Aprovado no concurso SEFAZ AL
“É importante ter uma área definida desde o início e um plano de estudos para essa área, assim como seguir o que foi definido no planejamento, não mudar de área a cada edital lançado e não se deixar levar por sentimentos ruins a cada bateria de exercícios com maus resultados. Todos os aprovados passam por momentos difíceis durante a preparação. O importante nesses momentos é ter disciplina. Acredito que essa seja a palavra mais importante para alcançar a aprovação, disciplina”
Confira nossa entrevista com Alessandro Schiavon, aprovado em 21º lugar no concurso SEFAZ AL para o cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Alexsandro Schiavon: Sou de Pelotas/RS, tenho 40 anos, sou graduado em Engenharia Elétrica/Eletrônica pela Universidade Católica de Pelotas – UCPEL e tenho pós graduação em Automação e Instrumentação pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Alexsandro: Trabalho como Engenheiro Eletrônico em uma subsidiária da Eletrobras desde 2010, quando fui aprovado em primeiro lugar naquele concurso.
O principal motivo que me fez voltar a estudar foi o início de uma possível privatização da Eletrobrás. Quando surgiu essa notícia, começou um período de redução do quadro de pessoal, com alguns planos de demissões voluntárias e muitas incertezas em relação ao futuro da empresa.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Alexsandro: Quando decidi voltar a estudar comecei a pesquisar com quais áreas eu poderia ter mais afinidade e ao mesmo tempo quais poderiam me proporcionar um salário próximo ao que tenho hoje. Conversando com minha namorada ela me falou sobre o Cargo de Auditor Fiscal Receita Federal. Então procurei me informar um pouco mais a respeito. Achei a área interessante e comecei a procurar mais materiais sobre o concurso. Assisti a alguns vídeos no youtube e, mesmo sabendo que o caminho seria longo (naquele momento tinha conhecimento de poucas disciplinas do edital) decidi focar nessa área.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Alexsandro: Trabalhei durante todo período de estudo. Por esse motivo mantive uma carga horária diária relativamente baixa. De qualquer forma, não vejo isso como um problema, pois no meu ponto de vista o mais importante em um concurso é ter constância, não importando tanto o quanto de tempo diário. Claro que com uma carga horária maior o resultado chega antes, mas no meu caso não tinha tanta pressa porque estou em um emprego que considero bom.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Alexsandro: Minha história com concursos pode ser dividida em duas partes. A primeira começou há algum tempo, antes de eu iniciar a faculdade e seguiu até eu assumir o posto que ocupo hoje. Não recordo os anos dos concursos, mas todos esses foram antes de 2010: Infraero – Primeiro lugar (Nível médio); CEEE – Primeiro lugar (Nível médio); REFAP (Petrobrás) – Uma vez em segundo lugar e em outros dois concursos primeiro lugar (Todos três para Técnico em Eletrônica); Trensurb – Décimo primeiro lugar (Engenheiro Eletrônico); CGTEE (Eletrobras) – Quarto lugar (Engenheiro Eletrônico); CGTEE (Eletrobras) – Primeiro lugar (Engenheiro Eletrônico).
Além desses concursos houve outros com resultados não tão bons e também algumas reprovações. A segunda fase começou em meados de 2017, que foi quando decidi estudar para a área fiscal. O primeiro concurso que fiz foi SEFAZ-SC. Naquele concurso ainda não estava bem preparado. Fiz em torno de 78% da prova. Longe de ficar dentro das vagas. Em seguida fiz o da SEFAZ RS para Técnico Tributário e para Auditor Fiscal. Resultado outra vez insuficiente, acredito que tenha ficado próximo da posição 200 para técnico e 170 para Auditor. Depois desse concurso fiquei bastante tempo sem fazer provas.
O concurso seguinte foi do ISS Porto Alegre. Nesse concurso eu já estava com o foco em Alagoas, então fiz a prova pra pegar o ritmo e pra ver como estava nas matérias comuns. Como esperado, fui reprovado, pois não obtive o mínimo em Legislação (matéria que não estudei). Embora tenha sido a única reprovação para essa área, talvez tenha sido o resultado que mais me ajudou dentre todas provas que fiz pra área fiscal, pois nas outras matérias, com a nota que tirei, ficaria entre os primeiros, o que me deu um grande incentivo para o concurso de Alagoas. O último que fiz foi para Auditor Fiscal da SEFAZ AL, no qual fiquei em 21 lugar.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Alexsandro: Sim, acredito que pela competitividade que existe hoje é improvável conseguir ser aprovado estudando somente quando tiver edital na praça. Existe um gap razoável entre os editais, e o candidato precisa manter os estudos nesses intervalos. Desde o início eu sabia que não teriam tantas provas seguidas, então não tive muito problema em estudar sem edital. Com certeza a motivação quando tem edital é outra, mas na falta deles, é preciso ter disciplina e seguir o planejamento de estudos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Alexsandro: Quando decidi voltar a estudar conversei com minha namorada e ela me falou do Estratégia. Ela disse que tinha lido a respeito e que seria o melhor curso para essa área. Resolvi investir nele. Assisti aos vídeos no youtube sobre ciclo de estudos, organizei o meu, comprei o curso completo da Receita Federal e comecei a estudar.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor pra você? Videoaulas, PDFs, livros?
Alexsandro: O material base foi do Estratégia. Acredito que todas as disciplinas estudei por ele. Em uma ou outra matéria peguei outros materiais para complementar o estudo. Desde o início estudei por PDFs. Recorria aos vídeos somente quando sentia necessidade de um entendimento melhor do que tinha lido. Em geral assistia a eles nos horários fora do horário principal de estudo, por exemplo, no caminho pro trabalho. Esse era um horário que eu tinha livre, mas ficava difícil de efetuar um estudo mais focado, assim aproveitava pra inserir as videoaulas.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Alexsandro: Como trabalhei durante minha preparação, não conseguia manter uma carga horária alta. Quando não tinha edital na praça, fazia em torno de 3h líquidas, de segunda a sexta. Durante os fins de semana e os feriados, estudava um pouco mais. Alguns domingos tirava de folga. Já no pós-edital aumentava a carga horária, principalmente nos feriados e fins de semana, além de excluir o dia de folga. Acredito que o pós-edital é um curto período no qual a dedicação aos estudos deve beirar a exclusividade. Especificamente em relação à prova do SEFAZ AL, tirei um período de 20 dias de férias antes do dia da prova. Nesse período fazia normalmente entre 8h e 9h líquidas diárias.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Alexsandro: Meu plano de estudos foi feito assistindo aos vídeos do youtube sobre ciclos de estudo. Iniciei pelas 6 disciplinas consideradas básicas para a área fiscal: Português, Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito Constitucional, RLM e Contabilidade. À medida que ia concluindo uma matéria, colocava em modo revisão e inseria outra. Fui assim até estar com praticamente todas em revisão, acho que 14 ou 15 matérias. Não costumava fazer resumos, apenas na reta final acabei fazendo alguns poucos. Basicamente revisava as marcações do material e fazia muitas questões. Nas matérias que tinha o aproveitamento pior, relia praticamente todo material e em alguns casos usava materiais auxiliares.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Alexsandro: A maior dificuldade talvez tenha sido em alguns tópicos de Contabilidade. Quando notava que meu entendimento com o pdf tinha sido “pobre”, assistia ao vídeo daquela matéria no caminho do trabalho. Isso me permitiu reforçar o conteúdo sem tomar o tempo reservado para meu estudo.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Alexsandro: Minha namorada e eu moramos juntos. Foi ela que me ajudou a decidir pela área fiscal. Na época ela estava na faculdade e já planejava estudar pra essa área quando se formasse. De certa forma, essa aprovação é um pouco dela também, pois sempre me apoiou nessa caminhada.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Alexsandro: Durante a preparação acabei abrindo mão de algumas coisas. Não consegui manter estudos, trabalho, academia… optei por focar nos estudos, por saber que seria temporário. Também acabei diminuindo os encontros com amigos e família, mas acho que nesses casos não é saudável abdicar por completo. É necessário manter o mínimo da vida social ativa. Claro que não é sair todos os dias, mas acho que um churrasco com os amigos ou um fim de semana com a família até ajudam nos estudos. Lazer também é necessário… sem exagero.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Alexsandro: Acredito que para alcançar o objetivo mais rapidamente é necessário foco na área que escolheu. Se ficar mudando sempre que tiver um edital vai acabar tendo muitas reprovações e talvez até desistindo. Caso fique muito tempo sem prova da área escolhida, acho válido fazer um concurso com disciplinas parecidas, sem mexer no estudo e sem mudar o foco. Apenas para ir “ganhando bagagem” em provas. Sempre tendo cuidado em não se preocupar com o resultado. Nesse tipo de prova o objetivo é treinar a situação da prova e talvez ter uma ideia de como está nas matérias que estudou.
Sobre seguir estudando, me agrada bastante a ideia de morar na praia, e em Alagoas vou ter essa oportunidade. Além disso, os outros cargos que eu gostaria tiveram provas há pouco tempo. Então, por ora vou parar os estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Alexsandro: Difícil precisar um tempo, pois a maioria das matérias são as comumente cobradas na área fiscal, e por esse aspecto estudo desde meados de 2017. Se for considerar o estudo específico das disciplinas de Alagoas, acredito que tenha sido por uns 6 meses.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Alexsandro: Ver meu nome no diário oficial entre os aprovados foi um sentimento de dever cumprido. Depois de buscar tanto tempo a aprovação, ver que ela finalmente chegou é muito bom. Sabia que minha prova objetiva tinha sido boa, mas também sabia que tinha cometido um erro na discursiva que poderia me custar a vaga. Então o resultado poderia ser qualquer um. Felizmente a vaga veio.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Alexsandro: Nos 20 dias anteriores à prova eu tirei férias do trabalho, e assim consegui me dedicar 100% para a prova. Como já citei, fazia entre 8h e 9h líquidas nesse período. Às vezes um pouco mais, às vezes um pouco menos. Na véspera da prova não estudei. Conversei com o meu coach (Alberto Kovaric) e achamos melhor eu descansar. Acabei somente lendo os poucos resumos que tinha feito na reta final.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Alexsandro: Para a prova discursiva contratei um curso específico que me ajudou muito. Principalmente porque foi com temas bastante focados na área, o que reforçou o conhecimento que eu já possuía. Além disso, pude treinar a escrita no papel. No meu caso, fazia tempo que praticamente só escrevia no computador. Então, praticar bastante, com um conteúdo bom e com correção, acredito que seja o caminho para ter um bom resultado nessa etapa.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Alexsandro: Acredito que entre os acertos o maior tenha sido iniciar a preparação já com um plano de estudos bem definido, com revisões periódicas, com foco na área e com um material bom. Outro item que coloco entre os acertos foi a contratação de um coach alguns meses antes do concurso de Alagoas. Ter alguém que já foi aprovado na área sempre disponível para tirar alguma dúvida e me ajudar a ajustar os ciclos de estudo ajudou bastante, principalmente na parte psicológica.
Não sei se pode estar entre os erros, mas se fosse começar novamente o estudo, acho que daria um jeito de colocar alguma atividade física no meu cronograma. No longo prazo o corpo sente a rotina de estudos, e uma atividade física proporciona um bem estar maior e possivelmente um rendimento também maior.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Alexsandro: No estudo de longo prazo são normais oscilações nos sentimentos. Em alguns momentos parece que tudo está fazendo sentido e que a aprovação está perto, em outros, a sensação é de que é muito difícil e que vai demorar pra ela chegar… se chegar. Mesmo quando tive esse último pensamento, segui em frente. Quando iniciei o estudo falei que só pararia de estudar quando fosse aprovado, então nunca pensei em desistir antes disso.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Alexsandro: Talvez a maior motivação tenha sido a estabilidade que um cargo público proporciona. Hoje, embora concursado, sou celetista, e com uma possível privatização, perderia a relativa estabilidade que o emprego público proporciona. O que também me motivava era a chance de melhorar a qualidade de vida.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Alexsandro: É importante ter uma área definida desde o início e um plano de estudos para essa área, assim como seguir o que foi definido no planejamento, não mudar de área a cada edital lançado e não se deixar levar por sentimentos ruins a cada bateria de exercícios com maus resultados. Todos os aprovados passam por momentos difíceis durante a preparação. O importante nesses momentos é ter disciplina. Acredito que essa seja a palavra mais importante para alcançar a aprovação, disciplina.
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