Aprovado no Concurso PC RS
Oi amigos (as), abaixo a entrevista do colega Cleber Ezequiel Batista, recentemente aprovado para o cargo de Inspetor da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Aproveito para desejar muito sucesso ao Cleber nesta nova etapa de sua careira profissional!
Mário Pinheiro: Esse foi o primeiro concurso que você prestou? Qual foi seu tempo de preparação?
Cleber Batista: Boa tarde professor! Este concurso não foi o primeiro não. Eu vinha estudando para o concurso de AFT, mas como a banca que era ESAF mudou para a CESPE, isso também trouxe grandes mudanças no edital que era muito maior do que o da Polícia Civil. Além disso, havia dois concursos policiais cujas provas diferiam uma da outra por apenas uma semana. E ambos tinham uma grande quantidade de vagas, 1000 na PRF e 700 na PC gaúcha. E isso acabou me chamando a atenção. Eram duas grandes oportunidades, praticamente simultâneas. Não tive dúvidas, mudei meu foco aos 45 do segundo tempo.
Do dia em que adquiri o pacote completo do Estratégia até a data da prova, foram exatamente 35 dias de dedicação total. Pedi alguns dias de férias adiantadas do trabalho e tornei-me praticamente um recluso. Só saía do meu ambiente do estudo para comer e fazer exercícios.
E claro que nesse tempo, não consegui vencer todo o conteúdo do edital. Mas eu preferi saber 100% de 70%, do que o contrário. Assim, daria para gabaritar algumas matérias e tentar um chute consciente em outras. Foi isso que fiz, por exemplo, nas disciplinas de Conhecimentos Gerais e Leis Especiais.
Já havia feito outros concursos como aventureiro, mas atestei que isso não funciona. Só serve para colecionar reprovações. Então desta vez, decidi focar de verdade. E deu certo… E tudo isso num tempo recorde!
Mário Pinheiro: Que materiais vc usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Cleber Batista: Pois bem. Eu tinha livros de direito constitucional e direito administrativo e vinha estudando por eles. Mas eram muito densos e com pouca objetividade. Então optei pelo material em PDF do Estratégia: sucinto, didático e de ótima qualidade! Tudo o que um concurseiro precisa.
Na matéria de português, assisti algumas vídeo aulas do professor Pestana, e digo: o cara é fera! Lembro que na prova, enquanto lia o texto, eu via algumas palavras e pensava pra mim “Vai ter uma questão sobre elas”. E não é que eu acertava??!! O Pestana tem um jeito singular de ensinar, prende nossa atenção e põe de lado toda a monotonia da língua portuguesa. Foi fácil aprender assim!
Como desvantagem, eu acho que deveria ter começado a estudar pelo material em PDF, e não pelos livros. O PDF é sucinto, pontual, objetivo e atual, pois sempre traz as últimas questões de concurso. A absorção é muito maior. Da próxima vez, farei o contrário: primeiro, estudarei pelos PDF’s. Depois se sobrar tempo, lerei os livros.
E pra descansar, ao invés de olhar filmes ou ir no cinema, eu assistia algumas aulas em vídeo.
Mário Pinheiro: Como era seu planejamento e sua rotina de estudos? Qual foi a média de horas de estudo por dia? Quantas matérias você estudava por dia?
Cleber Batista: Bom, minha rotina sempre foi muito corrida. Como sou militar do Exército, muitas vezes o planejamento não funcionava em virtude de alguma missão que surgia de última hora. Então, como o tempo era curto eu aproveitava da seguinte forma:
Nos dias de semana, acordava sempre uma hora antes. Fazia um chimarrão e estudava exercícios por uns 40 minutos, até chegar a hora de ir para o trabalho.
Á noitinha, eu iniciava a rotina de estudos por volta de 18:30 e estudava duas matérias por noite, e ia sempre até por volta de 23:30.
Nas sextas feiras, como não trabalhava a tarde, aproveitava para por a casa em ordem, ir no mercado, e fazer outras coisas que deixava de fazer durante a semana. Mas a noite, iniciava as 18:30 e ia fielmente até as 23,30 ( no mínimo). Ás vezes eu estendia até um pouco mais.
No sábado pela manhã eu descansava, e a tarde voltava com tudo. Nos finais de semana, eu estudava uma matéria por turno, ou seja, eram 4 horas seguidas da mesma matéria. Dizem que o rendimento cai, mas pra mim mostrou-se bem eficiente.
Nesse planejamento, eu estudava cerca de 6 horas liquidas por dia (dias da semana). E como o tempo até a prova era curto, então eu não revisava, apenas fazia exercícios.
No sábado e domingo, eu estudava o máximo que podia, e deixava pra fazer exercícios, naqueles 40 minutos que eu tinha antes de trabalhar.
Nesse ritmo, eu via 3 matérias por dia: uma com exercícios na revisão dos 40 minutos, e outras duas, à noite.
Pra isso, eu peguei as disciplinas do edital e dividi em dois blocos. As mais importantes e mais densas eu estudei primeiro. E as que teriam menos chances de cair, eu ia deixando pra ultima hora.
E duas semanas antes da prova, eu pedi férias para intensificar os estudos. Mas confesso, que apesar de não estar trabalhando, eu não conseguia estudar 8 horas corridas como pretendia. A rotina ficava maçante, penosa, e a procrastinação ganhou lugar nos meus dias. Nessas horas, eu buscava vídeos motivacionais, e tentava visualizar pontos negativos do meu trabalho, para que servissem de motor para os estudos.
E assim eu cumpri os primeiros ciclos. Porém, uma missão do trabalho me chamou de volta justo na semana que antecedia a prova. Fiquei de cara. Se eu não tivesse que voltar, o conteúdo seria todo vencido. Mas como nada é como queremos, eu voltei ao trabalho. E naquela semana, a rotina do quartel começava as 6 da manhã e se estendia até as 23 horas. Tive que dormir no trabalho a semana toda e isso fez com que não conseguisse vencer o resto do conteúdo. E nesta semana, também não estudei nada, nem revisei, nem fiz exercícios. Fui pra prova bem temeroso, pois uma semana de estudos havia sido “absorvida” pelo trabalho.
Mário Pinheiro: Quais foram os principais erros e acertos em sua preparação?
Cleber Batista: Professor, eu sempre fui muito impulsivo. Então eu via um livro de concurso ser lançado e já comprava, achando que assim estava fazendo a melhor opção. Dessa forma, minha estante está cheia de livros constitucional, direito do trabalho, direito administrativo, português, direito tributário, previdenciário e muitos deles dos quais não folheei nenhuma página. Eu pequei nesse excesso de material.
Meu principal acerto foi tomar conhecimento dos cursos em pdf. Foi um fator decisivo na minha curta preparação. E é isso que recomendo a todos que me perguntam por qual material estudar.
Mário Pinheiro: Como o estudo para concursos influenciou na sua rotina?
Cleber Batista: Bom minha rotina, mudou completamente. Não saía mais, não via minha namorada que mora longe, não via minha família, enfim, foi um período de reclusão total.
Os amigos constantemente me cobravam pela minha ausência e é difícil fazê-los entender que nosso investimento em concursos é de longo prazo.
Várias vezes chegaram a me chamar de chato e dizer que eu estava me isolando. De fato eu estava, mas era por uma boa causa.
Mário Pinheiro: Quais seriam suas dicas para quem vai prestar concursos para a área policial? Deixe uma mensagem para quem irá lutar por uma vaga nos concursos de Inspetor, Agente, Escrivão, Soldado e cargos afins.
Cleber Batista: Uma coisa que aprendi neste tempo de preparação para as áreas policiais, foi que sempre devemos estudar Direitos Humanos e buscar aplicações práticas das súmulas do STF. Uma excelente maneira de faze-lo, é resolver provas anteriores das mais diversas bancas. Com isso percebe-se que, independente da banca, algumas questões são recorrentes e desta forma, são pontos garantidos em nosso gabarito.
Uma coisa que não se deve fazer, é tentar resolver questões sem ter estudado o conteúdo delas, pois isto faz com que nos sintamos despreparados, e aumenta aquela sensação de que “Nada sei”. É uma baita fator desmotivacional! Por isso, só tento resolver questões de conteúdos que já estudei. Isso nos dá segurança e, ao passo que vamos acertando, a confiança em nós mesmos aumenta!
Napoleão Bonaparte já dizia: “Cada hora de tempo perdida na juventude, é uma chance a menos nos sucessos do futuro”. Levo esta frase comigo! E a recomendo a todos os concurseiros que buscam uma vaga no serviço público! Aproveite ao máximo cada hora de folga que você tem. E faça de seu tempo vago, o tempo que você dedica para suas prioridades e seus objetivos.