Aprovado nos Concursos TRF-4 e TJ-PR
“Não foram poucas as lágrimas de reprovações de concursos que fiquei muito próximo ou que queria muito ser aprovado, mas faz parte do jogo. O importante é pensar que cada reprovação é uma evolução, desde que você a encare de uma forma madura e pensar no que pode melhorar”
Confia nossa entrevista com Ecleziast Júnior, aprovado nos concursos do Tribunal Regional Federal da 4° Região e no Tribunal de Justiça do Paraná:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Ecleziast Júnior: Sou formado em direito, tenho 24 anos e sou natural de Cascavel- Paraná
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ecleziast: Meu pai é servidor público (aprovado também no concurso para técnico judiciário do TJPR de 2009) e sempre me motivou muito a estudar para a carreira pública. Além disso minha experiência com a área privada me fez perseguir ainda mais a vontade de ser funcionário público.
Estratégia Concursos: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Ecleziast: Sempre trabalhei e estudei. Desde meados de 2016 até final de 2017 tive que conciliar trabalho + estudos para concursos+ últimos anos da faculdade de direito (TCC e estágio obrigatório). Posso garantir que não foi fácil, mas valeu a pena.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Ecleziast: Além de ter sido aprovado dentro das vagas imediatas para o concurso de técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Paraná, estou na posição 14º para técnico judiciário e 25º para Analista Judiciário do TRF 4; 89º para Analista – Direito do MPU; e 2º lugar para técnico administrativo da SESA-PR. Sem contar as inúmeras reprovações (kkkkk).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Ecleziast: Alívio! Sempre imaginei que ia gritar e comemorar, mas foi totalmente diferente. Foi uma sensação de tranquilidade, de “UFA”, finalmente deu certo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Ecleziast: Até final de 2017 eu fazia faculdade, além de trabalhar, assim tive que adotar uma postura meio radical e diminui drasticamente minhas saídas e convívio social. A partir de 2018, sem edital publicado, eu reservada pelo menos um dia da semana para não estudar e voltar a ter uma vida social.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Ecleziast: Moro com meus pais e sou solteiro. Mas durante praticamente toda minha caminhada de concurseiro namorei e essa relação foi fundamental para minha aprovação.
Meus pais sempre me apoiaram muito e minha ex namorada também. Sem o apoio deles a jornada, com certeza, teria sido muito mais árdua. Sou eternamente grato a todos que me apoiaram e me deram o suporte para conseguir a aprovação. As aprovações são tanto minhas quanto deles.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Ecleziast: Sim, acho que é válido. Mas algumas ressalvas devem ser feitas: se você tiver condições financeiras e emocionais de ir direto ao seu cargo fim, eu diria para aproveitar a oportunidade e não pensar em cargos meios.
No meu caso isso não era viável, sempre precisei trabalhar, justamente por isso optei pelo concurso meio de tribunais (técnico e analista judiciários) pela carga horária e pela remuneração mais do que suficiente para continuar estudando para meu objetivo final (ainda na dúvida entre a carreira de Procurador do Estado e Magistratura Estadual).
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Ecleziast: O concurso do TJPR é um caso muito à parte, uma vez que o edital saiu em meados de 2017 (se não me engano) e somente tivemos provas em 2019. Então é difícil de dizer por quanto tempo estudei especificamente para ele, foram muitas idas e vindas.
Mas, salvo engano, estudei uns 8 meses de 2017 só para o TJPR, depois alterei os estudos para outras carreiras e somente voltei a estudar para o TJPR quando saiu a data da prova.
Essa mudança de rumos foi acertada porque as matérias do TJPR eram as mesmas para qualquer concurso de Tribunal assim, mesmo que mudasse meu objetivo, o conteúdo principal estava sempre sendo estudado, ainda que indiretamente.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Ecleziast: A maior parte do tempo (kkkkk). Como eu tinha pouco tempo para estudar, fiquei feliz por não ter edital. Com isso, consegui criar uma base bastante sólida para quando finalmente saísse o edital.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Ecleziast: Logo no início da preparação usei videoaulas, mas logo abandonei. Quando conheci os PDFs do Estratégia optei por ficar apenas neles e assinei um site de questões comentadas. Além de muita lei seca.
As vantagens do PDF são, principalmente, a facilidade de anotação e velocidade para terminar o conteúdo. Achava as videoaulas muito demoradas e acabava me dispersando, além do PDF poder ser acessado de qualquer lugar (como tinha uma rotina com pouco tempo livre, qualquer minuto que eu tinha eu usava para ler os PDFs)
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ecleziast: Pelo youtube.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Ecleziast: Testei vários métodos de estudo ao longo do tempo e o que mais me agradou foi o ciclo de estudos ensinado pelo Alexandre Meirelles. Não fazia resumos, mas criei um “caderno de erros”, em que eu anotava o que errava nos exercícios ou fazia macetes de assuntos que sempre caíam. Tinha pelo menos um caderno desses para cada matéria.
Foquei mais em exercícios. Se não tinha edital a meta a seguinte: terminava o PDF, fazia os exercícios pares no dia seguinte e fazia os ímpares 30 dias depois como forma de revisão (precisei ser muito organizado nesse quesito e acompanhar por uma planilha do excel). Quando fazia os exercícios, ia anotando o que julgava mais importante ou que tinha mais dificuldade no caderno de erros. Só voltava para a teoria nos assuntos que tinha mais dificuldade e revisava semanalmente o caderno de erros de cada matéria.
Sobre as horas, eu sempre fui fissurado nesse assunto. Inclusive li a maioria dos depoimentos dos aprovados aqui do Estratégia e ia direto para essa pergunta. Quantas horas estudavam? Era minha maior dúvida (kkkk).
No meu caso variou muito: com trabalho e faculdade eu tentava fazer de 25-30 horas líquidas (cronometradas) na semana, mas raramente conseguia, e quando conseguia, não eram horas com muita qualidade (fazendo todas essas atividades tinha que estudar em todos os lugares: áudios no carro, biblioteca da faculdade, escondido no estágio, tempo livre no trabalho, qualquer lugar que desse eu estudava)
Quando terminou minha faculdade a meta sem edital era de 30 horas semanais.
Com edital eu sempre tentei tirar férias do trabalho e focar em apenas estudar. Nesses períodos tentava fazer o máximo possível, chegando a quase 50 horas semanais (raras vezes), geralmente ficando em torno de 42-45 horas semanais com edital publicado.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Ecleziast: Pelo menos um assunto, de todas as disciplinas, eu tinha dificuldade (kkkk), mas no caso do TJ PR foi a matemática. Não teve jeito, para superar a dificuldade aumentei a carga horária, fiz muitos exercícios comentados, fiz cartolinas com as principais fórmulas (tenho elas coladas na parede do meu quarto até hoje) e muita repetição de teoria+ exercícios.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Ecleziast: Sempre estudei até o último minuto. Mas eu tentava diminuir um pouco o ritmo na ultima semana. Na véspera, optei por olhar as fórmulas de matemática e as decorebas da legislação específica.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ecleziast: Fiz um curso especifico para redação com correção comentada. A redação valia 40% da nota do TJ PR e foi o que me deixou nas vagas. Eu já tinha uma base da época de estudo para vestibular, mas um curso especifico de redação para concursos julgo ser de grande valia. Principalmente para treinar a forma de cobrança da banca e o tempo para escrever a redação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Ecleziast: Se fosse falar todos os erros seriam muitas páginas! Mas os principais foram:
- Não ter descanso- com trabalho e faculdade. Não tinha nenhum dia de folga na semana pra descansar. Depois de um tempo com uma rotina dessas meu corpo e minha mente já não rendiam mais (tive alguns problemas de saúde e na coluna nesse tempo). Teria sido muuuuito melhor ter diminuído a carga horária, ter estudado com mais qualidade e com pelo menos uma folga na semana (pelo menos em períodos sem edital)
- Preocupação com horas de estudo excessiva. Muito melhor estudar menos horas, com mais descanso e qualidade. Não vale a pena (no longo prazo) sacrificar horas de sono e prejudicar sua saúde a fim de estudar. Só tomaria essas posturas radicais de estudo em épocas de edital lançado e provas próximas, no longo prazo, recomendo uma rotina mais leve e que seja sustentável.
Acertos:
- Mesmo com pouco tempo para estudar e sempre trabalhando, nunca achei esses fatores como uma desculpa, tudo o que estava ao meu alcance para melhorar meu tempo de estudo eu fiz: férias do trabalho, aulas no carro, se podia faltar em alguma aula ia pra biblioteca estudar
Além disso sempre tive um olhar crítico para os meus resultados e minhas inúmeras reprovações. Por que reprovei? Reprovei por quanto? O que faltou? Como posso melhorar na próxima prova?
Falando assim parece que foi fácil kkkk mas é muito difícil conseguir fazer essa análise em si mesmo a cada reprovação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Ecleziast: O mais difícil foi a incerteza. A incerteza de várias provas saindo e eu reprovando. Pensava se reprovasse nessa, talvez demoraria muitos anos para ter outra oportunidade. Mas as reprovações são fundamentais para a aprovação, basta saber olhá-las com uma visão de “como posso melhorar, o que está faltando?” e não com um pensamento de “se não passar nessa prova vai demorar muitos anos para ter outra oportunidade dessas”.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Ecleziast: Uma condição de vida melhor. Além disso, desde que virei funcionário público, gosto de pensar que sirvo ao público. Óbvio que o salário e as condições de trabalho me atraíram (e muito!) para a carreira pública, mas também gosto de pensar no impacto do meu trabalho para a sociedade.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ecleziast: O básico é fundamental: material de qualidade, muitas questões e revisões constantes (24 horas, 7 dias e ou 30 dias). Além disso ter o olhar crítico para as reprovações. Não é fácil! Não foram poucas as lágrimas de reprovações de concursos que fiquei muito próximo ou que queria muito ser aprovado, mas faz parte do jogo. O importante é pensar que cada reprovação é uma evolução, desde que você a encare de uma forma madura e pensar no que pode melhorar.
Além disso muita humildade, respeite seu concorrente. Leve o estudo a sério, tenha metas e seja firme com seus horários. Mas o equilíbrio também é necessário, pense no logo prazo e priorize a saúde. Não quer dizer ser preguiçoso ou não acordar cedo, mas significa não sacrificar sua saúde de uma forma desproporcional para um estudo de longo prazo. Priorize o sono, alimentação, atividade física e tente ter uma vida social dentro do limite. Deixe para ser mais intenso e agir de forma desproporcional por curtos períodos, tenha reserva de forças para quando sair seu edital, não queime a largada, não vale a pena.
Jamais desista, não significa fazer sempre a mesma coisa, seja humilde para mudar quando achar necessário, mas desistir jamais.
O que puder ajudar só procurar por Ecle nas redes sociais (dificilmente terá outra pessoa com esse apelido kkkk). Boa sorte a todos!
Confira outras entrevistas em:
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes