Aprovado no concurso da PRF Pará:
“Eu nunca ouvi alguém que realmente estudou e passou em um bom concurso público falar que não valeu a pena. Cada sensação, cada fase, cada novidade te mostra o quão vivo você está. Se está estudando para as carreiras policiais então… você terá um “bônus”. São fases que o “servidor normal” não poderá saborear: o teste físico, o curso de formação policial… Além de medir teu intelecto lá nas provas escritas, esse tipo de concurso te propõe a provar para muita gente (e pra você mesmo) o quanto você é bom em várias coisas. E se você tiver o perfil de um verdadeiro policial, com certeza estará feliz em servir ao país em uma dessas instituições.”
Confira nossa entrevista com Anaximandro Cairo Silva de Matos, aprovado no concurso da PRF Pará:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Anaximandro Cairo Silva de Matos: Me chamo Anaximandro Cairo, tenho 27 anos, sou formado e pós graduado em Direito (constitucional e administrativo) e sou de Santarém, oeste do Pará.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Cairo: Sempre quis ser policial, por vocação mesmo, e quando tinha 18 anos, teve um concurso para Polícia Militar do meu Estado (Pará), foi minha primeira oportunidade e experiência em concursos da área policial.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Cairo: Durante todas as minhas preparações para os diversos concursos que prestei, sempre tive que trabalhar e estudar, ou seja, sempre tive que conciliar as duas coisas. Disciplina é o segredo de quem tem a mesma rotina e deseja ser aprovado em um concurso público.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Cairo: Durante toda minha trajetória de concurseiro fiz diversas provas, e como é normal, reprovei em vários. Minha primeira prova Cebraspe (CESPE na época) foi o concurso para o Banco da Amazônia em 2012, saí da prova com 9 pontos negativos. No mesmo ano, passei na prova da Polícia Militar do Pará e no concurso da Prefeitura Municipal de Santarém. Depois disso, ainda fui aprovado na CAIXA, na prova da OAB, Tribunal de Justiça do Amazonas e recentemente, em 2019, na 3ª turma do cargo de agente da Polícia Rodoviária Federal, cargo que ocupo atualmente.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Cairo: No concurso da PRF foi diferente, o resultado foi adiado e ninguém sabia realmente quando seria disponibilizado. Estava muito ansioso e, em uma certa tarde, quando acordei, estava lá, meu nome na lista de aprovados de um dos concursos que sempre sonhei. Ainda faltava um longo caminho, no entanto, um dos passos mais importantes tinha sido dado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Cairo: Estudar para concursos públicos sempre demanda vários sacrifícios, muitos deles tem a ver com o relacionamento com a família e amigos. Sempre tentei equilibrar as coisas, só estudar e trabalhar fica exaustivo, e pra mim, prejudica o rendimento nos estudos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Cairo: Tenho namorada e filhos e moro próximo a casa dos meus pais, que sempre apoiaram tanto eu como todos os meus irmãos quando o assunto era estudos, nunca impuseram uma dificuldade quando queria estudar e sempre respeitaram. Acho que eles nunca imaginaram o quão difícil e solitário é a vida de um concurseiro, mas sempre me apoiaram em todas as minhas decisões.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Cairo: No mundo dos concursos nenhum tipo de conhecimento é perdido e experiência de prova é um dos quesitos que pode garantir a sua vaga. Se tiver oportunidade (como a prova ser na sua cidade, ter a grana pra taxa de inscrição e etc.), faça quantas provas puder, isso vai te garantir aquela “casca” para o concurso dos teus sonhos. Isso serviu pra mim. Estou em um cargo que sempre sonhei, no entanto, ainda continuo a me preparar para as provas de Delegado – um outro cargo que também quero somar a minha carreira – e, mesmo assim, ainda não será o último.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Cairo: Estudei para a PRF por cerca de 6 meses, foi o tempo entre a reprovação na prova da Polícia Federal e a prova da Polícia Rodoviária Federal.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter um edital na praça? Durante esse tempo, como você faz para manter a disciplina nos estudos?
Cairo: Não cheguei a estudar especificamente para PRF sem edital, estudava as disciplinas comuns que caem na PF e PRF e isso me ajudou na prova. Nessa época, trabalhava como soldado da PM no interior (do interior segundo a Joelma do Calypso), então tinha que manter certa disciplina, estudava cerca de 3 horas por dia e acredito que isso foi o suficiente sem ter um edital na praça. Disciplina essa mantida pelo sonho de ser Policial Federal.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Cairo: Quando comecei minha caminhada no mundo dos concursos , o material que predominava eram as apostilas (que hoje já não aprovam ninguém), ainda usei pra ser aprovado no concurso da Prefeitura Municipal e da Polícia Militar. Mas com o avanço e “profissionalização” dos concursos e cursos preparatórios, tive que me atualizar também e migrei para as videoaulas e PDFs. Especificamente nos concursos da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal usei muito videoaulas e resumos que fazia no caderno, além de resolução de questões e simulados, essenciais para realizar uma prova em alto nível.
O processo de aprendizado é muito subjetivo, então é difícil dizer qual o melhor método para estudar. Uns aprendem melhor com a videoaula, outros preferem os PDFs. O importante é o concurseiro identificar o método que mais aprende o conteúdo e investir nisso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Cairo: O Estratégia se consolidou no país como um dos maiores cursos preparatórios para qualquer prova que o concurseiro vai encarar, então é difícil um concurseiro desconhecer o Estratégia. Me tornei aluno da Corujinha em 2018, quando comprei o curso para a Polícia Federal.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Cairo: Quando fui estudar para a PRF levei a experiência da prova da PF (experiência de prova), sou péssimo em exatas, e as deixei por último, acontece que não deu tempo de ver essas disciplinas e tive que deixá-las em branco na hora da prova. Ou seja, não é aconselhável não estudar uma matéria, mas não significa que você não será aprovado. Eu nunca consegui estudar diversas matérias juntas, sempre preferi esgotar uma disciplina antes de iniciar outra, e sim, ao contrário do que muitos falam, dá certo, e não foi só comigo (como já disse, depende demais do concurseiro).
Sempre fiz resumos do que estudava e atribuo a isso o sucesso nos concursos, pois assim eu não tenho que rever centenas de horas de videoaula e milhares de páginas de PDFs, um material de revisão que te permita revisar toda a matéria em 3 horas é um custo benefício muito bom. Após as revisões da matéria, uma bateria de questões sobre os assuntos complementa perfeitamente o ciclo de estudos do concurseiro, fazendo com que o estudante fixe e conheça as formas de cobrança por parte da banca. Como estudava uma matéria por dia, não precisei de um plano de estudos mirabolante, estudava cerca de 3 horas por dia e, quando esgotava uma matéria, passava para outra. Sempre pegando uma videoaula (cerca de 2 horas) e a revisão desta matéria, somada a algumas questões. Resumindo, enquanto assistia às aulas e montava o caderno de revisão, a prioridade era essa, depois focava nas revisões e questões (principalmente após o edital).
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Cairo: Na reta final a sensação de todos os candidatos que realmente vão pra buscar uma vaga é sempre a mesma: de que poderia ter estudado mais e que não está preparado, então se você sentir isso próximo à prova, não se preocupe, entenda que você deu o seu máximo e, se realmente for seu dia, você conseguirá uma das vagas, pois você a mereceu. É importante também, que o candidato tente manter a calma (a já citada experiência de prova faz muita diferença aqui), a última semana serve para planejar o dia da prova, como a viagem (caso a prova não seja na sua cidade), conhecer o local da prova, horário (inclusive fuso horário), canetas certas, documento de identificação e todas as outras coisas necessárias, além de servir para revisão de decoreba, como tabelas, prazos, datas e etc.
Na véspera da prova só assisto um “aulão de véspera” (Estratégia sempre disponibiliza), isso serve pra passar a tensão “pré-prova” e, mesmo assim, ainda pegar as últimas dicas. Tentei dormir bem (mas não foi possível) e na hora da prova, estava no local com antecedência para não causar mais tensão em uma situação já estressante.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Cairo: Sempre fui muito bom nas discursivas, então treinei pouco para essa prova. No entanto, uma banca como o CEBRASPE é sempre mais exigente quanto à prova subjetiva e isso também acabou me prejudicando no resultado final. Consegui uma nota pra passar com folga, mas poderia ser melhor se tivesse escolhido um curso que me permitisse algumas correções das redações. Isso ajuda o candidato a perceber e corrigir seus erros, além de preparar o candidato para uma banca específica.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Cairo: Eu fui Policial Militar por quase 7 anos, então a parte física não foi um problema, mas aconselho que quem não tem um bom condicionamento físico, a treinar. Não precisa ser juntamente com a preparação para as provas escritas, mas que não deve ser negligenciado após o resultado das primeiras etapas, pois além de envolver resistência e força, a prova física também envolve técnica e isso requer treinamento também. Para as outras fases, não é necessário estudar/treinar, com exceção da prova psicotécnica, que no Cebraspe é uma fase difícil, e mesmo quem tem treinamento e experiência na área pode ficar de fora, então tive que estudar alguns dias antes para conseguir ser aprovado.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Cairo: Como já ficou bastante claro nas respostas anteriores, subjuguei demais algumas disciplinas e isso me prejudicou muito no concurso. Então subestimar demais alguns conteúdos é um dos erros principais que um concorrente pode cometer. Além disso, anotar e fazer excelentes resumos para as revisões foram o ponto central das minhas aprovações, eles permitem relembrar os assuntos com maior velocidade e pontualidade para que o conteúdo cobrado possa ser fixado de maneira satisfatória.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Cairo: A caminhada rumo à prosperidade nunca é fácil, são poucos os selecionados, nesse caminho a incerteza é o pior inimigo. A gente começa um projeto de estudos sem o conhecimento necessário para saber se estamos trilhando o caminho certo, sem experiências anteriores, muitas vezes sem conhecer alguém que tenha conseguido. Isso tudo, pode ir minando o psicológico do aluno durante a preparação. É nessa hora que ele deve se apoiar nos familiares, pais, filhos, irmãos, amigos… pessoas que tem por perto e que o apoiam, nas dificuldades (financeiras) que sua família está passando e em como melhorar a qualidade de vida das pessoas que amamos. E quer saber como conseguimos seguir em frente? Com a certeza de que nossos esforços vão melhorar a vida de cada uma dessas pessoas amadas. Isso sim faz com que sigamos firmes e fortes em cada madrugada, cada final de semana ou feriado em que abdicamos da presença de nossa família.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Cairo: Sempre fui de uma família muito humilde, em que nosso maior patrimônio sempre foi a educação. Nunca esqueço que meu pai tinha que acordar às 4 horas da manhã pra fazer meu café e me deixar na parada do 1º ônibus que pegava para ir para um curso de inglês que ele tinha conseguido pra mim gratuitamente em um projeto social promovido pela INFRAERO. Ele, além de minha motivação, era meu exemplo, minha dívida. Minha mãe e meus irmãos sempre estiveram do meu lado e eu prometi a mim mesmo que sempre os queria por perto, nas melhores condições. Hoje, trabalhando na PRF sei que realizei grande parte desse sonho, e que meus pais e familiares têm orgulho de mim e seguem meus passos, porque falar pode convencer, mas ser o exemplo, motiva.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou.
Cairo: Eu nunca ouvi alguém que realmente estudou e passou em um bom concurso público falar que não valeu a pena. Cada sensação, cada fase, cada novidade te mostra o quão vivo você está. Se está estudando para as carreiras policiais então, você terá um “bônus”. São fases que o “servidor normal” não poderá saborear: o teste físico, o curso de formação policial… Além de medir teu intelecto lá nas provas escritas, esse tipo de concurso te propõe a provar para muita gente (e pra você mesmo) o quanto você é bom em várias coisas E se você tiver o perfil de um verdadeiro policial, com certeza estará feliz em servir ao país em uma dessas instituições. Agora um recado para quem está estudando para a gloriosa Polícia Rodoviária Federal: se você quer vir, venha, mas venha pra somar, pois somos a maior e melhor polícia do Brasil. Pode me cobrar isso quando me encontrar nas rodovias federais! Até lá!