Aprovado no concurso CGE CE
“A sensação foi gratificante. Alguma das aprovações vieram em períodos difíceis da vida e surgiram como novas oportunidades e caminhos a serem seguidos. De certa forma, a oportunidade de passar em um concurso público sempre é um caminho de evolução e superação na vida”
Confira nossa entrevista com Francisco Nauber Bernardo Gois, aprovado em 3° lugar no concurso da Controladoria Geral do Estado do Ceará no cargo de Auditor de Controle Interno – Tecnologia da Informação:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Francisco Nauber Bernardo Gois: Sou formado em Ciência da Computação com doutorado em Informática Aplicada, tenho 43 anos e sou de Fortaleza/CE.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Francisco: Após alguns anos trabalhando na iniciativa privada, percebi as vantagens apresentadas no serviço público que me proporcionariam uma melhor qualidade de vida e a realização dos meus planos pessoais e profissionais. Além do meu sonho de ser pesquisador, vi no setor público melhores oportunidades de crescimento e ascensão de carreira que por vezes se faz ausente no setor privado.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Francisco: Sim, na maioria dos concursos que realizei trabalhava e estudava. Alguns concursos estava em um único trabalho e em outros trabalhava durante o dia e era professor a noite. Um dos concursos passei enquanto fazia o mestrado, trabalhava e era professor durante a noite.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Francisco: Fui aprovado em cinco concursos. O primeiro concurso que fui aprovado foi no cargo de coordenador censitário do IBGE, em 1999. Era um concurso temporário e foi meu primeiro contato com o serviço público, estava cursando a graduação.
Alguns anos depois, passei no concurso do Serviço Federal de Processamento (SERPRO) para o cargo de Analista de Sistemas, onde trabalhei por 14 anos. Durante esse período, passei também em oitavo lugar no concurso do TRF 5 Região para Técnico Judiciário. Não assumi a vaga por está fazendo mestrado.
Nos anos seguintes, parei de estudar para concursos para me dedicar e concluir o Doutorado. Em 2018, passei em primeiro lugar no concurso para Professor Adjunto da Universidade Federal do Ceará (UFC), no campus do município de Russas.
Em novembro de 2018, decidi voltar a estudar para concursos logo após a publicação do edital da Controladoria Geral do Estado do Ceará (CGE), era uma oportunidade de voltar para casa em Fortaleza, em um novo cargo e com novos desafios. Passei em terceiro lugar para o cargo de Auditor de Controle Interno – Tecnologia da Informação.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Francisco: A sensação foi gratificante. Alguma das aprovações vieram em períodos difíceis da vida e surgiram como novas oportunidades e caminhos a serem seguidos. De certa forma, a oportunidade de passar em um concurso público sempre é um caminho de evolução e superação na vida.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Francisco: Foram diferentes concursos, com diferentes abordagens. O último concurso para auditor da CGE, estudei com o edital aberto e exigiu maior dedicação. Estava a um bom tempo sem estudar para concursos por conta do doutorado e precisei estudar, inclusive, em datas festivas e fins de semana. Tirei alguns poucos finais de semana para a minha esposa e família, mas sempre tive que estudar, mesmo que por pouco tempo.
O concurso para pesquisador da UFC teve um formato diferente, voltado para pesquisa e docência e a vivência do doutorado foi fundamental para a aprovação, não precisei abdicar da minha vida social, além dos dias que antecediam o concurso.
No concurso do SERPRO, tive um maior tempo de estudo e consegui manter normalmente o convívio social. A preparação para o concurso do TRF 5 foi intensa, estava fazendo mestrado e dispunha de pouco tempo para estudar. Tive que aproveitar bem o tempo que sobrava a noite, nas madrugadas e fins de semana para ser aprovado.
O concurso do IBGE era um concurso temporário, com menor concorrência na época e consegui a aprovação, conciliando os estudos com o tempo para lazer.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Francisco: Sou casado. Conheci a minha esposa durante os dois últimos anos da universidade. O apoio da minha esposa, dos meus pais e família foi fundamental para as minhas aprovações. Por diversas vezes tivemos que abdicar do nosso lazer e das diversões do dia a dia. Confesso que sem o apoio da minha esposa e dos meus pais não teria conquistado essas vitórias.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Francisco: Sim, sempre vale a pena. Acredito que todo concurso é válido e serve como experiência profissional e de vida. Nem sempre é possível passar na primeira tentativa no concurso que se deseja, o importante é acreditar sempre e não desistir dos seus sonhos.
Difícil dizer que este concurso não é o do meus sonhos, sempre sonhei criar e aplicar tecnologia e inovação, mas no decorrer da minha vida descobri que não existe um único lugar para fazer isso e que sempre existem novas oportunidades. Estou muito feliz em ter passado na CGE e hoje é o concurso dos meus sonhos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Francisco: Para o concurso da CGE foram 6 meses de preparação, desde a abertura do edital a realização da prova objetiva.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Francisco: Sim, para o concurso do TRF 5 Região. Não estava focado em um concurso específico e estudava as disciplinas básicas, que geralmente aparecem em todos os concursos, como: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Língua Portuguesa e Raciocínio Lógico. Quando o edital abria, passava a estudar as disciplinas específicas. Neste período, antes da abertura do edital, matinha a disciplina de estudar pelo menos 2 horas por dia. Após a abertura do edital, o tempo de estudo era bem maior e mais intenso.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Francisco: Usei bastante videoaulas, livros, cursos em PDF e, principalmente, resoluções de questões da banca do concurso. As videoaulas me apresentavam o conteúdo teórico necessário para o entendimento. Já tinha uma boa experiência com as áreas de informática e raciocínio lógico e as videoaulas foram fundamentais para as disciplinas de direito, auditoria e AFO. Os cursos em PDF serviram como uma segunda revisão de cada conteúdo visto. Os livros foram base de consulta para os assuntos de maior dificuldade e as questões foram primordiais, com resoluções diárias, simulados e revisões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Francisco: Sempre tive o Estratégia Concursos como referência de qualidade na preparação para os concursos públicos. Conheci o Estratégia Concursos através de fóruns na internet e de alguns amigos próximos, que também foram aprovados.
O Estratégia ofereceu um conteúdo fundamental na área de Tecnologia da Informação, com cursos detalhados e principalmente atualizados, fator fundamental na área de tecnologia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Francisco: Não tinha um plano de estudo específico montado, o edital era o principal plano de estudo. Seguia cada assunto do edital. Primeiro assistindo as videoaulas e lendo os PDFs, e complementando com uma bateria exaustiva de exercícios.
Não tinha um número de horas fixas, aproveitava todo o tempo livre. Tinha dias que estudava duas horas por conta do trabalho e outros chegava a estudar mais de 16 horas, por vezes durante a madrugada.
No início, estudei uma matéria por vez, mas nos últimos meses, chegava a estudar todas as disciplinas, fazendo revisões usando simulados e questões. A teoria foi o foco inicial, que foi sendo substituída de forma incremental por questões. Cheguei a fazer mais de 50.000 questões para o concurso da CGE.
Acredito que o planejamento é fundamental, mas também é preciso lidar com as adversidades. Haverá dias em que é possível seguir o plano de estudos e outros que imprevistos acontecerão.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Francisco: Sim, as principais disciplinas que tive dificuldade foram aquelas que não estão na minha área direta de atuação, com as de Direito. Superar essa dificuldade envolveu investimento em videoaulas, livros e material teórico (que foi fundamental para aprimoramento das disciplinas).
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Francisco: A experiência foi diferente nos diversos concursos. No concurso da CGE não tive descanso, estudei até a véspera da prova. Algumas das questões que caíram na prova objetiva, tinha revisado horas antes da prova.
Estratégia: Em um de seus concursos, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Francisco: Não houve prova discursiva nos concursos da CGE, SERPRO e TRF 5. No concurso para professor da UFC, fiz diversas redações dos assuntos cobrados na prova escrita, nas semanas anteriores ao concurso. Aconselho sempre praticar antes da prova, de forma a ganhar confiança e também saber lidar com o tempo de prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Francisco: O maior erro que tive foi estudar com o edital aberto. Apesar de conseguir ser aprovado, acredito que o caminho foi mais exaustivo.
O maior acerto foi não esperar o ambiente ideal de estudos, ter perseverança e aprender lidar com todas as dificuldades no tempo de preparação foi fundamental. Entender que nem sempre o plano pode ser seguido a risca e precisamos nos adaptar durante o período de preparação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Francisco: O mais difícil no período de preparação é o desgaste mental e físico a que fui submetido. Desistir nunca foi uma opção, precisava voltar para casa e para minha família e isso me mantinha motivado o tempo todo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Francisco: Minha principal motivação sempre foi ter um emprego digno, com uma remuneração adequada, que pudesse ficar próximo a minha família e fazer algo relevante para a sociedade. Durante o último ano, por ser da área de tecnologia, tive diversas oportunidades de trabalhar fora do Brasil, mas o concurso da CGE foi a oportunidade que estava esperando para ficar no país e estar próximo da minha família.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Francisco: Acredito que o ponto fundamental para quem quer iniciar seus estudos é nunca desistir. Passar em um concurso público nunca é uma tarefa fácil e que pode levar anos de estudo. Mas é fundamental saber que mesmo que você não consiga a vaga dos seus sonhos hoje, cada dia de estudo é um passo a frente para realizar seus sonhos.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes