Aprovada no Concurso Receita Federal
“Sem dúvida, o mais difícil foi ter que me afastar das pessoas. Especialmente, da minha filha. Houve dias em que a deixei na casa da minha mãe. Ela chorando e eu saindo de lá, chorando também. Outros dias, ainda, ela queria atenção. E o afeto que eu podia dar, era pouco. Então, ficava procurando distrações para ela”
O que é mais difícil na caminhada como concurseiro: abrir mão de uma vida social plena? Abrir mão de passar mais tempo ao lado das pessoas que ama? Conseguir ter foco e disciplina? Ou conseguir superar as reprovações? Na verdade, acho que não existe nada fácil, ou menos difícil, na vida de quem se dedica para ser aprovado em um concurso público. E na trajetória da psicóloga Larissa Braz, não foi diferente.
Larissa precisou abrir mão de tudo para se dedicar aos estudos. Inclusive, de passar mais tempo ao lado de sua filha. Ela passou por decepções, por momentos de angústia e pensou até em desistir. Mas a vontade de ter uma profissão estável e poder proporcionar a sua família uma qualidade de vida melhor, falou mais alto. E foi com muita força de vontade, que ela seguiu em frente e atingiu seu maior objetivo: ser aprovada no concurso da Receita Federal para o cargo de Auditor Fiscal.
Confira o depoimento de Larissa Braz e veja que não existem obstáculos para quem, de fato, deseja ter um sonho realizado.
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você. Dessa maneira, nosso leitor pode conhecer você melhor. Você é formada em que área? Trabalhava e estudava? Ou se dedicava inteiramente aos estudos? Quantos e quais concursos já foi aprovada? Qual o último?
Larissa Braz: Sou formada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Não tenho nenhuma afinidade especial com nenhuma área. Portanto, logo que me formei, em 2005, fiquei um tanto perdida. Até que encontrei um edital de concurso para psicólogo do Tribunal de Justiça de SP e decidi fazê-lo. O salário era razoável para os parâmetros da profissão. E isso sempre foi importante para mim. Passei dentro das vagas, mas nunca saiu a nomeação. Foi esse concurso que me inspirou a entrar no mundo dos concursos. Mas depois disso, decidi que não tentaria concursos em Psicologia.
Em seguida, engravidei e decidi esperar a nomeação. Curti a gravidez, minha filha. E assim, fiquei por mais de dois anos. Quando decidi largar a vida de mãe com dedicação exclusiva, resolvi estudar para tribunais. Mas, estudava quase nada e frequentava aulas (nessa época, fiz concursos para TRT’s – nenhuma aprovação).
Apenas depois que ela entrou na escola, já em 2009, comecei a estudar num ritmo melhor. Saiu o edital do concurso para Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda. As únicas matérias que eu nunca tinha estudado eram direito tributário e previdenciário. Então, decidi prestar o concurso e fui aprovada como excedente. E tomei posse em meados de 2010, permanecendo no cargo até hoje. Logo que tomei posse, dei uma relaxada e fiquei sem estudar até o início de 2012.
Ao longo de 2011, mantive contato com os colegas. Então, decidi mudar de área e me dedicar à área fiscal. Como tinha algumas viagens planejadas, programei-me para voltar aos estudos em janeiro de 2012. E, finalmente, obtive a tão sonhada aprovação!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Larissa: Na época em que estudava para tribunais, eu não abri mão de muita coisa. E nem sabia como fazer isso. Precisei aprofundar minha convivência com pessoas que já tinham passado no certame. Por isso, para ter noção do tanto que precisaria focar nos estudos.
Quando comecei a estudar para a área fiscal, passei a abdicar da convivência com família, amigos, passeios, viagens… Durante esse período, quando não havia nenhum edital previsto e eu tinha tempo, programava alguma viagem curta. Assim, mudava os ares, desopilava, desenferrujava. E vivia esse descanso, intensamente, para retomar o pique.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação? Ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Larissa: Primeiramente, sendo realista, um dos critérios que envolveu minha decisão pela área fiscal foi o financeiro. Então, desde o início, eu tinha em mente focar nessa área e arriscar outros concursos, cujas matérias a serem estudadas fossem similares. Acho válido tentar alguns concursos diferentes do objetivo maior. Desde que o candidato não se afaste muito do foco quanto ao conteúdo a ser estudado.
Em 2012, logo que comecei a estudar, fiz o concurso do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Porém, sem grandes ambições. Considerei que estava fazendo um curso telepresencial para concurso da Receita Federal e não pretendia sair do foco. Já que mal tinha iniciado. Em seguida, tentei o AFRFB, tendo ficado de fora por quatro pontos. Depois, tentei o da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) em 2013. Cheguei a fazer a prova discursiva, e fiquei fora dos aprovados por 0,75. Observava que estava me aproximando cada vez mais da aprovação e cada vez mais, eu me cobrava.
Como prefiro estudar com edital, decidi fazer o concurso do Tribunal de Contas da União em 2013. Mas, esse foi uma grande decepção; ou seja, difícil de ultrapassar. Não consegui estudar as matérias que desconhecia. Mas, praticava a resolução de questões do CESPE, já que todos os anteriores foram organizados pela ESAF. Tive um rendimento muito abaixo do que esperava, considerando e evolução que eu me via ter ao longo do tempo.
Agora, com a aprovação como AFRFB, pretendo me aposentar da vida de concurseira. Posso até mudar de ideia. Mas, por hora, estou parando de estudar para concursos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos, mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Larissa: Dividia meus estudos em duas fases. Enquanto eu estudava para tribunais, o estudo era entre idas e vindas, não tenho isso bem definido. Talvez algo na faixa de um ano. E esse período me deu uma boa base em direito constitucional e administrativo (dentro do que pode ser aproveitado para a área fiscal).
Já do início dos estudos para a área fiscal até a aprovação, foram dois anos e quatro meses.
Entre uma prova e a autorização do concurso seguinte, sempre aliviava um pouco o ritmo de estudos. Uma ou duas semanas de folga após cada prova, tentando sempre viajar nesse período. Em seguida, retomava os estudos, mas tentava dormir bem. Passava um tempinho, cotidianamente, com minha filha. E assim que saía a autorização do concurso, dedicava-me aos estudos com intensidade máxima. Delegava o máximo que podia e diminuía as horas de sono. Sem exagero, até os banhos por dia, foram reduzidos – um é suficiente.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Larissa: Para iniciar, fiz um curso telepresencial, que me ajudou a construir uma base em todas as matérias. Como alguns professores forneciam um material bom, estudava por esse material. Com relação àqueles, cujo material tinha qualidade inferior, procurei outros materiais, livros ou cursos em PDF, dependendo da matéria.
Após o fim desse curso, fiquei estudando com base principalmente em livros. Optei por cursos em PDF para algumas matérias. Usava videoaulas, eventualmente, para alguma disciplina em que tivesse mais dificuldade.
Por fim, após o edital, surgiu um curso presencial que julguei valer a pena e me matriculei. De fato, ajudou muito.
Eu me dou muitíssimo bem com aulas. Principalmente, se assistir à aula e for anotando tudo o que for importante. Minha capacidade de assimilar é imensamente otimizada assim.
No entanto, não há tempo de aula no mundo que cubra todo o assunto. Acho mais fácil cobrir mais assuntos com a leitura de materiais de boas fontes. Sejam livros ou cursos. Então, a maior parte dos meus estudos foi com leitura.
Sites de resolução de questões com comentários foram parte importante dos meus estudos. Fiz uso deles, desde que comecei a estudar, até a prova.
Fundamental ainda foi acompanhar as decisões do STF e STJ, tendo mantido esse hábito até perto das provas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria?
Larissa: Diferentemente do que ocorre com a maioria dos concurseiros, desorganização é comigo mesmo. Então, meu estudo era extremamente caótico. O único período em que consegui estudar várias matérias ao mesmo tempo e de maneira organizada, foi enquanto fazia o curso telepresencial. Nessa época, eu me obrigava a estudar o assunto antes de cada aula.
Depois disso, passei a estudar uma matéria por vez, do início ao fim. E revisava a disciplina resolvendo questões. Enquanto estudava, rabiscava e fazia anotações. Mas, apenas com a função de ajudar na fixação do assunto. Poucas vezes, usei minhas anotações para revisão. Sempre preferi revisar com questões.
Apesar da minha extrema falta de organização, consigo avaliar bem como está indo minha preparação através da resolução de questões. Era com base nisso, que eu definia quais assuntos mereciam uma releitura integral. Ou uma revisão mais rápida, um aprofundamento em jurisprudência…
Estratégia: De onde veio a confiança de que uma das vagas seria sua? E, ainda, de onde veio a motivação para se preparar?
Larissa: Foi observando as pessoas ao redor que eu me convenci que o único segredo para passar era estudar, estudar e estudar. E foi com isso, que trilhei meu caminho. Percebi que a única coisa que poderia me levar à aprovação seria o manter o foco, abrir mão, sentar e estudar.
Passar em um concurso público deste nível, estava de acordo com o que eu vislumbrava para a minha vida. Ter bons salários e estabilidade trazendo uma vida confortável para mim e minha família.
Havia, então, duas coisas em que pensava para manter o ânimo e seguir firme no objetivo. Eu me imaginava no futuro com as condições que eu desenhava e via meu nome na lista de aprovados. Pensava nisso cotidianamente. Houve épocas em que chorava quase todo dia uns cinco minutinhos (filha chorando sem querer ficar longe, cansaço, momentos de pessimismo e outros motivos mais). Mas mesmo pensando nisso, depois, retomava forças, enxugava as lágrimas, comia um chocolate, sorvete, ou qualquer besteira que me agradasse. E, em seguida, voltava aos estudos… Era um momento de extravasar; para depois, retomar o ritmo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Larissa: O aspecto “ter dificuldade” nunca foi muito levado em consideração por mim. Contabilidade é difícil? Talvez; mas mergulhei de cabeça e aprendi a gostar. Assim, foi com todas as matérias.
O que eu achava mais complicado, era estudar algumas matérias que considerava massantes. Ainda que não seja difícil, é cansativo, rende pouco. Auditoria encaixava-se nesse perfil: o estudo parece que não sai do canto. Quando começava a desanimar por me sentir estagnada, intercalava algum assunto que fluísse melhor. Mas isso era exceção. Pois, como já disse, tenho dificuldades para me organizar (e nisso, seguia muito meu “feeling”).
Outra matéria que não acho difícil; mas, em algumas provas, eu me saí pior do que o esperado, é direito administrativo. Possui uma gama enorme de normas e jurisprudência para todos os lados. De fato, exploradas pelas bancas. O rendimento acabou ficando, muitas vezes, aquém do esperado. E em relação a isso, houve muito esforço. Mas também, sorte por ter conseguido pelo menos os 40% necessários para ultrapassar o corte (foi a única matéria em que fiquei no limite cravado no concurso).
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Larissa: Em todos os concursos que fiz, tentei focar na resolução de questões na reta final. Acho uma ótima maneira de revisar, além de pegar o jeito da banca. Ler, reler, revisar, só se sentisse necessidade em algum assunto específico ou precisasse fechar algum assunto não finalizado.
Como o cansaço começa a bater mais forte, tentava também aproveitar o momento para ler leis. Lia alguns artigos… Cansei? Parava e mudava. Lia, estritamente, o tempo que julgava assimilar bem, e o mais literalmente possível, os dispositivos.
Especificamente em relação a esse concurso, já trazia uma bagagem comigo e tudo correu muito rapidamente da autorização à prova. Por isso, optei por estudar quase, exclusivamente, as matérias de maior peso. Foi uma aposta que deu certo. Mas, só ousei fazer isso porque estava, razoavelmente, preparada nas matérias de conhecimentos gerais. Se não fosse assim, correria o risco de me sair bem na prova de conhecimentos específicos e ficar abaixo do ponto de corte em alguma matéria.
Estratégia: Na semana da prova, por um lado, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro, também vemos concurseiros que preferem desacelerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Larissa: Eu estudava até o último minuto ou até o meu limite. Na última semana, tive momentos de começar a errar tudo o que respondia. Nessa circunstância, duas vezes parei e fui dar uma caminhada. Voltava para casa com a cabeça melhor, rendia melhor; mas, a folga era somente essa. Não cheguei a sentir necessidade de relaxar mais que isso. Na hora da prova, levava material, revisava alguma coisa, olhava o mundo ao redor. Lia mais um pontinho, cumprimentava algum conhecido que passasse. Enfim, tentava fazer meu tempo render; mas, sem ficar esgotada.
Nessa trajetória, aprendi a encontrar meu ponto de equilíbrio; ou no mínimo, de menos loucura (porque é uma loucura e é muita pressão). Tive a ajuda de muita gente para conseguir manter a família, o estudo e o trabalho. Todas estas pessoas ajudaram-me, ao longo desses anos: marido, filha, mãe, pai, irmã, empregada…; apesar de terem a convivência restringida comigo. Por isso, eu me cobrava e muito! Nunca tive enxaqueca anteriormente; mas, passei a tê-las com certa frequência (e tenho histórias, no plural mesmo, para contar só em torno disso). Do nada, o coração começava a bater acelerado. Dores nas costas, nas pernas. No início, em diversos momentos, isso interferiu para que meu estudo não rendesse. Depois, aprendi a contornar parte dos males, que o stress me trazia. E, felizmente, o estudo começou a render melhor.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as discursivas. Como foi seu estudo para essa importante parte do certame? O que você aconselha?
Larissa: Para esse concurso, especificamente, não cheguei a fazer nenhum curso de discursivas. Havia realizado um estudo, anteriormente, para o certame da STN e do TCU. Mas, como o tempo para estudar era curto, optei por focar somente no conteúdo. Os cursos anteriores, bem como os concursos, fizeram-me aprender muito. Aprendi com os temas dos cursos, erros e acertos no certame. E algo me dizia que era melhor fixar bem as matérias.
Não escrevi um único texto para praticar. Deu certo. Mas, mais uma vez, a decisão levou em consideração a bagagem. É fundamental saber o que a banca quer que você escreva; como ela quer que seja escrito… E essa experiência adquiri nos cursos. Os erros ensinaram-me o que não fazer na discursiva. Também, aprendi que nada adianta eu escrever uma linda redação, se não tiver pontos suficientes na objetiva para tê-la corrigida.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Larissa: Logo no início, enquanto estava no curso telepresencial, tive aulas com um professor, cujo proveito foi quase nada. Já no final, assisti a várias aulas, para chegar à conclusão que não valia a pena. Perda de tempo, mas passou.
Já um pouco mais a frente, acho que errei ao mudar de ESAF para CESPE no concurso do TCU. Isso fez mal à minha autoestima. Como eu estava me aproximando da aprovação, dei um pulo lá para trás.
Quanto aos acertos, o maior deles foi abrir mão de tudo o que pudesse. Não consigo ver-me aprovada se não fosse assim.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Larissa: Se ficar pulando de galho em galho e não focar em uma área, sempre haverá alguém ultrapassando, ficando à sua frente. Escolher uma área para se dedicar é fundamental. Pois, isso possibilita que o concurseiro tenha um conhecimento mais profundo. E é esse aprofundamento que faz a diferença entre entrar ou ficar fora.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?
Larissa: Sem dúvida, o mais difícil foi ter que me afastar das pessoas. Especialmente, da minha filha. Houve dias em que a deixei na casa da minha mãe. Ela chorando e eu saindo de lá, chorando também. Outros dias, ainda, ela queria atenção. E o afeto que eu podia dar, era pouco. Então, ficava procurando distrações para ela.
Praticamente também, deixei de encontrar amigos. Acho que consigo contar nos dedos as vezes em que os encontrei ao longo desses anos. Durante esse período, eu me mudei de Natal para Brasília. E era tão raro vê-los, que a frequência permaneceu a mesma.
Dona de casa? Eu? Meu marido tomava conta de tudo: fazia compras, pagava contas, gerenciava a empregada, resolvia todos os problemas que surgiam. Um dia, logo depois da prova, fui abordada por um senhor no supermercado. Ele me perguntou quanto eu gastava, por semana, com frutas/verduras. Fiquei sem resposta. Não tinha a menor noção. Era a primeira vez, que eu ia ao mercado, após muitos meses. Enquanto isso, meu esposo ficava sobrecarregado. Para completar, eu não podia acompanhá-lo, obviamente.
Essas situações e um tanto mais, foram limitados por um tempo; por um objetivo. Ter uma vida normal, não era para mim. Como cheguei, em Brasília, já estudando, minha rede de amigos, aqui, é muito restrita. Não saía; nem no trabalho, conversava muito. Pois se tivesse quaisquer minutinhos livres, aproveitava para dar uma lida em alguma decisão do STF. Lia meia dúzia de artigos de qualquer lei importante ou outro assunto ligado ao concurso.
Abrir mão disso tudo, é o que julgo mais difícil. E manter a decisão, dia a dia, é complicado.
Em alguns momentos, eu me questionava se conseguiria manter essa rotina. Pensava em tantas pessoas sem filhos, sem trabalho, com o dia livre para se dedicar aos estudos. E eu com o dia cheio. Pensava se a ritalina poderia ajudar-me na melhora da atenção e do foco. Mas tenho vício em bula de remédio. Por isso, olhei a indicação do medicamento, na internet, e desisti. Eu tinha mil questionamentos que me deixavam em dúvida. O concurso estava aproximando-se. Mas, eu tive medo de não passar, por faltarem poucos pontos.
Em suma, as dificuldades são muitas. Mas, no momento em que a aprovação chega, tudo passa e resta uma alegria imensa.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que, um dia, almejam chegar aonde você chegou!
Larissa: Meu conselho não é complicado: Estudar!!! É difícil; mas simples. É preciso ter em mente o objetivo almejado. E se alimentar desse objetivo, respirar concurso e deixar o resto de lado. Só assim, o sonho será realizado!
Assessoria de Comunicação