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A decisão do COPOM e a taxa de juros: quo vadis?

Acredito que todo mundo já saiba, mas não custa reafirmar: o Comitê de Política Monetária – COPOM – reduziu, pela 10ª vez consecutiva, a taxa básica de juros da economia brasileira, a SELIC.

Existem muitas explicações para essa redução, que nós vamos conhecer em detalhes através da ata da reunião, que será publicada na semana que vem. Contudo, já existem algumas interpretações para essa diminuição. É sobre isso que trataremos hoje.

A primeira coisa que você deve observar é que não se sabia, exatamente, se haveria, de fato, uma redução da taxa de juros. Alguns analistas imaginavam que a taxa de juros seria mantida no patamar anterior (7,5% a.a.), enquanto outros apontavam para uma leve redução (de 0,25%), exatamente como aconteceu.

Para o primeiro grupo, a justificativa da manutenção estaria associada ao alto nível de inflação do país, quando comparado a países de porte semelhante. Com o IPCA acumulado de 5,28%, esses economistas imaginavam que o governo desejaria, depois de tantas baixas, manter a taxa de juros com o objetivo de conter a alta de preços.

Do outro lado, o segundo grupo de analistas considerava o cenário externo e interno (crescimento anual do PIB brasileiro em torno de 1,5%) como determinantes de uma redução da taxa de juros. Com a economia mundial em recessão, esse grupo apontou a redução da taxa de juros como efeito de uma política monetária expansionista do governo. Ainda para esse grupo, como a inflação brasileira estaria associada à seca nos Estados Unidos, teria um caráter conjuntural e, por isso, não deveria ser ponto de preocupação nesse momento.

Na quebra de braços, ganhou o segundo grupo. Taxas de juros mais baixas, que vão incentivar o crédito para famílias e empresas. Resta saber se a inflação vai ceder e se o PIB vai crescer. Será?

Abraço,
Amanda

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