horas por exemplo, eu perdia muito tempo nas trocas de disciplina para me situar onde tinha parado, o que ia fazer etc….). Eu não fiz resumos pela demanda de tempo que isso exige.
Eu dividia o estudo em 4 tipos: 1) leitura e marcação da teoria (fazia tabelas e esquemas para tópicos específicos se necessário); 2) questões (salvando no Excel as respostas das que tinha mais dificuldade); 3) revisão teórica (marcações/tabelas/esquemas + respostas teóricas das questões salvas no Excel); 4) refazer questões selecionadas. Estudava em média umas 4 a 5 horas por dia (de segunda a sexta) no pré-edital e umas 8 horas por dia (de segunda a segunda) no pós- edital, basicamente eu alternava os tipos de estudo que citei durante o dia para a disciplina selecionada.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Fábio: Tive muita dificuldade no começo com economia, estatística e ti (embora tivesse formação na área). Economia eu tive que assistir videoaulas, algumas várias vezes até pegar o jeito da coisa. Estatística eu tive que estudar vários materiais diferentes até começar a entender alguma coisa. Ti é muito complicado, pois o conteúdo é enorme, além de ser muito abstrato também. Nenhum material de ti é completo (nem poderia por causa do tamanho do assunto), eu só consegui evoluir resolvendo muitos exercícios e salvando as respostas para revisar depois.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Fábio: Eu estava aliviado, pois já não aguentava mais a rotina de estudo. Eu sabia que, mesmo se eu não passasse, aquele sufoco estava perto do fim, pois era o último concurso que eu iria fazer. Na semana da prova foi revisão geral, estudei até o último minuto antes da prova, minha memória não é das melhores, sentia que qualquer “refresh” poderia ser útil.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Fábio: A prova Discursiva era meu grande trauma, nunca fui muito bem em redações. Como só voltei a estudar quando saiu o edital, o tempo que eu tinha era para estudar as disciplinas objetivas, pra ser sincero eu nem esperava ter a minha redação corrigida. A minha preparação para a prova discursiva se resumiu a uma lida por alto no material do Estratégia e a um dia que tirei para leituras de artigos na internet sobre LRF, Déficit Público etc. (acabou que o tema foi completamente outro, mas pra minha sorte eu sabia responder.)
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Fábio: Erros: ter comprado muitos livros; ter desanimado com a demora do edital e parado de estudar várias vezes (cheguei a jogar fora os esquemas que tinha feito, tive que refazer tudo de novo depois); ter perdido muito tempo fazendo e refazendo meu plano de estudo; ter demorado tanto para aprender a estudar no computador (antes eu imprimia tudo, perdia muito tempo pra atualizar leis etc….); não ter usado um software como o Anki por exemplo para agilizar as revisões. Acertos: ter feito muitas questões; ter revisado as respostas das questões selecionadas; ter usado o tablet (software metamoji) pra fazer esquemas (mais fácil de revisar, de editar, de acrescentar coisas); ter feito tudo o que eu podia mesmo estando inseguro se me sairia bem;
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Fábio: Todo dia eu pensava em desistir, sofria muito com a rotina de estudo, achando que eu não estava rendendo, que eu iria me dar mal, que meu planejamento não estava bom, que eu estava perdendo tempo, que era loucura tanto esforço pra tentar apenas um concurso (se perdesse neste eu ia parar de estudar, pois não iria sair de Salvador).
O que me motivava era o pensamento de que seria um sofrimento passageiro, que eu tinha que completar essa etapa (pois já tinha estudado em 2015/2016 e parado). Eu sentia que tinha que dar o meu melhor e que o resultado estaria nas mãos de Deus. Minha esposa também me incentivou muito, além de me ajudar a voltar pro trilho nos momentos de fraqueza.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Fábio: Poder dar uma condição melhor para a minha família; a oportunidade de trabalhar a menos de 5 minutos de casa como Auditor Fiscal; a falta de perspectiva da minha atual carreira (EPPGG-Bahia); poder atuar numa carreira relevante, forte e valorizada.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Fábio: Não deixe a insegurança te paralisar. Muitos nem sequer tentam com medo ou por achar que não são capazes. Pode se sentir inseguro e tal, mas não deixe de colocar o seu tijolinho no dia, Um dia de cada vez, tijolo por tijolo, dê o seu melhor e entregue a Deus o resultado. Além disso, é preciso ter planejamento, não precisa ser o melhor do mundo (eu sofri pra entender isso) mas precisa ser sistemático, é fundamental fazer revisões, assim como também é fundamental ter um estudo ativo (fazendo questões, esquemas etc) e não somente passivo ( leituras , vídeos etc).
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]