“Confie na decisão que tomou. Muitas vezes as facilidades da vida tentarão te convencer do contrário. Saiba que o estudo tem um preço, e alto. Mas que ele é pago com juros no momento da aprovação”
Confira nossa entrevista com Daniel Salomão, aprovado em 1° lugar no concurso Alerj no cargo de Especialista Legislativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Daniel Salomão: Sou formado em Comunicação Social, também em direito e já fiz Odontologia, mas tranquei na metade do curso. Sou natural do Rio de Janeiro e tenho 29 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Daniel: Caminhar pela rua depois de um dia exaustivo de trabalho e olhar para uma banca de jornal e ver “auditor fiscal: inicial de R$ 18 mil”.
Eu trabalhava como Diretor de Arte, em uma agência de publicidade, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Era muito desgastante, tinha hora para entrar, mas não tinha para sair. O salário era baixo e só o transporte e a alimentação já o consumiam bastante. Além disso, eu não tinha uma das coisas que mais eu valorizo: tempo. Eventualmente, nos finais de semana, dava para fazer alguma atividade, seja física, seja relacionada com o lazer, mas, no geral, eu só queria descansar.
Minha vida estava em “looping”. De 2ª a 6ª trabalhava em algo que eu já não gostava, não me sentia útil, mas sentia que alguma coisa precisava mudar. Foi quando eu tive um problema físico, tive que operar o joelho e ficar 1 mês parado, sem andar, e resolvi pedir as contas no trabalho. Me recuperei bem, mas chegou a hora de voltar a procurar um emprego e foi realmente desgastante. Fui a algumas entrevistas, em muitos lugares longes, nos quais tinham que trabalhar inclusive no sábado.
Aí eu me lembrei daquele jornal colado banca, com o salário alto e com alguma coisa que só dependia de mim. E mais do que isso, algo que eu poderia me sentir útil, me sentir fazendo algo para alguém. Foi quando eu decidi estudar para concurso público, em 2016.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Daniel: Eu estava desempregado, procurando um emprego, quando falei para o meu pai que queria estudar para concurso. Ele prontamente me apoiou e disse que eu poderia contar com ele. Foi graças ao apoio dele, fundamental, que eu pude me concentrar exclusivamente aos estudos. Eu devo muito a ele.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Daniel: Eu já fui aprovado em 3 concursos:
- Em 14º lugar, no cargo de Técnico de Controle Externo do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, o qual eu exerço minha profissão hoje;
- Em 1º lugar, para Especialista Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (qualquer nível superior);
- Em 96º lugar, para Auditor Fiscal da Receita Estadual de Santa Catarina, no qual estou no cadastro reserva, com expectativas de ser chamado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Daniel: Foram 3 sensações diferentes. Para o TCM-RJ eu estava acordado às 4h da manhã, apertando o famoso F5 no site do Diário Oficial. A gente já esperava que iria sair, mas mesmo assim a expectativa era muito grande. Quando o diário saiu foi um sentimento de êxtase, acordei meu pai, disse que fui aprovado e nos abraçamos.
Para a Alerj, eu não imaginava que iria sair. Um amigo me mandou uma mensagem e disse: “caraca, você viu que você foi o 1º colocado?”. Quando eu vi eu fiquei surpreso comigo mesmo. Fiquei extremamente feliz com a aprovação e aí começou a surgir a dúvida que todo mundo quer ter: e agora, eu fico no TCMRJ ou eu vou pra ALERJ? Pensei muito, conversei com muitas pessoas e decidi que seria melhor ficar no TCMRJ.
A última sensação e, provavelmente, a que eu sinto até hoje, foi ver o resultado final para o cargo de Auditor. Como estou ainda no cadastro reserva, fico na expectativa todo dia de alguma movimentação. Mas paciência é a chave e o concurseiro sério tem que saber lidar com ela. Um dia, quem sabe, volto a dar uma outra entrevista comemorando essa nomeação.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Daniel: Quando comecei a estudar sério, saía muito pouco, mas sempre em situações pontuais, algum aniversário de algum amigo. No começo foi fundamental, acho que tem que haver certo grau de renúncia para conquistar alguma coisa concreta. Depois que estava mais adiantado nos estudos, me permiti ter uma vida social mais ativa, mas sem exageros.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Daniel: Na época era solteiro. Minha família super apoiou. Por outro lado, os amigos sempre colocam alguma pilha para sair de vez em quando, que vai fazer bem, etc. De fato, faz bem, algumas vezes. O problema é quando as amizades toda hora chamam para alguma coisa, sabendo que você não pode. É como alguém pedir pizza quando você está de dieta.
Em relação à família, o meu pai sempre tentava dar condições para eu estudar. Como estava desempregado, ele é quem pagava os cursos. Quando estávamos em casa, ele respeitava o silêncio e, principalmente, fazia café!
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Daniel: Com toda a certeza, sim! Talvez a minha resposta, se estivéssemos em 2010, quando havia concursos periodicamente para os mesmos órgãos, estudar para outros concursos que não o foco principal fosse furada. Mas os cenários mudaram e temos dançar conforme a música.
Meu foco principal era estudar para a carreira fiscal. Em 2016, os concursos para essa área começaram a ficar escassos e eu não estava competitivo. Quando abriu o concurso do TCM-RJ vi uma luz no fim do túnel. Vi o edital e achei que fosse possível chegar lá, e foi. Fiz alguns ajustes, é claro, mas consegui estudar as matérias que não estavam no meu ciclo.
Atualmente eu estudo para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, uma oportunidade excepcional também na área de controle. Se eu tivesse um foco exclusivo na carreira fiscal, eu não teria descoberto a área de controle e como é trabalhar em tribunal de contas. O novo concurseiro precisa ser flexível e se conseguir aproveitar as oportunidades que se abrirem, dificilmente ele vai se arrepender. Por outro lado, caso se mantenha focado em um único concurso de um órgão X, e deixar as oportunidades passarem, possivelmente irá se arrepender se não as aproveitar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Daniel: Em torno de 5 meses para o TCMRJ, 3 para a ALERJ e 3 para o ICMS-SC. No entanto, antes de focar no TCMRJ, que foi o primeiro, já vinha construindo uma base há cerca de 1 ano estudando as matérias comuns da área fiscal, que são muitas. Isso foi fundamental para poder migrar entre os concursos.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Daniel: Sim, durante 1 ano estudei sem ter edital algum, inclusive, nesse período, estava torcendo para que não saísse nenhum concurso, pois precisava me preparar melhor para encarar alguma prova. Então, como estava sem perspectiva de algum novo concurso, me orientei pelo último edital do ICMS-RJ, que é extremamente completo e possui uma boa diversificação de matérias. Meu foco inicial estava em primeiro ter uma noção geral das matérias e depois me aprofundar. Esse 1 ano de preparação foi essencial para construir uma base sólida.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Daniel: Iniciei com aulas presenciais, em um curso no Centro do Rio de Janeiro. Algumas vezes passava o dia inteiro na rua, assistindo aula de manhã, tarde e noite. Foi um período bastante desgastante, mas minha dedicação era exclusiva aos estudos e sabia que teria que pagar um preço alto. Li alguns livros também. Mas sentia que não estava tendo a objetividade necessária para passar em alguma prova.
Aí eu conhecia o Estratégia, por indicação de um amigo, e comecei a primeiramente ver as videoaulas e o quanto que esse material era valioso. O simples fato de eu poder assistir alguma coisa em casa, sem perder um bom tempo de deslocamento, com aulas extremamente objetivas, sem aquela “conversa paralela” que tem nas salas de cursinhos presenciais, já aumentou muito meu rendimento. Além disso, percebi que em uma aula de 3 horas em um curso presencial eu conseguia aprender um tópico de um tema. Em 3 horas de videoaula eu aprendia o tema inteiro.
Depois eu descobri os PDFs. Essa ferramenta, para mim, foi a mais poderosa para o aprendizado das matérias. A possibilidade de estar lendo ativamente um texto com uma linguagem muito mais fluida do que livro conseguiu fazer com que eu consolidasse conteúdos na minha mente que ainda eram pontas soltas
Quando eu consegui combinar os dois, utilizando videoaulas para pontos específicos, eu realmente senti minha evolução e que meu rendimento no estudo estava indo para um outro nível.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Daniel: Conheci por indicação de um amigo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Daniel: Já tentei estudar com algumas poucas matérias por vez e, posteriormente, com várias matérias ao mesmo tempo. Eu consegui render melhor da segunda forma. Prefiro ter a sensação que as matérias estão rodando mais. Sempre que possível, opto pela diversificação de assuntos, assim nunca estudar vira um fardo.
Eu costumava fazer muitos resumos, mas depois percebi que eu raramente acessava os resumos. Depois descobri que marcar no PDF era a melhor forma de estudar, para mim. Grifando da maneira correta as revisões ficam bem mais precisas. Além disso, fazer resumos demanda muito tempo. O Estratégia já disponibiliza várias ferramentas de revisão, inclusive mapas mentais. Não julgo necessário fazer um resumo manuscrito. Nesse sentido, acho que o concurseiro não pode se dar ao luxo do preciosismo.
Em relação a horas de estudo, quando me dedicava exclusivamente aos estudos, conseguia estudar em média 8 horas diárias. Mas perdia muito tempo indo a aulas presenciais. Depois que comecei a trabalhar, conseguia em média umas 6 horas, estudando umas 3h antes de ir para o trabalho e umas 3h a noite. Atualmente consigo estudar umas 4h por dia. Mas tenho certeza que quanto mais o tempo de estudo passa, mais eu consigo aproveitar essas horas. Seguramente, 1 hora de estudo, hoje em dia, vale muito mais do que 1 hora de estudo de quando comecei a estudar para concursos.
Por fim, a resolução de questões é fundamental para a memorização. Sendo mais específico, a resolução de questões resolvidas incorretamente são ponto chave para entendimento de algum conteúdo. Sempre separei um bom tempo para resolvê-las, principalmente em momentos do meu dia em que eu não posso ficar 1 hora direto sem ter que parar para alguma coisa.
Minha rotina atual está muito corrida. E aí, mais uma vez, o Estratégia surpreende com o lançamento das “trilhas estratégicas”. Eu já as sigo há algum tempo e minha rotina ficou muito mais leve. É uma das minhas ferramentas favoritas do Estratégia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Daniel: A matéria que tive mais dificuldades foi Economia. Nesse sentido, as videoaulas ajudaram bastante a preencher as lacunas dessa disciplina que eu nunca tinha visto na vida. Paralelamente, ler e reler os comentários das questões resolvidas do PDF também ajudaram bastante a entender o conteúdo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Daniel: Geralmente, na semana da prova, eu mantenho o ritmo de estudos, mas sem cobrança, caso eu tenha deixado uma tarefa pendente. Sempre tento praticar exercícios físicos todos os dias durante essa semana para me reequilibrar.
Na véspera da prova também não é diferente, mas meu foco está nas legislações específicas do órgão para o qual faço a prova. Ler a lei seca é muito bom para garantir pontos nessas questões que, muitas vezes, são questões literais.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Daniel: No concurso do TCMRJ teve aplicação de prova discursiva. Para treinar para o dia da prova resolvi muitas e muitas questões. Eu tinha um grupo com mais dois amigos e, periodicamente, cada um estipulava um tema de uma peça técnica para que todos resolvessem e depois nós corrigíamos entre si. Isso foi muito bom para destravar a redação e conseguir chegar no dia da prova com muito mais segurança.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Daniel: Acredito que o maior erro foi não ter valorizado a leitura do PDF no início dos meus estudos. Poderia ter economizado muito tempo nessa caminhada, trocando tendo um estudo mais ativo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Daniel: Não, porque chegou um ponto em que se eu pensasse em desistir, teria desperdiçado todo o esforço que eu já tinha feito para passar em alguma prova. Era como se eu estivesse mais perto da chegada e por achar que não tivesse mais fôlego, decidir voltar o caminho. Com certeza esse sprint final valeu a pena e hoje sou muito feliz com minhas decisões.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Daniel: Minha principal motivação foi ter uma vida equilibrada, na qual eu não precisasse ser workaholic. Além disso, queria ter uma remuneração que pudesse me proporcionar uma segurança para realizar os meus desejos. É claro, que um servidor público médio, jamais terá dinheiro para comprar carros importados ou jatinhos. Mas minha intenção nunca foi essa. Acho que a relação custo x benefício do serviço público valha muito a pena. Ganhar bem e ter tempo para gastar, sem excessos, proporciona um bem-estar muito grande.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Daniel: Confie na decisão que tomou. Muitas vezes as facilidades da vida tentarão te convencer do contrário. Saiba que o estudo tem um preço, e alto. Mas que ele é pago com juros no momento da aprovação. Não tem problema se algum dia as forças faltarem. Aproveite para se recompor, faça alguma outra coisa para você se sentir melhor e depois volte com disposição.
Além disso, confie no Estratégia. Não digo isso para fazer propaganda, mas para que pare com o mito de que é necessário se matricular em dezenas de cursinhos para conseguir ser aprovado. Foque em apenas um e, de preferência, foque no melhor se quiser ter bons resultados. O Estratégia tem as melhores ferramentas e os melhores profissionais trabalhando para que nos ocupemos exclusivamente da tarefa que mais valerá a pena: estudar.
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes