Aprovada em 1° lugar no concurso IFAP para o cargo de Pedagogo
Concursos Públicos
“Parece que nunca vai acontecer, mas acontece. Então, não desista, de jeito nenhum. Passei três anos até ser aprovada no meu primeiro concurso para vagas imediatas e depois disso, tudo ficou mais fácil. O segredo está na constância, disciplina e foco […]”
Confira nossa entrevista com Nayara Sá Cavalcante, aprovada em 1° lugar no concurso IFAP para o cargo de Pedagogo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Nayara Sá Cavalcante: Eu me chamo Nayara Sá Cavalcante, sou formada em Turismo, Letras – Inglês e Pedagogia, e atualmente curso o 5º semestre de Direito. Tenho 38 anos e sou natural de Macapá, no Estado do Amapá.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Nayara: Essa decisão foi tomada oficialmente em 2013 (oficialmente porque, antes disso, eu já havia tentado, mas sem sucesso, risos). Naquele ano, quando iniciei meus estudos, eu não sabia nada e, para piorar, também não me esforcei o suficiente. Na época, ocupava um cargo público em comissão, o que dificultava muito uma preparação eficiente.
Porém, em 2015, após sair desse cargo, me vi em desespero e decidi estudar de verdade. Foi então que comecei a aprender de fato e a entrar no ritmo. No entanto, eu ainda não tinha foco: a cada novo edital, eu tentava. Embora meus resultados não fossem ruins, também não eram suficientes para garantir uma aprovação.
No dia 21 de janeiro de 2016, saiu o edital do concurso do IFAP. Eu queria muito essa vaga, pois era um concurso federal, e me esforcei bastante para ser aprovada. No entanto, alguns imprevistos aconteceram: minha inscrição foi feita de forma errada. Eu pretendia me inscrever para a Reitoria, onde havia 9 vagas imediatas, mas, devido a uma instabilidade no site, acabei inscrita para o campus Macapá, onde havia apenas 4 vagas. Na época, eu sempre solicitava isenção da taxa de inscrição e a internet também não era das melhores. Ou seja, desde o início, as coisas não estavam a meu favor.
Após realizar a prova, fiquei em 16º lugar para o cargo de Assistente Administrativo. Minha nota foi excelente: 81/90. Ainda assim, não consegui a aprovação, pois apenas os 13 primeiros colocados foram homologados. Aquilo doeu muito, mas segui em frente.
Continuei prestando concursos e obtendo classificações variadas, como 11º, 54º e 64º lugares, mas todos eram para cargos com pouquíssimas vagas (1 ou 2), e as nomeações costumavam se limitar ao número previsto no edital.
Naquele período, eu já percebia que estava bem competitiva. No entanto, em setembro de 2016, minha mãe faleceu. Isso me abalou profundamente, pois ela sempre foi meu maior apoio emocional nessa jornada. Sem ela, senti que estava sozinha, contando apenas com o apoio incondicional de dois amigos muito queridos, Augusto Oliveira e Ruti Costa, que me ajudaram imensamente e até hoje fazem parte da minha trajetória.
Diante disso, precisei interromper os estudos e me dediquei ao meu segundo curso de graduação, Letras, na Universidade do Estado do Amapá. Acreditei que essa formação poderia me abrir portas para novos concursos públicos.
Durante esse período, me afastei completamente da rotina de concurseira. Estava desmotivada, desempregada e vivendo de uma bolsa da universidade, além de precisar fazer alguns bicos para me manter. No entanto, em julho de 2017, saiu o edital da Polícia Civil do Amapá, um dos concursos que eu mais sonhava. Fiquei empolgada, mas havia um problema: eu não estava estudando. Para completar, estava em outro estado apresentando um artigo científico. Mesmo assim, decidi que, ao retornar, tentaria me preparar.
Fiz a prova, mas fiquei por um ponto da pontuação mínima. Apesar da frustração, isso acendeu um alerta em mim: percebi que ainda poderia ser competitiva, e essa consciência mudou tudo. Sem emprego fixo, eu fazia bicos como professora em cursos de pós-graduação lato sensu em uma faculdade privada. Foi assim que, em janeiro de 2018, um ex-professor do cursinho – que também havia sido meu aluno na pós – me convidou para ministrar aulas para uma turma de Educação que se preparava para um concurso público prestes a sair. O professor Magno Europa me fez esse convite e, mesmo sem transporte para chegar ao outro município, onde o curso aconteceria, aceitei o desafio.
A decisão foi um divisor de águas. Em menos de um mês, outros cursinhos começaram a me chamar para dar aulas, e assim fui construindo um novo caminho. Em maio de 2018, o edital do concurso saiu. Eu ainda estava na metade do curso de Letras e não poderia prestar a prova, pois o edital exigia formação em Pedagogia para os cargos disponíveis. Mesmo assim, decidi fazer a prova em agosto daquele ano para conferir se o conteúdo que eu havia ensinado aos alunos realmente estava sendo cobrado. Na época, eu ministrava aulas de Didática, Conhecimentos Pedagógicos e Legislação – que representavam mais de 50% da prova. Para minha felicidade, o conteúdo estava todo lá. O resultado foi uma chuva de aprovações dos meus alunos, e, eu mesma fui aprovada.
Não fiquei surpresa com minha aprovação, pois, como concurseira experiente, já sabia exatamente o que precisava ser feito para garantir um bom desempenho: estratégias para resolver questões, material focado na banca e um intenso treinamento com exercícios.
A partir desse momento, as aprovações começaram a vir. No entanto, nesse concurso específico, precisei solicitar reclassificação, pois ainda não era pedagoga.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Nayara: Antes de 2015, eu trabalhava e estudava, mas sem foco nos estudos. Depois de 2018, já atuava ministrando aulas em cursinhos e, confesso, só me dedicava às disciplinas que ensinava. Ainda assim, essa experiência foi essencial para garantir minhas futuras aprovações.
Eu precisava me desdobrar para dar conta de tudo. Em 2019, assumi o cargo de Educadora Social na Prefeitura de Macapá, um cargo de nível médio. Com isso, passei a conciliar três papeis ao mesmo tempo: servidora pública, professora e concurseira.
A preparação das minhas aulas era o momento em que realmente estudava — e estudava muito. Sempre elaborei materiais apostilados, o que exigia um grande esforço para organizar o conteúdo, selecionar e estruturar as questões, além de preparar todo o material didático.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada?
Nayara: Fui aprovada nos seguintes concursos:
- Conselho Regional de Psicologia – 11º lugar (Assistente Administrativo);
- Prefeitura de Macapá (Educação) – 88º lugar (Professora);
- Prefeitura de Macapá (Assistência Social) – 1º lugar (Educadora Social);
- Governo do Estado do Amapá (Educação) – 14º lugar (Pedagoga – Macapá Urbano);
- Universidade do Estado do Amapá (UEAP) – 1º lugar (Analista de Apoio Pedagógico – Pedagoga);
- Instituto Federal do Amapá (IFAP) – 1º lugar (Pedagogo – Área) e;
- Prefeitura Municipal de Amapá (Educação) – 5º lugar (Professora)
E, sim, pretendo continuar! Na verdade, já estou estudando. Estou migrando de área e me dedicando às carreiras jurídicas. Quem sabe, em alguns anos, estarei de volta aqui para compartilhar mais uma conquista: minha aprovação em concursos como: Magistratura, Ministério Público, Defensoria Pública, Procuradorias, Delgada da Polícia Civil, entre outros. Me aguardem!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Nayara: No início da minha jornada de estudos, eu praticamente não saía e raramente aparecia em eventos sociais. No entanto, com o tempo, fui me conhecendo melhor e percebi que esse isolamento não fazia bem para mim. Passei a equilibrar os estudos com momentos de lazer e, nos últimos concursos em que fui aprovada, cheguei a participar de eventos noturnos na véspera da prova. Isso não me prejudicou em nada, pelo contrário, ajudou-me a manter o equilíbrio e o bem-estar, contribuindo para um melhor desempenho.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira?
Nayara: Não sou casada e nem tenho filhos, uma decisão que tomei há alguns anos. Quando minha mãe era viva, sempre me apoiou muito, embora não tenha tido a oportunidade de ver os resultados de todo esse processo. Meu irmão e sua família me acompanham de perto e apoiam cada passo da minha jornada. Além disso, conto também com o suporte e incentivo dos meus amigos mais próximos e dos meus alunos, que fazem toda a diferença nesse caminho.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Nayara: Não que eu me orgulhe disso, mas no meu último concurso, o da Prefeitura de Amapá, me preparei para a parte pedagógica em apenas 50 dias. Só pude focar nesse edital após a prova do IFAP.
Para o concurso do IFAP, no qual fiquei em 1º lugar, me preparei e preparei meus alunos em menos de 3 meses. Além disso, a banca alterou o edital um mês depois, e o conteúdo passou a ser três vezes maior do que o inicialmente previsto.
Embora eu tenha TDAH, consigo manter a disciplina nos estudos, muito por conta do meu trabalho como professora e da responsabilidade e compromisso que tenho tanto com a minha aprovação quanto com a dos meus alunos. Por isso, todos os dias, eu me organizava para dedicar pelo menos 3 horas ao planejamento das aulas e aos estudos.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Nayara: Eu me considero, nesse aspecto, diferente de muitos concurseiros que conheço, especialmente quando se trata de concursos na área da educação. Sou professora para concursos públicos há mais de 7 anos e, há mais de 4 anos, ofereço mentoria para concurseiros. Ao longo desse tempo, acabei elaborando muitos materiais e ministrando diversas aulas. No entanto, também utilizo outros materiais para o meu próprio estudo, como PDFs, livros, mapas mentais e materiais resumidos, que me ajudam a organizar e revisar o conteúdo de forma eficiente.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Nayara: Conheço o Estratégia desde 2013. Naquela época, não tinha condições de acessar os materiais, mas quando finalmente pude, foi uma das melhores decisões que tomei. Atualmente, sou assinante e, graças a isso, consigo acessar os materiais que me interessam e que, sempre, esclarecem dúvidas, especialmente em áreas diferentes das que costumo estudar efetivamente.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Nayara: Sim, já comprei outros materiais. O que sempre me incomodou, e ainda me incomoda, é a falta de didática e a organização dos temas/conteúdos. Alguns materiais não apresentam exercícios e, em outros casos, o conteúdo é apresentado de forma aleatória, sem uma estruturação adequada para a finalidade de um concurso público. Isso dificulta a compreensão e o aproveitamento do conteúdo de forma eficiente.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Nayara: Fiz sim, mas não fui aprovada e, na verdade, não utilizei o material de forma efetiva, justamente por conta da falta de organização e sistematização dos conteúdos, que não eram adequadas para o meu método de estudo. Eu valorizo materiais bem estruturados, que sejam didáticos e consigam prender a atenção do aluno, facilitando a compreensão e o aprendizado.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Nayara: Após me tornar aluna do Estratégia, notei uma diferença significativa na minha preparação. O material oferecido é realmente completo e bem estruturado. Os PDFs são extremamente detalhados, com teoria aprofundada, esquemas, resumos e uma grande quantidade de questões comentadas, o que facilita a fixação do conteúdo e torna a revisão muito mais eficaz. Além disso, a Plataforma, com suas trilhas estratégicas e o passo a passo, foi fundamental para me organizar, priorizando os tópicos mais relevantes com base nas estatísticas das provas anteriores. Os Mapas Mentais e os materiais resumidos também foram essenciais, permitindo uma revisão rápida e eficiente, especialmente na reta final dos estudos. Tudo isso contribuiu para um estudo mais direcionado e focado, tornando minha preparação mais eficaz e organizada.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Nayara: Eu me dedicava mais aos conhecimentos específicos, que correspondiam a 50% da prova e tinham peso 2. Estudava todos os dias, totalizando 3 horas de estudo líquido por dia. Sei que, relativamente, não é muito tempo, mas foi o que eu tinha disponível para essa preparação.
Estrategicamente, foco na parte específica justamente por ser um grande diferencial em 95% dos concursos da área educacional.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Nayara: Minhas revisões eram feitas principalmente por meio de simulados e pela resolução de muitas questões de conhecimentos específicos. Essa estratégia me permitiu consolidar o aprendizado, identificar possíveis pontos de dificuldade e me familiarizar com o formato das questões, o que foi essencial para melhorar meu desempenho nas provas. Além disso, ao focar nas questões específicas, consegui revisar de maneira mais eficaz os temas mais importantes para o concurso.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Nayara: Eu considero a resolução de questões a parte mais importante do estudo. Isso torna o meu aprendizado mais ativo e eficiente. Ao longo dessa trajetória (desde quando comecei), já resolvi cerca de 40 mil questões, sendo que 5 mil delas foram dedicadas exclusivamente para a prova do IFAP.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Nayara: Raciocínio Lógico e Informática. Essas duas matérias eu estudava diretamente por meio de videoaulas e resolução de questões. Acredito que esse foi um fator preponderante e fez a diferença na minha aprovação.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Nayara: Semana intensa, dedicada ao estudo de diversos conteúdos e à elaboração de materiais para abranger todo o edital. No dia anterior à prova, ministrei uma oficina de aproximadamente três horas, abordando todos os assuntos específicos do edital. À noite, resolvi cerca de três simulados, abrangendo todas as disciplinas previstas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Nayara: Meu principal erro foi não ter estudado com afinco as demais matérias, pois foquei excessivamente nos conhecimentos específicos. Por outro lado, meu principal acerto foi resolver muitas questões da banca.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Nayara: É cansativo? Sim, foi exaustivo, mas desistir nunca foi uma opção. A vida é corrida, mas, mesmo assim, eu persisti. Agora estou em uma fase de colheita, e isso me motiva ainda mais.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Nayara: Parece que nunca vai acontecer, mas acontece. Então, não desista, de jeito nenhum. Passei três anos até ser aprovada no meu primeiro concurso para vagas imediatas, e depois disso, tudo ficou mais fácil. O segredo está na constância, disciplina e foco. Não adianta tentar tudo ao mesmo tempo; primeiro, defina com clareza o que você quer.
Outro ponto essencial, é ter materiais de qualidade e evitar perder tempo procurando novos conteúdos o tempo todo. Nosso tempo é precioso. Por fim, não se preocupe com a quantidade de inscritos em um certame. A maioria está ali apenas para tentar a sorte. Os verdadeiros concorrentes, aqueles realmente preparados e competitivos, são poucos.