Aprovada no Concurso MTE
Oi amigos(as),
Neste post temos uma entrevista com a colega Ingrid Berger Colpaert, aprovada em 11º lugar no concurso de Auditor-Fiscal do Trabalho (AFT) em 2013, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Mário Pinheiro: Parabéns pela aprovação neste concurso tão difícil, Ingrid! Você é formada em que área? Já era servidora pública antes de ser AFT?
Ingrid Colpaert: Obrigada, Mário! Sou formada em Direito desde 2007. Sou servidora do Tribunal Regional Federal da 2ª região (Rio de Janeiro) desde 2005. Na época estava no 7º período da faculdade quando uma amiga me disse que ia estudar pro concurso do TRF e do TJ, que estavam próximos.
Eu não tinha a menor idéia do que era concurso público; achava que só eram “aprovados” aqueles que tinham algum tipo de contato com alguém de dentro da instituição. Resolvi começar a estudar já que a faculdade estava em greve. Estudei loucamente durante dois meses (o estudo concentrado perto da prova funciona mais pra mim) e consegui ser aprovada no concurso de 2004. Foi um concurso conturbado, demorou um ano para ser homologado porque choveu de ação judicial após 1500 dos 2000 candidatos terem sido reprovados na prova de digitação. Tomei posse em março de 2005 e lá estou até hoje, ansiosa para tomar posse como AFT.
Mário Pinheiro: Que materiais vc usou em sua preparação para o concurso de AFT? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Ingrid Colpaert: Para a 1ª fase utilizei alguns materiais impressos que eu já tinha do concurso de 2010, bem como aulas online. Comprei também livros de algumas matérias como Constitucional e Administrativo, para aprofundar os temas que eu já conhecia, e de Economia, pra me sentir mais segura por ser uma matéria nova pra mim e, além de tudo, uma matéria mais de exatas, que nunca foi muito a minha praia.
A vantagem dos cursos online é a possibilidade de a gente fazer o nosso cronograma e horário de estudo, de acordo com a disponibilidade. As aulas online democratizaram absurdamente o ensino pra concursos e hoje nós temos candidatos muito bem preparados em praticamente todo o Brasil. Recomendo esse tipo de curso para quem tem disciplina, principalmente para aqueles que já frequentaram salas de aula e estão determinados a estudar de forma responsável. Não funciona em geral para quem ainda está iniciando a rotina de estudo para concurso e ainda precisa de uma rotina que “obrigue” a pessoa a seguir os horários.
Para a 2ª fase fiz um curso de redação para ter idéia melhor do formato a ser utilizado nas questões e fiz o curso aqui do Estratégia para saber os pontos que eu deveria aprofundar mais e ter bagagem para desenvolver em uma discursiva.
Mário Pinheiro: Como era seu planejamento e sua rotina de estudos? Qual foi a média de horas de estudo por dia? Quantas matérias vc estudava por dia?
Ingrid Colpaert: Eu voltei a estudar em janeiro deste ano e foi gradativo porque a pior parte pra mim sempre foi ter que acordar cedo. Meu horário de trabalho começa ao meio-dia, então abrir mão de acordar às 10h e passar a acordar cedo foi bastante sacrificante. Comecei aos poucos; nas primeiras semanas acordava às 7h e estudava até às 10, e depois estudava cerca de 1h e meia de noite quando voltava do trabalho.
Conforme as semanas foram passando 4h por dia já não eram mais suficientes, então fui aos poucos acordando cada vez mais cedo até passar a estudar de 5h da manhã até às 10h. De janeiro até sair o edital era uma média de estudo de 4/5h por dia e, no fim de semana, só estudava aos sábados. Depois do edital intensifiquei estudando o fim de semana inteiro (cerca de 8h por dia), mais as 5h diárias durante a semana. E, por fim, tirei 20 dias de férias antes da prova e nesse período estudava cerca de 14 a 16h por dia.
De início tentei fazer o esquema de ciclos de estudo, estudando 2 matérias por dia, até terminar o conteúdo programático, mas isso não funcionou pra mim. Preferi passar a estudar só uma matéria até acabar e assim segui com todas as matérias, sempre revisando com exercícios para não deixar se perder o conteúdo das primeiras matérias que eu já havia estudado.
Mário Pinheiro: Estudar sem edital publicado às vezes desanima. Como você fazia para continuar motivada e manter um bom ritmo de estudos?
Ingrid Colpaert: Pois é, foi complicado principalmente porque eu funciono melhor estudando próximo da prova e de forma concentrada. Pra ter uma idéia mais concreta das matérias, utilizei o edital do concurso de 2010 como base e ia “ticando” tópico por tópico tudo que eu já havia estudado.
Mário Pinheiro: O edital de AFT trouxe muitas novidades, como você se planejou em relação às matérias novas, dedicou mais tempo a elas?
Ingrid Colpaert: Apesar de todos os rumores, achei arriscado mudar a estratégia e continuei estudando pelo da ESAF até sair o edital do CESPE. Pra mim foi bem desanimador porque eu já tinha estudado diversas matérias como civil e penal, por exemplo, e nunca havia visto contabilidade, gestão de projetos e vários outros tópicos que vieram no edital novo. Além do que nunca havia feito um concurso no estilo “certo errado” do CESPE; tinha verdadeiro pavor!
Quando saiu o edital adotei uma estratégia meio suicida e arriscada, mas que no final se revelou mais sensata: simplesmente abortei contabilidade e só estudei a parte de princípios. Não havia tempo hábil e eu vi que não podia comprometer tempo de estudo de várias outras matérias para estudar uma que eu nunca tinha visto e que provavelmente não pontuaria de qualquer forma mesmo estudando.
Mário Pinheiro: Que fator você considera decisivo para ter conseguido uma vaga neste concurso?
Ingrid Colpaert: Considero decisivo o curso de 2ª fase aqui do estratégia (não é puxação de saco hein!rs) porque eu não teria atentado para a importância de alguns temas que efetivamente foram cobrados na 2ª fase. O professor Cyonil sempre frisando a importância da jurisprudência, o professor que produziu material de gestão de projetos, salientando os pontos importantes, e você, com o material de segurança e saúde do trabalho, não só de ótima qualidade, mas também raro no mercado.
Mário Pinheiro: O fato de o edital não prever as cidades onde os AFT serão lotados chegou a te desmotivar? Está preparada pra morar longe de casa?
Ingrid Colpaert: De início, sim, principalmente porque sou filha única, moro com a minha mãe, que faz de tudo pra me ajudar no que eu preciso. Mas em seguida lembrei que sou jovem, não tenho filhos e deveria me livrar de alguns apegos pra conseguir crescer profissionalmente. Depois tudo se resolve e aos poucos podemos conseguir remoção para outros lugares. Estou preparada pra sair de casa e acho que vai ser importante não só profissionalmente mas para o meu crescimento pessoal também.
Mário Pinheiro: Que conselhos você daria para quem vai continuar estudando para os próximos concursos de AFT?
Ingrid Colpaert: Primeiro, a dica que eu dou para aqueles que estudam pra qualquer concurso: ABDICAÇÃO. Abdiquem de estar com a família, abdiquem do lazer, abdiquem da vida social. Isso é o que bem poucos conseguem fazer e é o diferencial. Estudar muitos estudam, mas quando chega final de semana e o telefone começa a tocar, poucos são aqueles que dizem não e perseveram!Rs Abdicação se reverte em horas de estudo e em qualidade de estudo porque você mergulha em um universo que é só de estudo e nada mais.
E para aqueles que estão estudando e têm AFT como foco, a banca CESPE só continua confirmando uma tendência que veio pra ficar: JURISPRUDÊNCIA! Tanto na objetiva quanto na discursiva, que, nesse concurso, foi decisiva! Tenham como hábito pegar os informativos do STJ e STF e ver pelos tópicos dos julgamentos aquilo que for matéria constante no edital e leiam! De preferência façam um arquivo dividido por temas e vão acrescentando o que forem lendo de conteúdo novo, com destaques em amarelo para as frases-chave que resumem o entendimento desses Tribunais.
Por fim, mantenham ânimo firme. Todo o esforço será recompensado!