Aprovado no concurso da Polícia Federal
“É possível passar na Polícia Federal, trabalhando em horário integral, estudando por 7 meses e somente com os materiais do Estratégia. Foi o que fiz”
Confira nossa entrevista com Cassiano Lautert, aprovado no concurso da Polícia Federal no cargo de Agente:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Cassiano Lautert: Eu sou gaúcho, tenho 33 anos (31 na época que decidi fazer o concurso). Sou formado em administração. Minha experiência no setor público e com concursos era absolutamente ZERO. Meu único contato parecido foi no vestibular da Universidade Federal do RS, quando também fui aprovado, em 2007.
Minha experiência sempre foi na iniciativa privada, trabalhei com vendas, consultoria, tive empresa, ganhei um pouco de dinheiro, fechei empresa, quebrei, fui autônomo, empregado. Comecei cedo, fui emancipado com 16 anos para poder tirar meu 1° CNPJ e vivi todos esses anos a montanha russa do que é ser empreendedor no Brasil.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Cassiano: Meu irmão mais velho passou com 19 anos na PRF, isso há mais de 20 anos. Então vê-lo fardado, com arma, viajando, sendo piloto de helicóptero – como ele foi durante anos, sempre foi motivo de orgulho e admiração. Lá de vez em quando eu flertava com a ideia de seguir o caminho, mas nunca levei a sério e, com a correria da vida adulta, acabei seguindo outros caminhos.
A possibilidade voltou a ser cogitada quando quebrei no último negócio que havia iniciado. Estava desgastado, desmotivado para seguir empreendendo, devendo no banco, tive que voltar para o mercado de trabalho, onde o salário inicial estava abaixo do que já estava acostumado como padrão de vida e comecei a pensar nas alternativas que tinha pela frente.
Nessa época, conversando com minha esposa, que estudava para magistratura, ela perguntou se eu não pensava em concursos. De início refutei a ideia, pois normalmente quem é ligado a empreendedorismo tem horror do funcionalismo público. Mas conversando com ela e refletindo melhor, inclusive sobre o meu passado, lembrando do exemplo do meu irmão, pensei que a área policial pudesse ser uma alternativa, onde eu tivesse as vantagens de um concurso público e, ao mesmo tempo, o trabalho me oferecesse uma dinâmica que eu já estava acostumado com a vida na inciativa privada.
Aí, foi só explorar melhor todo esse mundo de possibilidades que são as carreiras policiais e, especialmente, a Polícia Federal para entender que os meus receios de virar um mero “burocrata” ou achar que minha vida ia ser entediante, sem possibilidade de aprendizado e crescimento, não passava de preconceito e ignorância sobre o assunto. Existe muito espaço para quem deseja crescer e fazer acontecer no setor público. Isso me deixou mais confiante em seguir o caminho e iniciar os estudos, afinal o edital já estava previsto para o próximo mês.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Cassiano: Nunca cogitei a possibilidade de “só” estudar, pois sempre tive que me sustentar e não contava com apoio financeiro de ninguém. Então sempre trabalhei, do início ao fim da preparação, até às vésperas de ir para a Academia Nacional de Polícia.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Cassiano: Nunca havia feito concurso público. O concurso da PF foi meu primeiro. Como comentei, minha trajetória nunca esteve relacionada a concursos, então nunca fiz questão de entender, nem acompanhar os assuntos relacionados.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Cassiano: É uma realização, conquista, sensação de que valeu a pena o esforço e também saber que não terá mais aquela pressão da vida de estudos, que não é fácil. Quando saiu a lista, eu até já projetava, em função da correção da prova, mas procurei não criar tanta expectativa, mas é inevitável. Quando sai o resultado, a confirmação, é bom demais.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Cassiano: Nunca achei saudável a postura de abrir mão do social, então mantive contato frequente, mas a disciplina aumentou. Só saía aos finais de semana, não ficava até tão tarde, evitava beber para não prejudicar a rotina e concentração, até comer demais também atrapalhava o desempenho, então era rigoroso nisso.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Cassiano: Eu moro com minha esposa. Desde o início foi ela quem me sugeriu realizar o concurso e sabia melhor do que eu que a trajetória é exigente, eu é que achava na minha ingenuidade que seria mais fácil (hehehehe). Então, ela sempre apoiou e era uma facilitadora na minha rotina, que ficou mais puxada e disciplinada.
O restante, família e amigos, só soube no dia em que saiu a aprovação do TAF (hehehehe). Conseguimos manter em segredo, só eu e minha esposa que sabíamos desse projeto. Isso ajudou a diminuir a pressão e manter o foco, evitar aquelas perguntas e opiniões chatas de quem está de fora e acha que sabe alguma coisa. Se eu não passasse, ninguém teria ficado nem sabendo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Cassiano: Acredito que sim, mas só vale se a pessoa tiver afinidade com o cargo pretendido. Sou adepto da frase “gostar do que se faz”, ao invés de “fazer o que gosta”. Assim, você acaba fazendo tudo com gosto, com vontade, com zelo, ao invés de selecionar o que vai fazer. Tudo na vida demanda esforço e comprometimento com o resultado.
O setor público e as empresas precisam de pessoas motivadas e que se realizem naquilo que estão fazendo, para que retornem à sociedade um serviço de boa qualidade. Por outro lado, sempre fui contra a postura que vi em alguns ditos “concurseiros” que querem passar, achando que vão trabalhar menos, sem serem cobrados e com salário garantido no final do mês. Definitivamente, não é um bom caminho para algo que você vai dedicar tanto esforço, existem muitas possibilidades de realização, basta cada um encontrar a sua.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Cassiano: Iniciei os estudos, de verdade, em meados de fevereiro/18, quando estava ficando quente o assunto de que ia abrir o concurso para PF, que era meu objetivo. Pelo que lembro, foi em março que veio a confirmação, o edital saiu em junho e as provas estavam previstas para agosto, mas teve um atraso e ocorreram em setembro.
Assim, do início ao fim da minha preparação, foram 6/7 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Cassiano: Estudei com uma previsão e para um cargo e concurso específico. Assim eu tinha o relógio contra mim, pois cada minuto era precioso e eu sabia que estava atrás de todos aqueles que já haviam iniciado sua preparação. Não tenho experiência em estudar sem uma previsão de realização de concursos, mas acredito que o “concurseiro” deve lidar com a mesma “pressão do tempo”, afinal a vida passa rápido e é uma só.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Cassiano: 100% dos meus materiais vieram do Estratégia, não busquei absolutamente nenhuma fonte externa. Então, basicamente o que eu tinha disponível eram os PDFs, vídeos e audioaulas. Isso é mais do que suficiente para a aprovação!
Todos os materiais eu usei e tiveram sua importância, conforme a circunstância, principalmente para quem trabalhava e tem que se preparar, como era o meu caso. Percebo que o pessoal, não usa os recursos disponíveis da forma como poderiam ser aproveitados.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Cassiano: Foi uma das indicações da minha esposa. Ela já havia feito tido contato com o material do Estratégia da parte de tribunais e falou muito bem, disse também que era muito bem recomendado pelas pessoas que ela conhecia.
Na época, eu também tive indicação de um outro cursinho, que era famoso nas carreiras policiais. Aí resolvi explorar um pouco as aulas gratuitas do Estratégia e me identifiquei com a organização, qualidade, didática e competência dos professores. Escolha mais do que acertada optar pelo Estratégia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Cassiano: Decorar ou memorizar são verbos que não existem para mim (hehehe). Sempre tive dificuldade em simplesmente guardar algo na memória, nem letras de músicas que eu gosto não consigo recitar mais do que 2 frases seguidas sem esquecer alguma palavra, o que dirá então de artigos de lei inteiros. Nesse ponto, ou eu entendia e atribuía significado ao que estava lendo, ou não teria jeito.
Essa questão de método de estudo, daria horas de conversa e entraria em algumas especificidades e, se for o caso, me proponho a tratarmos mais sobre isso.
Em resumo, eu posso dizer: é possível passar na Polícia Federal, trabalhando em horário integral, estudando por 7 meses e somente com os materiais do Estratégia. Foi o que fiz.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Cassiano: O edital da PF desse ano foi um desafio à parte, pois a estrutura de questões mudou, sendo introduzidos novas disciplinas, como estatística, e aprofundado outros assuntos, como a parte de tecnologia.
Então, essas duas áreas acabaram demandando mais tempo e adaptações no cronograma. Além disso, são áreas mais abstratas, em que o conteúdo precisa ser compreendido, o que por vezes demanda um certo tempo pra “digeri-los”, independente de quanto se insista em ler, reler e fazer exercícios.
É preciso saber administrar isso também, quando a insistência no assunto, já não vai mais trazer benefício.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Cassiano: O mais difícil é o controle da ansiedade. Nos últimos dias, percebi uma certa “saturação” em absorver as matérias. Então, ao invés de forçar, procurei gatilhos que aumentassem a minha segurança de domínio de conteúdo, mentalização de como as coisas acontecerão, meditação, etc. Nesse quesito, os esportistas de alto rendimento têm muito a nos ensinar e fui adaptando um pouco de cada dica que achava legal desses grandes sucessos.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Cassiano: A redação é um divisor de águas na classificação, tem que dar muita atenção. Minha nota foi muito boa em redação, mesmo sem eu ter praticado, mas acredito que em virtude de 2 motivos:
1- “bagagem” prévia de leitura, interpretação de texto e também;
2- entender a “mecânica” da prova (qual a estrutura exigida, critérios de pontuação, argumentação, posicionamento ideológico, etc).
Para quem tem o hábito da leitura de qualidade (livros de qualidade), não precisa se preocupar com essa parte, pois a probabilidade é que ela ajude a construir a sua nota.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Cassiano: Nunca fui atleta, nem tive um excelente desempenho físico, mas sempre procurei manter uma rotina de exercícios e uma alimentação balanceada. Só pensar no TAF quando ficou madura a aprovação na prova objetiva, isso com no máximo 1 mês antes da TAF.
Acho que a única prova que é inviável de buscar nesse tempo para quem “está com corpo na média” é a parte de natação, que demanda mais técnica. Como eu já nadava desde criança, me preocupei ZERO minutos com o TAF antes de saber que passei na objetiva. Mas como disse, nunca descuidei da alimentação e exercícios.
Estratégia: Como foi participar do curso de formação? Teve dificuldade em algo? Alterou sua classificação?
Cassiano: No caso da PF, acredito que o maior desafio seja o afastamento da casa, da sua família e o internato de meses com colegas, que depois viram seus irmãos. Esse distanciamento do social força bastante o psicológico que já vem desgastado das outras fases do concurso. Mas, ao mesmo tempo, acho fundamental para a formação do desafio que enfrentaremos na profissão.
Na academia, as chances de reprovação são poucas e a qualidade dos professores e das aulas facilitam a aprovação. Mas a concorrência em notas é acirradíssima. Qualquer erro nas provas, custa muitas posições na classificação e, por consequência, na escolha das lotações.
No meu caso foi benéfico, pois minha classificação na 1ª etapa ficou entre os 120 colocados e na academia fiquei entre os 20 primeiros. Então acabei subindo em torno de 100 posições, que me deram mais alternativas de escolha de lotação ao final do curso.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Cassiano: Algumas coisas na forma que estudava demandavam tempo e deram pouco resultado, como fazer resumos a mão, por exemplo. Todas eu consegui avaliar e corrigir a tempo. Se fosse hoje, com a experiência, eu já evitaria e iria direto ao que dá mais resultado.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Cassiano: Em desistir não, mas um frio na barriga de achar que não ia dar tempo de fazer o meu máximo. Quando isso acontecia, eu parava, deitava no chão, olhava para o teto, respirava 10 minutos e voltava, porque ter opinião aquela altura do campeonato não ia me ajudar em nada, apenas sentar, estudar e cumprir meu planejamento.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Cassiano: A perspectiva de mudança de realidade como um todo: eu não queria apenas me reestruturar financeiramente, mas queria conhecer outros lugares do Brasil, outras pessoas, aprender coisas novas, viver novas experiências. Tudo era muito maior para mim do que normalmente o pessoal valoriza em um concurso, que é a estabilidade e segurança.
Talvez essa seja uma particularidade da área policial, em geral ela demanda mais vocação para conseguir viver a carreira.
Estratégia: Como se sente hoje empossado no cargo para o qual se esforçou bastante para alcançá-lo?
Cassiano: É uma realização imensa e você se acostuma rápido, pois a profissão te exige isso também. Mas às vezes eu paro e penso: “caramba, olha onde eu estou, olha as coisas que eu estou fazendo, pqp! É muito legal!” (Heheh).
Ao mesmo tempo, a carreira tem seus desafios, então as metas e a superação não podem parar. Conquistar isso tudo é só o pontapé inicial da trajetória. Existe um longo caminho de aprendizados a ser percorrido depois que você entra, até que você consiga acompanhar o que já está acontecendo e uma vida de trabalho até conseguir igualar o que vários colegas (heróis anônimos) fazem pela sociedade. Tudo isso é realmente muito empolgante de ser vivido, mas assim como a preparação, exigem esforço e dedicação.
Uma das frases que se fala muito na polícia é: “O único dia fácil foi ontem”. Quanto mais cedo o “concurseiro” incorporar esse espírito, mais perto ele está da sua aprovação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Cassiano: Meu conselho é: sejam sinceros consigo mesmos. Não almejem o ingresso no serviço apenas pela remuneração e estabilidade. Isso, por si só, não sustenta a motivação para a preparação e, se sustentar, sua vivência no trabalho não vai ser realizadora.
O serviço público é muito vasto, encontrem aquilo que tenha a ver com vocês. Na PF é comum a gente comentar após os trabalhos: “você vê, e ainda somos pagos pra isso”, pois é uma realização de quem está motivado para fazer o quê faz. Procurem o que faz seus olhos brilharem e tudo ficará mais fácil.
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes