Aprovado no Concurso MTE
Oi amigos(as),
Abaixo a entrevista concedida pelo colega Tiago França dos Santos, que é de Salvador-BA, tem 26 anos e foi aprovado no concurso de Auditor-Fiscal do Trabalho (AFT) 2013. Aproveito para parabenizar o Tiago pelas conquistas que já alcançou no mundo dos concursos!
Mário Pinheiro: Conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formado em que área? Trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Tiago Santos: Olá, sou formado em Engenharia de Produção Civil, pela Universidade do Estado da Bahia. Tornei-me um concurseiro antes mesmo de concluir a faculdade, época complicada, quando estagiava, trabalhava, cursava engenharia e estudava para concursos. Nunca tive a facilidade de ter tempo livre apenas para estudar. Nasci e cresci em Coutos, bairro do subúrbio de Salvador, mas aprendi com meus pais que apenas o estudo poderia me ensejar um futuro mais alvissareiro.
Mário Pinheiro: Que materiais vc usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Tiago Santos: Eu sempre usei tudo o que estivesse ao meu alcance. Aprendi com meu pai a ser apaixonado por livros, mas no início da lida concurseira não tinha condições de comprá-los, então vivia de leitura de legislação, materiais gratuitos e apostilas que não fossem muito caras. Após as primeiras aprovações, pude mergulhar no mundo dos concursos, usando meus recursos para adquirir pdfs e videoaulas.
Eu nunca me dei muito bem com videoaula, primeiro porque não tinha uma internet veloz que me proporcionasse uma boa utilização; segundo, porque sempre achei que perdia muito tempo. Gostava mais dos livros e pdfs direcionados, mas vi diversas videoaulas, principalmente de resolução de exercícios. Não tive a oportunidade de ter aulas presenciais, por falta de tempo, recusos e, posteriormente, por não encontrá-los, já que fui morar no interior da Bahia após algumas aprovações. Assim, o pdf foi o melhor material na minha preparação.
Mário Pinheiro: Como era seu planejamento e sua rotina de estudos? Qual foi a média de horas de estudo por dia? Quantas matérias vc estudava por dia?
Tiago Santos: Eu tenho um defeito pessoal: nunca fui muito organizado. Mesmo assim, obtive algumas aprovações. Nas minha últimas vitórias, fui mais organizado, fiz cronogramas e boas análises para planejar o estudo. Eu nunca controlei o tempo de estudo, pois sempre tive facilidade de concentração e conseguia estudar em qualquer ambiente e horário. Acredito que, em média, estudava cerca de 6h durante a semana, nas noites e madrugadas, e cerca de 10h por dia nos finais de semana. Sempre gostei de variar as matérias, pois achava que isso tornava o estudo mais interessante, mais produtivo e menos cansativo. O meu cronograma era feito com base nas matérias e nos conteúdos que eu pretendia ver e exercitar, por isso nunca fiz controle do tempo de estudo.
Mário Pinheiro: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Tiago Santos: Embora muitos pensem o contrário, sempre tive uma vida social normal e acho que isso é plenamente possível. Acho que por ter uma facilidade de concentração, era mais fácil estudar em qualquer local e, por isso, conseguia estudar no ônibus lotado, ou vendo televisão, ou mesmo numa roda de amigos. A vida social nunca foi impedimento, mas eu sempre fui disciplinado e cumpria meu cronograma de conteúdo. Acho que a postura radical de isolamento é válida quando o concurseiro perde a atenção facilmente e tem muitas distrações que o atrapalham ao seu redor. Nunca deixei de ir ao cinema, ir à praia, jogar bola, passear. Mas em quase todos esses programas, levava o livro, a apostila ou o tablet para estudar.
Mário Pinheiro: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Tiago Santos: Eu sou um concurseiro nato, por assim dizer. Trabalhei como auxiliar na secretaria de um colégio estadual, concursado como REDA, um regime temporário. Após, fui assistente-técnico administrativo no MP-BA. Em menos de um ano, fui ser assistente-técnico administrativo na Receita Federal, quando fui morar no interior baiano. Novamente, em menos de um ano, fui nomeado como técnico judiciário no TRE-BA. Após pouco mais de 2 anos fui aprovado para Analista-Tributário da Receita Federal, cargo que hoje exerço. Em menos de um ano como analista, tive a felicidade de ser aprovado no concurso para auditor-fiscal do trabalho, cargo dos meu sonhos, que almejei por muitos anos.
Também fui aprovado e classificado em outros concursos que não tomei posse como IBGE, Infraero e Embasa. Fui aprovado em muitos outros. Mas também fui reprovado em muitos, que perdi a conta. No início da vida concurseira era um franco-atirador. Essa falta de foco foi diminuindo aos poucos, com as aprovações que iam ocorrendo. Acho que um foco é interessante, mas eu sinceramente nunca tive um bem definido. Tentei executivo, legislativo, cortes de contas, judiciário, ministério público. Fiz de tudo e não me arrependo. Acho que a experiência e a bagagem foram fundamentais nas últimas aprovações, nos considerados cargos top, para os concurseiros.
Mário Pinheiro: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria?
Tiago Santos: Sempre estudei várias matérias ao mesmo tempo. Se cansava muito de uma, partia para outra. Com o tempo, aprendi a estudar mais estrategicamente, visto que há editais com conteúdos enormes. Sempre gostei muito de escrever, fazer resumos e fazer muitos exercícios. Usava os exercícios como revisão, nunca fui muito fã de fazer releituras, exceto quando havia muito tempo que havia lido o conteúdo. Acho que os exercícios são fundamentais para consolidar o aprendizado e para verificar o rendimento dos estudos.
Mário Pinheiro: Uma das coisas mais certas para quem estuda para concursos de alto nível é o fato de que o edital sempre trará algumas novidades. São temas novos, com os quais nunca se teve contato anteriormente. Com o concurso do AFT 2013, no qual você foi aprovado, não foi diferente! Entraram diversos assuntos que as pessoas não esperavam. Qual foi a sua estratégia para dar conta de tantos assuntos e/ou disciplinas novas, em um curto espaço de tempo, entre a publicação do edital e a prova?
Tiago Santos: Esse é um problema recorrente no mundo dos concursos. Acredito que quem faz muitas provas de concursos sem um foco definido acaba levando vantagem. Foi o que aconteceu no concurso para AFT, surgiram muitas novidades, mas grande parte delas eu já havia visto para outros concursos. O meu foco no pós-edital foram as novidades que eu desconhecia, a revisão de matérias importantes e a realização de muitos exercícios.
Mário Pinheiro: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Tiago Santos: Acredito que toda dica para concurseiros não é uma verdade absoluta. É preciso avaliar bem cada situação e verificar aquilo que mais se adequa ao seu estilo, procurando agir da maneira que proporcione o melhor rendimento. Sempre estudei bastante até o último segundo antes da prova e, por várias vezes, isso foi satisfatório. Mas na aprovação para AFT agi completamente diferente.
Na semana da prova fiz apenas a revisão geral e a releitura de algumas normas regulamentadoras. Na véspera da prova, resolvi ir ao estádio de futebol. Tomei uma chuva enorme, mas graças a Deus deu tudo certo. Eu precisa desestressar, pois vinha de uma maratona enorme de estudo simultânea com o treinamento do meu cargo atual numa cidade distante. Na véspera da segunda fase, repeti a dose e fui ao casamento de um amigo meu. Mais uma vez deu certo e, por isso, estou aqui.
Mário Pinheiro: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Tiago Santos: De um modo geral, sempre tive problemas com língua estrangeira, mas para AFT elas não estavam no conteúdo programático. Como sempre gostei do conhecimento, sempre gostei de quase tudo o que estudava. Se tinha dificuldade, redobrava o estudo e recorria a todas as fontes disponíveis.
Mário Pinheiro: Quais foram os principais erros e acertos em sua preparação?
Tiago Santos: Hoje percebo que um grande erro meu foi menosprezar matérias que julgava já saber ou conhecer. Julgo que estudar continuamente e nunca desistir do meu sonho de ser auditor foram os principais acertos.
Mário Pinheiro: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para um concurso de alto nível? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Tiago Santos: Passar em qualquer concurso é sempre uma tarefa difícil. Você precisa primeiramente acreditar em você. Depois se dedicar muito aos estudos. E nunca desistir, pois nem sempre a aprovação depende apenas de você. Acredito que a fórmula tão reverberada é incontestável: estudar e persistir. Sempre foi o meu lema! Sonhe com uma carreira, apaixone-se por ela, dedique-se para alcança-la e persista. Sei que, em breve, verei você do lado de cá!