Aprovado no concurso da PF
“O mais difícil é persistir na jornada. As pessoas ao seu redor, num determinado momento, até começam a achar que você não vai conseguir e isso desmotiva um pouco. Mas cabeça para cima e siga em frente. A aprovação vai demorar, mas chega”
Confira nossa entrevista com Victor Hugo de Aguiar Arruda, aprovado no concurso da Polícia Federal (Provas objetiva, discursiva e TAF), em 21º lugar no cargo de Papiloscopista:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Victor Hugo de Aguiar Arruda: Me chamo Victor Hugo, sou natural de Recife. Me formei em Engenharia Elétrica pela UFPE e tenho 25 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Victor Hugo: Sem dúvida a certeza de ter independência financeira e de rendimentos justos em relação ao trabalho desempenhado.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Victor Hugo: Sempre quis fazer uma faculdade pública (até porque minha família não tinha condições de bancar uma faculdade particular) e como o curso que escolhi – Engenharia Elétrica – tinha horários bem variados, eu precisava trabalhar em um lugar em que tivesse flexibilidade de horário. Foi então que, em 2012, abriu um concurso para Técnico Administrativo da UFPE e tive a felicidade de ser aprovado e nomeado – meu primeiro emprego e cargo em que estou trabalhando atualmente.
Nesse concurso era possível manifestar a preferência de lotação e, pela graça de Deus, fui chamado para trabalhar no mesmo prédio em que estudava. Deu tudo certo na questão de conciliar trabalho/faculdade.
Como durante a faculdade eu já estava trabalhando, aproveitei para me dedicar ao curso. Quando conclui a graduação, entrei no mestrado, mas logo desisti. Sabia que precisava primeiro me garantir em um concurso melhor.
A partir daí, comecei a dividir meu tempo entre trabalho e estudo para concursos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Victor Hugo: Durante minha trajetória de concurseiro, já fui aprovado em alguns concursos. Minha primeira aprovação foi para o cargo de Assistente Administrativo da UPE em 5º colocado. Depois desse, fui aprovado também em 49º para o cargo de Escriturário do BB, microrregião de Recife e Técnico Administrativo da UFPE em 4º.
Mais recentemente, consegui minhas maiores vitórias: 2º colocado para Engenheiro Eletricista da UFRPE; 5º colocado para Engenheiro Eletrotécnico da COMPESA.; 4º colocado para Oficial do CBM de PE; e 21º colocado para Papiloscopista da Polícia Federal (sendo essas duas últimas, minhas aprovações mais desejadas).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Victor Hugo: Sempre fui muito realista em relação às provas que fazia. Não ficava alimentando esperanças quando sabia que tinha feito provas ruins. Entretanto, nas que eu tinha noção de que tinha feito boa prova, já esperava um bom resultado e, de fato, consegui aprovação.
Mas, sem dúvida alguma, quando sai o resultado e seu nome está entre os aprovados, mesmo que isso já seja esperado, a felicidade é muito grande. Nesse momento você percebe duas coisas: que todos os momentos de estudo e persistência valeram a pena e que esses momentos difíceis passam rápido (mas só quando já está aprovado rs).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Victor Hugo: Inicialmente tomei uma postura mais radical, em que abri mão do lazer, de saídas e de fins de semana. Entretanto, com o tempo, percebi que seria mais saudável para mim dividir meu tempo entre lazer e estudo, se não o estudo viraria um fardo muito grande.
Passei a estudar de segunda a sexta e fim de semana era só sombra e água fresca. Mas isso sem edital na praça, é claro! Porém, vale ressaltar um ponto: durante a semana era raríssimo eu “furar” meu estudo.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Victor Hugo: Sou casado há 3 anos. Na verdade, assim que me formei eu casei. Não tenho filhos e moro apenas com minha esposa.
Quanto ao apoio familiar, minha esposa sempre foi compreensiva com minhas ausências durante a semana. Como não estudava nos fins de semana, eu sempre a compensava (rs).
Meus pais estavam sempre na torcida por mim e nunca foram de me cobrar mais tempo com eles.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Victor Hugo: Inicialmente eu não sabia estudar. Na verdade atirava para todo lado. Já fiz concurso para o TJ PE, MP PE, TRF 5ª, PC PE, TRE PE, TRE BA, MAPA, entre outros. Cada um para um cargo mais distinto que outro (uma verdadeira salada. Rsrs). Resultado: não conseguia passar nos concursos maiores.
Em 2016, fiz o concurso para Perito Criminal da Polícia Civil de PE, onde fiquei em 9º colocado. Entretanto, fiquei pelo ponto de corte na redação. Foi um baque tremendo, mas aprendi com ele. Dali para frente aprendi que devia focar em uma área. No meu caso, resolvi estudar para concursos que envolvessem a área policial, com a parte científica da Engenharia que havia estudado. Decidi fazer concursos para peritos de diversas capitais. Inclusive fui aprovado na prova objetiva na Polícia Científica do Paraná, mas optei por não seguir nas fases do concurso.
Só depois que foquei em uma área que consegui as maiores aprovações. E digo mais, este é o segredo! O que se estuda hoje, pouco se lembra amanhã. O segredo da memorização é a repetição, pelo menos para mim.
Ainda não cheguei ao meu cargo final, que é o de Perito Criminal da Polícia Federal, mas sigo firme nessa caminhada. Vale ressaltar que meu foco estava nesse cargo. Quando os outros concursos abriram, apenas adaptei meus estudos, mas perceba que os concursos estavam correlacionados a área que havia escolhido inicialmente – área policial/engenharia.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Victor Hugo: Iniciei os estudos, de fato e com foco, em janeiro de 2017. Ou seja, até a primeira aprovação (Engenheiro da UFRPE), levou 1 ano. Até a última (Papiloscopista da PF), 1 ano e meio, aproximadamente.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Victor Hugo: O ano que escolhi para iniciar os estudos foi perfeito. Em 2017, praticamente não tiveram concursos, ou seja, aproveitei para estudar bem e sem pressa, primando pela qualidade.
No que tange ao foco nos estudos, esse nunca foi meu problema. Sempre fui estudioso, desde a faculdade. Minha dificuldade maior era compreender as matérias de Direito, pois não tinha a mínima familiaridade. Mas sobre essa dificuldade, eu comento no decorrer da entrevista.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Victor Hugo: Na meu caso, o aprendizado só vinha através da leitura. Sendo assim, meus materiais eram os PDFs do Estratégia mais as minhas anotações do curso de Engenharia.
Deus me livre estudar por livros! Além de extensos não focam nas questões de concurso, principalmente para o estudo da engenharia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor Hugo: Como sempre tive dificuldade nas matérias de Direito, eu não conseguia entender os assuntos trazidos nos editais. Passei, assim, a procurar os tópicos dos editais no “Google”. Em uma dessas pesquisas fui direcionado ao site do Estratégia Concursos.
Segue uma foto ilustrativa:
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Victor Hugo: No início é sempre muito doloroso, principalmente quando não se tem a mínima noção das matérias (como no meu caso nas matérias do Direito).
Mesmo sabendo que não é a forma mais indicada de estudo, eu sempre começava uma disciplina e esgotava todos os PDFs dela. Por exemplo, no mês de agosto eu colocava como meta estudar os 12 PDFs de direito Administrativo. No mês seguinte, outra disciplina e assim sucessivamente. Essa metodologia sempre funcionou para mim, porque desse modo eu conseguia entender o conteúdo de uma maneira mais holística, sem fracionar muito os estudos.
Eu também sempre fazia resumos, pois estava com tempo para isso. Sempre gostei de estudar escrevendo. Acho que isso ajuda na memorização. Mas o que funciona mesmo na memorização é a repetição, por isso a importância dos resumos. Já no momento de revisão, esses resumos eram essenciais, já que me faziam ganhar tempo de leitura.
Já quando estudei a parte de Engenharia, minha metodologia foi um pouco diferente. Como já tinha familiaridade com os assuntos, meu objetivo era apenas entender como aqueles conteúdos eram abordados em concurso. Foi aí que o site de questões ganhou uma importância maior, pois eu filtrava as questões relacionadas ao assunto que estava estudando e resolvia todas elas. Hoje eu tenho todas essas questões resolvidas e divididas por bloco, assim quando abre um edital do meu interesse, eu vou apenas ao meu material de questões e respostas e reviso. Para ter uma ideia, eu tenho mais de 1000 questões do Cespe resolvidas com meus comentários, só com assuntos de Engenharia Elétrica.
No que tange às horas de estudo por dia, nunca fui de instituir obrigações. Na verdade, eu estudava até saturar. Tinha dia que apenas 2h, outros dias 5h. Dependia do dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Victor Hugo: Sem dúvida as matérias que eu mais detestava eram as de Direito. Hoje até que gosto delas (rsrs), principalmente Administrativo e Constitucional.
Acho que não sei bem como responder o que fiz para superar a dificuldade que tinha dessas matérias. Eu simplesmente forcei um pouco no começo e depois começou a fluir. Foi meio que automático.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Victor Hugo: Reta final é o período para dar o gás. No concurso do CBMPE, por exemplo, eu estudava todos os dias, embora sempre tirasse um dia na semana para folga. Acho que o descanso recupera e anima para o recomeço. Para mim foi saudável.
Também sou adepto a estudar um dia antes da prova. Eu lembro que fiz, junto com minha esposa, uns cards com fórmulas e os tópicos mais relevantes que eu achava que ia cair na prova. Inclusive, no dia da prova, eu chegava mais cedo e ficava tentando memorizá-los.
Já para o concurso de Papiloscopista da PF, eu estava meio desanimado. Havia feito uma excelente prova do CBMPE e como “Papilo” ainda não era meu cargo sonhado, eu chutei o balde. Para ter uma ideia entre a prova do CBMPE e da PF, foram 30 dias de intervalo e eu não estudei nenhum dia.
Mesmo assim fui aprovado e digo o porquê. As matérias específicas exigidas no CBMPE eram idênticas ao de Papilo (Física, Química e Biologia) e como havia estudado muito para o CBMPE, o assunto estava fresco em minha mente. Isso sem contar que pela minha própria formação em Engenharia, tenho facilidade nessas matérias. Outro fator que me permitiu passar, foi o fato de já vir me preparando a longo prazo para o cargo de Perito da PF.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor Hugo: Sinceramente, não fazia redações semanais, nem mensais, nem nada. Eu confesso que não escrevia muito bem. Mas depois que comecei a ler mais, principalmente com a leitura das matérias de Direito, minha escrita melhorou bastante. Além disso, já trabalho no serviço público há 5 anos, o que exigiu de mim aprender um pouco de redação oficial (Memorando, Ofício, etc.).
Foi com essas ferramentas que consegui aprender a escrever melhor. Tanto é que tirei uma nota que, ao meu ver, foi muito boa no concurso da PF: 11,50.
Mas quer que eu lhe diga uma coisa?! A pessoa pode ser excelente em articular as palavras e as ideias, ter uma boa grafia, mas o principal é conhecer o tema sobre o qual se está discorrendo. Por isso, sempre procurava me inteirar de assuntos da atualidade.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Victor Hugo:
Erros:
- Inicialmente não estudar pensando a longo prazo;
- Ter feito concursos em áreas muito diferentes das quais eu estudava inicialmente. Por exemplo, durante minha preparação a longo prazo para Perito da PF, resolvi fazer o concurso para Analista e Técnico do TRF 5ª, para a área Administrativa. Para isso precisei parar meus estudos e focar em AFO, Administração, entre outras. Resultado: perdi tempo e não aproveitei essas matérias mais para nada.
Acertos:
- Perceber que estudar a longo prazo é a chave do sucesso;
- Revisar com frequência;
- Persistir.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Victor Hugo: O mais difícil é persistir na jornada. As pessoas ao seu redor, num determinado momento, até começam a achar que você não vai conseguir e isso desmotiva um pouco. Mas cabeça para cima e siga em frente. A aprovação vai demorar, mas chega.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Victor Hugo: A certeza de que uma aprovação em concurso público poderia mudar a minha vida.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor Hugo: Vou deixar uma frase e um pensamento parafraseado que marcou minha preparação:
1) “Estudar dói, dói muito e por muito tempo”.
2) Melhor que estudar 10h por dia durante poucos dias, é estudar 1h por dia por muitos dias
Boa sorte a todos e persistência nos estudos.
Estratégia: Obrigada Victor Hugo pela entrevista e, mais uma vez, parabéns pela aprovação! Que dê tudo certo até o final do concurso.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Me mande um e-mail! [email protected]
Grande abraço!
Thaís Mendes