Aprovado no concurso TCE MG
“Antes de qualquer coisa, aprender a estudar. Invista os primeiros dias para entender a importância das revisões, como marcar o material, como resolver exercícios. Feito isso, é vital ter um material de qualidade e muita disciplina”
Confira nossa entrevista com Gustavo Degani, aprovado em 1º lugar no concurso do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais no cargo de
Analista de Controle Externo – Especialidade Administração:
Estratégia: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Gustavo Degani: Nasci na cidade de Uberlândia-MG, tenho 28 anos e me formei em Administração pela UFU.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gustavo: Quando terminei a graduação, em 2014, meus esforços foram para conseguir ser Trainee em alguma grande empresa da iniciativa privada. Após alguns meses e vários processos seletivos, consegui ser contratado para um grupo de varejo de automóveis, de abrangência nacional. Porém, após um ano como Trainee, percebi que não estava satisfeito com a iniciativa privada e resolvi pedir demissão, para começar a estudar para concursos públicos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Gustavo: Tive o privilégio de apenas estudar, tendo o apoio financeiro e emocional dos meus pais. Sempre fui contido nos gastos, fato que me ajudou a ter uma pequena reserva, para gastar durante o período de estudos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Gustavo: Tive a felicidade de ser aprovado e 1º lugar para o cargo de Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas de Minas Gerais (Especialidade Administração). Anteriormente, fui aprovado em 27º lugar para o STM (TJAA) e fui aproveitado pelo TJDFT, meu atual local de trabalho até ser empossado no TCE-MG.
Fui aprovado fora das vagas para o TRT2 (AJAA, 79º lugar) e TCE-SP (Agente de Fiscalização – Administração, 107º lugar).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Gustavo: É uma sensação indescritível, pois é o momento que você sonha desde o primeiro dia de estudos. Lembro que o resultado saiu no Diário de Contas na madrugada e fiquei cerca de dez minutos “travado” na cadeira, sem reação e sem acreditar. Foi inesquecível. Fiz questão de acordar meus pais às 2h da madrugada para comemorar.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Gustavo: Nunca adotei uma postura radical, nem mesmo no pós-edital de alguma prova. Saía pelo menos uma vez por semana com amigos e minha namorada, como uma forma de relaxar. Fiz algumas pequenas viagens também. Acredito que a constância e a disciplina são mais importantes do que o radicalismo.
Rotineiramente fazia cerca de seis ou sete horas líquidas (com edital aberto, mantinha a média aos finais de semana) e considero esse ritmo mais vantajoso no longo prazo do que variar entre um dia com 12 horas líquidas e no dia seguinte não conseguir estudar devido ao cansaço. Em nenhum dia da minha preparação fiz mais que 9 horas líquidas.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Gustavo: Morava com meus pais até o mês passado, quando fui empossado no TJDFT, em Brasília. Namoro há quase quatro anos e o apoio dela e dos meus pais foram essenciais. Nunca me senti pressionado a passar, sentia constantemente o apoio deles durante esses três anos de estudo.
No total, fiz cerca de 10 provas e os resultados ruins nunca abalaram a confiança deles em mim. Por ser uma caminhada que envolve momentos de frustração e desafio até a aprovação, creio que o apoio das pessoas próximas é crucial para obter êxito. E isso implica muitas vezes em se afastar de pessoas negativas ou que torçam pelo seu fracasso.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Gustavo: Acredito que é importante uma definição da área o mais cedo possível. As disciplinas tendem a se repetir e o estudante consegue acumular conhecimento até a aprovação.
No meu caso, sempre tive afinidade com a área de controle, mas prestava provas da área administrativa, por possuir disciplinas semelhantes.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Gustavo: Lembro que o edital do TCE-MG saiu em junho, porém estava estudando para o TRT 2. Como a prova do TCE-MG seria só em novembro, decidi continuar estudando para o TRT 2, que teve a prova aplicada no final de julho. Só depois foquei no TCE-MG.
Foram, portanto, quatro meses direcionados ao concurso que passei, apesar de já ter uma boa base das disciplinas, visto que já havia prestado provas para outros tribunais de contas (SP e PE).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Gustavo: Depois que prestei o concurso do INSS, em 2016, decidi estudar para o BACEN (prova que até hoje não saiu). Foi nesse momento que o Prof. Carlos Roberto me ajudou com uma estruturação do estudo por meio de planilhas, combinando estudo de matérias novas e revisões.
Acredito que o estudo sem edital deve ser dinâmico (misturar leitura, revisão e exercícios) e ter uma boa base de metas (diária, semanal e mensal), para evitar queda de rendimento por desmotivação.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Gustavo: O estudo por meio de PDFs foi o que melhor me adaptei, pela agilidade e praticidade de revisar. Praticamente não assisti videoaulas. Meu tempo de estudo era dedicado aos PDFs e site de questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gustavo: Um amigo que já estudava para concursos me indicou, logo no início dos meus estudos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Gustavo: Quando comecei a estudar para concursos, o foco era leitura com marcação do material em PDF e posterior revisão. Meu dia era dividido entre avançar nas disciplinas e revisão do que já estudei (realizava revisões de 1, 7 e 30 dias).
Depois do primeiro ano, já tinha a maioria das matérias estudadas e revisadas. Foi aí que comecei apenas a fazer revisões rápidas, para evitar esquecimento, e resolver baterias de questões (sempre marcando as que errei ou que achei relevante para refazer futuramente). Assim, consegui ter um bom nível nas principais matérias da minha área e, quando saía algum edital novo, tinha tempo para me dedicar a alguma eventual disciplina que nunca havia estudado com calma e tempo suficiente para ficar competitivo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Gustavo: Tive mais dificuldade nas matérias que envolviam matemática, como Raciocínio Lógico e Economia. Só consegui melhorar o meu índice de acertos depois de fazer várias revisões para consolidar a parte teórica e muitos exercícios, sempre consultando a resposta do professor em seguida.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Gustavo: Sempre fazia um planejamento para a última semana, com pontos da matéria que me sentia inseguro. Assim, fazia mais revisões ou bateria de questões.
Analisando a quantidade de horas líquidas de estudo, mantinha a mesma quantidade, exceto no dia anterior à prova, que deixava para ler alguma matéria mais detalhista (como regimento interno), e assim estudava um pouco menos.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gustavo: Como as discursivas consistiam em duas questões com até 60 linhas cada, sabia que precisava estar muito bem na parte teórica (Controle Externo e Administração). Então, fiz muitas revisões exercícios dessas duas disciplinas.
Com relação à redação em si, escrevi cerca de 10 redações e pedi para que fossem corrigidas, de modo a perceber minhas deficiências. O resultado foi muito bom. Consegui montar um verdadeiro esquema mental para desenvolvimento da redação, abordando os aspectos de coesão, forma, entre outros. Acredito que a prática é fundamental para tirar uma boa nota.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Gustavo: Considero como acertos a constância no propósito de estudar até passar, com bastante disciplina. Foi igualmente importante me cercar de pessoas que me apoiavam e entendiam o meu momento.
Teria feito de maneira diferente algumas coisas: no início, demorei a aprender uma boa metodologia de estudos, como entender a importância das revisões e exercícios, e isso me custou um tempo de estudo com baixo rendimento. Teria feito mais em atividades físicas, que é uma ótima aliada para o bem-estar e que deixei de lado no meu primeiro ano.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Gustavo: A maior dificuldade é se manter focado durante tantos meses. No estudo para concursos, o lapso de tempo entre o esforço e a recompensa é muito grande (no meu caso, três anos). Por isso é importante criar metas e fazer exercícios, de modo a perceber a evolução constantemente. Porém, apesar de tanto tempo de estudos, jamais pensei em desistir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Gustavo: Minha principal motivação foi realizar o sonho da aprovação, ocupar um cargo público relevante e, consequentemente, dar alegria aos meus pais e namorada, que tanto me apoiaram.
Além disso, me motivava ao pensar que teria a autonomia que um cargo público proporciona, aumentar a qualidade de vida, viajar, entre outros.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gustavo: A dica que eu daria para quem está começando agora é, antes de qualquer coisa, aprender a estudar. Invista os primeiros dias para entender a importância das revisões, como marcar o material, como resolver exercícios. Feito isso, é vital ter um material de qualidade e muita disciplina.
A mensagem que deixo para quem está começando é que o caminho é difícil, mas a aliança entre metodologia e garra/disciplina é muito poderosa e, com ela, a aprovação se torna questão de tempo. Saudações!
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes