Aprovado no concurso TRF-5
“Eu diria que comece, tenha fé e insista quando o desânimo convidá-lo a desistir. E, mais ainda, que mantenha o ritmo, sem qualquer tipo de cobrança. Encare a preparação como uma corrida, em que o desafio não é superar ninguém. Mas, sim, superar as próprias dificuldades. Vá aos poucos, porém, vá sempre. Não é chegar em primeiro lugar, mas chegar no seu lugar. Como para qualquer corredor, a dificuldade maior não é disparar para ficar na frente de todos e, sim, manter o fôlego para atingir as suas metas pessoais. Em breve, os exaustantes primeiros quilômetros, que pareciam até mesmo inalcançáveis, serão atingidos com mais facilidade e cada vez em menos tempo e logo à frente estará a sua linha de chegada, pronta para ser cruzada”
Confira nossa entrevista com Edson da Silva Almeida, aprovado em 1º lugar no concurso TRF-5 para o cargo de Técnico Judiciário, área administrativa:
Estratégia Concursos: Olá! Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Edson da Silva Almeida: Olá, agradeço o convite para compartilhar um pouco da minha caminhada nessa jornada de estudos para concurso, apesar de extremamente singela.
Partindo de uma apresentação pessoal: meu nome é Edson, tenho 33 anos, sou de Maceió-AL e tenho formação em Matemática (licenciatura) e em Direito, ambas pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Edson: Comecei a prestar provas de concurso no primeiro ano da faculdade, logo após o término do ensino médio. O ano era 2005. À época, eu cursava Engenharia Civil, também na UFAL, e a principal motivação foi mesmo a necessidade de trabalhar. De um lado, eu queria me dedicar bem ao curso, com o qual já estava bastante identificado, mas precisava de um emprego para minha manutenção, ao menos até concluir aquela graduação e começar a trabalhar na área. Essa era a intenção: tornar-me engenheiro civil, tal qual como descrito no belo poema de João Cabral de Melo Neto, intitulado “O Engenheiro”. Só que a vida acaba conduzindo nosso barquinho para águas nem sempre imaginadas. Ou o que planejamos não sai como esperado. Fato é que nesse período eu não programei um estudo específico para concurso. Praticamente, eu fazia as provas à medida que surgiam os editais e, só a partir daí, é que iniciava a preparação.
Estratégia: Por que a área judiciária? Você tinha alguém na família que o inspirou, já tinha tido algum contato com a rotina dos fóruns, o que te fez estudar para esse concurso?
Edson: Não, ninguém próximo da minha família trabalhava na área jurídica, nem tampouco eu tinha qualquer contato com a rotina das profissões a ela inerentes. Na verdade, jamais imaginei que um dia viria a cursar Direito. Desde o colégio, a minha predileção eram as disciplinas de exatas, de sorte que jamais cogitei em prestar vestibular para outra área que não envolvesse cálculos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Edson: Como falei previamente, comecei a fazer provas de concurso bem no início da minha primeira graduação. E naquele ano eu fui aprovado para o cargo de agente administrativo da Secretaria de Educação do Estado de Alagoas e para o cargo de técnico administrativo do INCRA. No ano seguinte porém, ainda no decorrer do primeiro ano letivo de Engenharia Civil, em virtude de um período de greve, fui nomeado para aquele primeiro cargo e comecei a trabalhar. Daí em diante, quase que ininterruptamente, eu sempre tive uma rotina simultânea de trabalho em dois horários e faculdade no terceiro, haja visto que posteriormente fiz outras graduações. Precisei estudar à noite e, por essa razão, deixei o curso de engenharia civil, que era diurno, e ingressei no curso de Matemática. Somente quando conclui a graduação em Direito no ano de 2019 é que passei a dispor do horário da noite livre. Paralelamente a essa rotina, é que prestei outros concursos, entre reprovações e alguns êxitos (Mais reprovações, certamente rsrs).
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Edson: Felizmente, tive as seguintes aprovações em meio a tantas outras reprovações:
– Agente Administrativo da Secretaria Executiva de Educação (2005): 5º lugar, na região metropolitana de Maceió.
– Técnico Administrativo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (2005): 2º lugar, em Alagoas.
– Técnico em Regulação de Aviação Civil da Agência Nacional de Aviação Civil (2007): 1º lugar, em Alagoas.
– Agente Administrativo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (2009): 3º lugar, em Alagoas.
– Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda (2009): 39º lugar, em Alagoas.
– Agente Administrativo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2010): 2º lugar, em Alagoas.
– Analista Judiciário – Área Administrativa, Justiça Federal (2017): 18º lugar, Seção Judiciária de Alagoas.
– Técnico Judiciário, Justiça Federal (2017): 1º lugar, Seção Judiciária de Alagoas.
Desses cargos, fui nomeado para agente administrativo da Secretaria Executiva de Educação, exercido por cerca de 06(seis) meses, para técnico administrativo do INCRA, exercido por um pouco mais de 01 (um) ano, para técnico em regulação de Aviação Civil da ANAC, o qual exerci por cerca de 11(onze) anos e meio e atualmente exerço o cargo de técnico judiciário na Justiça Federal em Alagoas, desde maio de 2019. Também fui nomeado para os cargos de assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda e de agente administrativo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mas nesses não tomei posse.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Edson: Eu sempre fui mais de ficar em casa, então, a preparação para concursos não mudou muito a minha rotina de lazer. Também nunca radicalizei e continuei com os meus momentos de diversão e de convívio social.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Edson: Nunca tive um cargo dos sonhos. Há algumas áreas que, por me faltar aptidão, eu nunca tive pretensão de tentá-las. Por outro lado, eu já tive bastante interesse pela área fiscal e, por algumas vezes, pensei em me preparar para ela. Não sei se por falta de encorajamento ou de tempo, ou até mesmo por alguma outra desculpa, nunca coloquei esse projeto adiante. Hoje, penso em continuar a caminhada em direção a alguma oportunidade que me traga melhores condições do que as atuais, seja do ponto de vista de remuneração, de lotação, de atribuições, enfim, que me traga satisfação. Por ora, penso em estudar para área jurídica.
De maneira geral, acho válido sim fazer outros concursos, que não ainda o almejado, mas isso é algo muito relativo e penso que é necessário avaliar a realidade, os prós e contras dessa decisão.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Edson: Devido à minha rotina de trabalho em dois horários e faculdade no terceiro, na época do concurso para o cargo que exerço atualmente, eu não vinha me preparando especificamente para essa prova. O que me ajudou, e muito, foi o fato de pouco tempo antes eu ter feito provas para o concurso do Tribunal de Contas de Pernambuco, após um longo intervalo sem prestar nenhum certame. Nesse período, eu estava na metade do curso de Direito e vi como uma oportunidade para sair da inércia. Apesar de não ter ido bem nessa seleção, o que consegui estudar foi fundamental porque, pouco tempo depois, foi publicado o edital do concurso para servidores do TRF-5 e consegui aproveitar os conhecimentos ali adquiridos. É como se diz, estudar nunca é desperdício.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Edson: Eu nunca parei a fim de estudar para um concurso específico. Não porque não quisesse. Muito pelo contrário. Acho que focar é sempre o melhor, ainda mais num cenário de concorrência cada vez mais acirrada, de candidatos altamente preparados e de escassez de oportunidades. Todavia, a par das obrigações do trabalho e da graduação, eu procurava manter um mínimo de estudos para concurso durante algum intervalo que me surgia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Edson: Conheci o Estratégia Concursos já há alguns anos pela internet. Não sei precisar exatamente há quanto tempo, mas foi desde quando ainda não tinha esse catálogo grande de opções de preparação para os mais diversos concursos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Edson: Basicamente, utilizei livros específicos para concursos e bastante material em PDF. Só, recentemente, é que passei a me valer de videoaulas também. Destaco como grande vantagem do PDF o fato de serem formatados especificamente para determinado concurso, tanto como pré-edital e, sobretudo, após o edital ser lançado, de modo a cobrir exatamente os conteúdos das disciplinas exigidas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Edson: Eu procurava priorizar as matérias que me eram mais difíceis, seja porque eram novidades, seja porque não conseguia assimilá-las o suficiente, apesar de já ter tido contato. E, paralelo a isso, tentava manter uma rotina de revisão daquelas que me eram mais familiares. E, para todas elas, costumava fazer vários exercícios. Apesar de entender a grande importância, não conseguia incluir revisões periódicas por absoluta falta de tempo, principalmente, porque, normalmente, estudava com o edital já lançado ou na iminência de sê-lo. Simplesmente, não dava tempo. O jeito era priorizar mesmo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Edson: Sim, sobretudo, nas disciplinas que me eram desconhecidas, como as específicas de administração. Para tentar contornar isso, procurei dedicar a elas mais tempo de estudos em relação àquelas que já me eram familiares de alguma forma.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Edson: Normalmente, na semana antecedente à prova, costumo dedicar-me a revisar o que consegui estudar ao longo da preparação e, no dia da véspera, procuro fazer a revisão final na primeira parte do dia e deixar o período da noite para descansar, sobretudo, quando a prova é na manhã do dia seguinte. No caso do concurso para servidores do TRF-5, devo um agradecimento formal ao professor Rosenval Júnior, aqui do Estratégia, sem deixar de registrar que toda a equipe foi grandiosa, e aproveito esta oportunidade para fazê-lo, porque acompanhei umas revisões que ele fez para esse concurso, salvo engano na véspera, justamente para uma dessas matérias que me eram desconhecidas, no caso “noções de sustentabilidade”, e as dicas dele foram preciosas na hora da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Edson: No meu caso, a prova discursiva consistiu em uma redação. Confesso que não me dediquei a ela especificamente ao longo da preparação porque não consegui tempo e resolvi arriscar, já que não seria exatamente uma novidade. Pensei assim: de uma forma ou de outra, já fiz algumas redações na minha vida (apesar da dificuldade que tenho, lembre-se de que não à toa minha primeira formação foi em um curso de exatas rsrs) e acredito que ainda conservo as premissas básicas, logo, há uma chance de conseguir desenvolvê-la caso não tenha tempo de realizar um estudo específico. Assim, dediquei maior parte do tempo da minha preparação para me concentrar nas matérias para as quais a minha bagagem era menor ou nenhuma. Felizmente, deu certo. Mas, reconheço a importância de se preparar bem para a prova discursiva, principalmente, porque, normalmente, corresponde a um significativa parte da nova final da prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Edson: Certamente, cometi vários erros. Poderia destacar a falta de revisões periódicas e de não ter conseguido fazer simulados. É algo que preciso aperfeiçoar, e muito, ainda. Como acerto, diria que ter tentado foi o principal deles e não deixar abater-me pelas adversidades de toda ordem. É o que chamo de fé. Acreditar mesmo quando não parece possível. Confiar que pode dar certo. Já cheguei a me inscrever num concurso com apenas uma vaga para o meu Estado e, mesmo sabendo das dificuldades, mesmo não querendo acreditar que poderia ser aprovado, acabei logrando êxito na primeira colocação para aquela única vaga. Tenho plena convicção de que pessoas bem mais preparadas do que eu, com bem mais bagagem tenham deixado de tentar, talvez, justamente por não acreditarem. Esse é o grande começo: acreditar.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Edson: O mais difícil para mim foi conciliar tempo para estudar para concurso em meio ao trabalho e a todas as obrigações da faculdade. Houve momentos em que frequentava as aulas da faculdade pela presença e para saber qual conteúdo estava sendo ministrado, mas estava com o caderno aberto tentando revisar algum conteúdo do edital, sabendo que mais para frente teria que correr atrás para as avaliações da graduação. Em nenhum momento, porém, pensei em desistir. Preferi insistir, valendo-me, inclusive, daquelas dificuldades como motivação.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Edson: A sensação é maravilhosa. É a de que valeu a pena todo o esforço. E também é de gratidão.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Edson: Considero esse como sendo o quesito mais difícil. Aconselhar não é nada simples porque cada um tem a sua realidade, o seu momento, o seu ritmo, as suas dificuldades e as suas facilidades.
Eu diria que comece, tenha fé e insista quando o desânimo convidá-lo a desistir. E, mais ainda, que mantenha o ritmo, sem qualquer tipo de cobrança. Encare a preparação como uma corrida, em que o desafio não é superar ninguém. Mas, sim, superar as próprias dificuldades. Vá aos poucos, porém, vá sempre. Não é chegar em primeiro lugar, mas chegar no seu lugar. Como para qualquer corredor, a dificuldade maior não é disparar para ficar na frente de todos e, sim, manter o fôlego para atingir as suas metas pessoais. Em breve, os exaustantes primeiros quilômetros, que pareciam até mesmo inalcançáveis, serão atingidos com mais facilidade e cada vez em menos tempo e logo à frente estará a sua linha de chegada, pronta para ser cruzada.
Finalmente, o único conselho que tenho segurança para dar é que busque sempre ser feliz.
Gostaria de finalizar com singelos versos para que nos encontremos, mesmo nos desencontros:
(Des)Encontro
A vida é mesmo engraçada.
Pensa-se, planeja-se, repensa-se.
E, de repente, toma-se a direção não traçada.
O novo caminho pode até ser tortuoso
O importante é não desanimar
E a tudo manter-se esperançoso
De ponto em ponto,
Adapta-se aqui, ajusta-se acolá
Certo de que o melhor vai chegar
Até lá,
Há, sim, o que aproveitar
E uma nova história se terá
Ai de nós se só ocorresse o arquitetado,
Afinal, somos limitados
Acabaria-se sem a surpresa do inimaginado
Veja quantos novos aprendizados
Quantos novos amigos,
E nada disso se teria, nem que se tivesse sonhado
Não é que tudo se conforma?!
E a vida de engraçada,
Fez-me uma pessoa mais realizada
Quem imaginaria?
Foi preciso um desencontro
Para se ter tantos encontros
Que somente a vida me daria
Forte abraço!!!