Aprovada no Concurso Receita Federal
Olá caros amigos!
O objetivo deste texto é trazer a todos uma entrevista realizada com a Elizabeth Cristina Sato Jaha, aprovada no último concurso da Receita Federal do Brasil.
Ela é esposa do Prof. da área Previdência Ali Jaha, aqui do Estratégia, e ele mesmo fará a entrevista.
Aproveitamos para parabenizar novamente a Elizabeth e todos os outros aprovados (grande parte alunos do Estratégia), bem como agradecer pela entrevista concedida, que servirá de estímulo aos colegas que continuam na luta!
Prof. Ali Jaha: Elizabeth, conte um pouco de sua formação e trajetória.
Elizabeth: Sou licenciada em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá desde 2007, mas antes mesmo da graduação já tive os primeiros contatos com o mundo dos concursos. Fui aprovada em 2005 no concurso da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, onde residia, e exerci o cargo de Técnico Administrativo até 2008, quando fui convocada para assumir o cargo de Técnico Judiciário da Justiça Estadual. Permaneci nesse cargo até 2010, mas durante todo o período pós-faculdade, mesmo trabalhando, sempre prestava um ou outro concurso que aparecia. Fui aprovada em alguns, inclusive em primeiro lugar, em outros nem apareci na lista, mas nunca desisti de um dia exercer um cargo de nível superior e remuneração também superior.
Prof. Ali Jaha: E a partir de 2010?
Elizabeth: Quando me exonerei do Tribunal de Justiça em 2010, iniciei minha preparação de forma descompromissada (e sem muitas pretensões) para concursos de forma geral. Estava disposta a passar em qualquer concurso. E logo! Entrei em um cursinho telepresencial no segundo semestre e tentei acompanhar o que deu, visto que a maioria das matérias era grego pra mim, pois antes, nunca havia estudado Direito Tributário, Direito Previdenciário, Administração, Comércio Internacional e etc. A maioria dos concursos que havia prestado até então cobravam apenas Português, Matemática, Legislação Específica e/ou noções de Direito Constitucional e Administrativo. Raras as vezes que precisei estudar Arquivologia ou outro ramo do Direito. Precisei mudar de casa e de cidade em 2011, o que acabou interrompendo o ritmo dos estudos e me desanimando um pouco. Para não ficar sem estudar nada, durante o segundo semestre do mesmo ano comprei um livro de Raciocínio Lógico (meu ponto fraco) e comecei a estuda-lo algumas horas por dia, resolvendo cada um dos exercícios e exemplos que eram dados no referido material. Para não “enferrujar”, aproveitei para testar meus conhecimentos básicos no concurso da INFRAERO, cargo de Profissional de Navegação Aérea, prova elaborada pela Fundação Carlos Chagas. Acabei “sem querer” sendo aprovada em primeiro lugar para as vagas do cadastro de reserva do referido cargo. Enfim, o ano terminou e prometi que em 2012 pegaria firme nos estudos novamente. Sob influência do meu marido (você. Rsrs), logo no primeiro semestre entrei em um cursinho telepresencial nos finais de semana, curso esse que focava resolução de questões para área fiscal. Tentava ler o material disponibilizado pelos professores durante a semana, mas não era sempre que dava tempo, pois entre outros contratempos, precisei novamente me mudar. Dessa vez de casa. Também deixei de assistir a maioria dos vídeos disponibilizados no site do curso. Enfim, meu desempenho deixou muito a desejar. O edital de ATRFB foi publicado após o término do cursinho do primeiro semestre, e felizmente já estava instalada na minha nova casa. Não havia mais desculpas, precisava pegar firme se quisesse realmente passar. E foi o que fiz, de forma decidida, focada,
e com total apoio do meu marido, já AFRFB.
Prof. Ali Jaha: Como foi a preparação pós-edital de ATRFB?
Elizabeth: Não posso negar que o seu auxílio foi essencial para minha preparação, pois com a experiência que você já havia acumulado nos estudos para Receita Federal já era possível adquirir os melhores materiais dos melhores professores, sem necessidade de ficar “vagando” por livros, outros sítios de cursos em PDF ou cursos de qualidade duvidosa. Foi dessa forma que, focados no novo edital, montamos um horário de estudos que contemplasse todas as matérias e todo o conteúdo. Inicialmente comecei a estudar 10 horas por dia, mas com poucas semanas já estava estudando 12, 14 e até 16 horas por dia, quando dava tempo e a canseira não falava mais alto.
Prof. Ali Jaha: Nesse ritmo forte de estudos sobrava algum tempo para a vida social?
Elizabeth: Era muita coisa nova e o tempo era contado. Abandonei a academia, o salão de beleza, a internet, o telefone, as compras no supermercado, a tevê e até mesmo a cozinha. Desligava o celular para que não tocasse e só atendia ligações familiares. Passava 90% do meu tempo acordada sob os livros e cursos em PDF, e só ia dormir quando batia a meta de estudos mínimos diário. Quando sentia sono tomava Coca-Cola ou café. Quando estava cansada demais, tomava um energético para não dormir na aula nos finais de semana. Muitas vezes precisei comer besteiras enquanto estudava para me manter acordada! Não foi uma época fácil. Senti minha saúde fragilizada de tanto estudar, dormir pouco, me alimentar erroneamente e ficar tantas horas diárias trancada num quarto sentada, estudando, lendo e resolvendo exercícios. Época que nem gosto de lembrar, mas muito importante para valorizar a conquista de hoje. Com isso, consegui vencer quase 100% do edital, sob a ótica de vários professores na mesma matéria.
Prof. Ali Jaha: Você foi extremamente dedicada no pós-edital! Você tinha dificuldade em alguma(s) matéria(s)? Como venceu esse obstáculo?
Elizabeth: Claro que tive dificuldades! Tirando as matérias que já tinha tido contato inúmeras vezes em outros concursos, foi tudo novidade nesse edital de ATRFB. Acho que Contabilidade foi uma pedra no sapato de muita gente, pois leitura não basta, precisa resolver exercícios de forma exaustiva para que certos conceitos se internalizem e para pegar “a manha” das questões da ESAF. Minha estratégia de estudo para compensar essa “falha” foi aumentar minhas horas de dedicação a essa disciplina. Estudava contabilidade os 7 dias da semana pelo menos 3 horas por dia. Houve dias que cheguei resolver exercícios dessa matéria durante 8 horas. Não deixava nenhum exercício para trás, e enquanto não resolvia, não passava para o próximo, pois poderia estar negligenciando bem aquele me daria a aprovação.
Prof. Ali Jaha: Pelo que acompanhei, a prova dissertativa do ATRFB foi polêmica, uma vez que o enunciado não foi claro no que exigia, o que prejudicou muitos candidatos bem preparados. Como você se preparou para a prova dissertativa?
Elizabeth: Caí muitas “colocações” da prova objetiva para a prova dissertativa, mas felizmente não o suficiente para me deixar de fora do limite de vagas. Depois da prova objetiva estava exausta e precisando recuperar o fôlego para a segunda prova, por isso descansei alguns dias e reduzi a jornada diária de estudos para 6 ou 8 horas diárias. Somente na última semana antes da prova voltei a estudar 12 horas por dia para revisar todo o conteúdo, afinal, com exceção de Raciocínio Lógico e Contabilidade, poderia ser cobrado qualquer assunto na prova dissertativa. Fiz no total 12 dissertações em casa, com temas aleatórios de diversas provas de outros concursos. Além disso, li o curso de dissertações do Estratégia Concursos e revisei quase todo o material que utilizei para estudos da prova objetiva. Acho que o que me prejudicou muito, além da ansiedade e nervosismo típicos de uma segunda fase decisiva, foi o aumento dos descontos das pontuações nos casos de erros de Língua Portuguesa em geral. Bastava uma vírgula no lugar errado e lá se iam 2 preciosos pontos.
Prof. Ali Jaha: A sua nomeação ocorrerá em breve. Você está adentrando na instituição pública mais badalada do mundo dos concursos. O que está passando pela sua cabeça nesse momento?
Elizabeth: Penso que a responsabilidade será grande, afinal, a RFB é o órgão responsável pela arrecadação dos tributos no país e tudo que faz (ou deixa de fazer) é instantaneamente disponibilizado na mídia. Dessa forma, estou disposta a me empenhar desenvolvendo um trabalho de excelência e contribuindo para o atingimento das metas e objetivos da instituição.
Prof. Ali Jaha: Elizabeth, o Estratégia Concursos deseja sucesso para você nessa sua nova empreitada, no cargo de Analista-Tributário, mas antes de encerrar essa entrevista, gostaria que você deixasse uma mensagem aos alunos do Estratégia, que estão na luta diária pela aprovação em um concurso público.
Elizabeth: É complicado simplesmente dizer: “Não desista dos seus sonhos”, pois é uma série de fatores que culminam na aprovação de uma pessoa: o tempo que ela tem disponível para os estudos, se há ou não necessidade de trabalhar durante a preparação, recursos financeiros para custear os materiais, apoio familiar e etc. No entanto, acredito que para muitos, por mais difícil que possa parecer, com um pouco de organização e principalmente disciplina é possível sim vencer o desafio apesar de todos e quaisquer obstáculos. Costumo dizer que, querer de verdade já garante 50% da aprovação, o resto é consequência da sua vontade. Se o estudante precisa trabalhar durante o dia, reserve das 19h30 às 23h30 para os estudos, mais os finais de semana; se o problema é dinheiro, empreste material de algum amigo ou parente que já tenha estudado ou cursado algum curso. Além disso, a maioria dos cursos disponíveis para venda na internet podem ser parcelados. É possível abrir mão de uma despesa menos essencial para adquirir um bom material de estudos. Acredito que vale a pena abdicar de diversão e férias hoje para no futuro dispor de tempo, dinheiro, estabilidade e tranquilidade. No final, o sacrifício sempre valerá a pena!
Espero que tenham gostado da entrevista!
Abraços!
A Coordenação